Raiva: sentir ou reprimir?

Ana Kekligian

Aprendemos desde a infância que a raiva é um sentimento ruim, que ninguém gostará de nós se a colocarmos para fora, e que é típico de quem tem um comportamento mal educado. Quando, na verdade, é apenas mais uma emoção básica como qualquer outra que nos ajuda a sobreviver.

A raiva nos impulsiona a mudar e superar dificuldades, principalmente, porque o despertar dela acontece muitas vezes através de uma experiência frustrante ou de injustiça. E apesar de sermos condicionadas a não manifesta-la, precisamos senti-la. Pois quando a reprimimos, podemos ter uma série de doenças físicas e emocionais como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares e até mesmo doenças graves.

Mas, como tudo na vida, precisamos expressar nossa raiva de maneira equilibrada. Abrir espaço para que ela seja liberada de forma que não machuque outras pessoas, mas também que você não fique refém dessa amargura no peito. Afinal, ninguém merece passar a vida inteira com raiva.

Quantas vezes você sentiu seus batimentos cardíacos acelerarem, seu rosto ficar vermelho, sua mandíbula travar e até mesmo seus punhos cerrarem? Esses são indícios da raiva tomando conta do seu sistema nervoso. Mas você sabia que a reação química da raiva dura no máximo 90 segundos? E por que você sente raiva quase que de maneira constante?

Antes de explicar, é importante ter em mente que o cérebro não percebe a diferença entre a realidade e o pensamento, ou seja, se você ficar acessando memórias de raiva em vários momentos do dia, seu cérebro vai continuar emitindo a reação química que faz você sentir essa emoção. E como parar de fazer isso? Através de escolhas. Sim, só você tem o poder de escolher não revisitar essas lembranças que despertam seu vulcão adormecido.

Contudo, a raiva pode ser construtiva, quando entendemos que ela é uma emoção natural e que não precisamos perder o controle para expressá-las, conseguimos agir conscientemente sem que ela nos domine. E há também a raiva destrutiva que acontece no calor da emoção e nos torna agressivos com os outros e até com nós mesmas – geralmente é essa última que manifestamos.

Possivelmente, a principal maneira de lidar com a raiva é resolvê-la. Se você está consciente do que serviu de gatilho para despertar essa emoção e está no controle para conversar sem agir de maneira impulsiva, falando coisas que se arrependeria logo depois, então, apenas converse com a pessoa e explique a situação, conte como está se sentindo e se preciso, imponha limites, se necessário. Mas, não guarde a raiva para você.

Agora, se você está passando por aquele momento prestes a explodir e não consegue pensar com clareza, se afaste. Tente se retirar do local que se encontra para um lugar em silêncio e vazio, e traga uma resolução para essa situação, mas sem correr o risco de respingar em alguém. Apenas se imagine liberando a raiva, dizendo o que gostaria, inclusive se puder grite e soque um travesseiro. Use a informação de que seu cérebro não sabe o que é realidade ou pensamento a seu favor. Mas ao invés de revisitar memórias de raiva, pense na situação de raiva que você quer resolver, imagine e até fale tudo o que gostaria de falar, liberte a emoção e não guarde nada que pesará no seu peito depois.

Lembrem-se todas nós temos a possibilidade de melhorar a forma como lidamos com nossas emoções e desenvolver recursos, novos comportamentos e hábitos, basta sermos emocionalmente inteligentes.

Não reprima a raiva, apenas sinta essa emoção conscientemente de que isso te libertará.

“Vivo o Autoconhecimento como FILOSOFIA DE VIDA e minha missão é transformar vidas, conduzindo o ser humano para um outro nível. Acredito verdadeiramente que esse é o caminho da vida com significado, pois somos a fonte de nós mesmos e onde se encontram todas as respostas que nos levam a compreender a nossa história, aceitar cada capítulo que escrevemos, equilibrar os nossos papéis, potencializar nossas capacidades, talentos e vocação no caminho da missão de vida que nos foi concedida. O resultado é a expansão da luz interior, a felicidade e uma passagem que fará a diferença no mundo”

Ana Kekligian é palestrante, Fundadora da EBC – Empresa Brasileira de Coaching, Master Coach, Analista  Comportamental, Especialista em Inteligência Emocional e Especialista em produtividade. Atualmente com cinco importantes certificações internacionais pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching: Professional & Self Coaching, Coaching Ericksoriano, Master Coach, Análise Comportamental e Inteligência Emocional. Certificado de Especialista em Inteligência Emocional pela
SBIE – Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional e Triad Certified Productivity Specialist, formada pela TriadePS.

Vasta experiência corporativa, onde atuou como executiva de marketing por mais de 18 anos em importantes empresas.
Além disso, administra outros importantes papéis: como mulher, mãe, filha, irmã, amiga e CEO de si mesma.

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