A administração do SPFC ainda lida com os desafios de gerir um dos maiores clubes do mundo, mas já conta com algumas conquistas e aponta o que ainda é preciso fazer
A presidência e diretoria do São Paulo FC apresentou recentemente o balanço de um ano da administração de Julio Casares à frente do clube, ressaltando uma série de conquistas e promessas de campanha, reconhecidamente positivas com uma outra série de ações promissoras ainda em curso, que visam reestabelecer condições para que o clube possa continuar seu processo de reestruturação, especialmente financeira, base para qualquer estabilidade e pretensões de investimentos maiores.
Entre essas conquistas e realizações, estão aquelas com mais visibilidade pública e de mídia, como a conquista do Campeonato Paulista de 2021, feito que não ocorria há 16 anos, que mais do que o título, deu ao torcedor são-paulino o tão esperado grito de campeão, há muito entalado na garganta. E ainda sobre o futebol, a reestruturação das categorias de base, trazendo o ex-jogador e craque Alex, para comandar a equipe sub-20, além do ídolo Zetti para a busca de novos talentos e reforçar o treinamento para goleiros. E nos esportes sociais, mantendo a tradição, segue supercampeão no basquete.
Mas talvez seja na parte social que o clube teve mudanças significativas e de profunda valorização para os sócios, criando ambientes que trouxeram de volta associados, recuperando o convívio e também uma parte financeira significativa.
Esta administração soube apresentar o clube de forma atrativa à iniciativa privada no setor gastronômico, permitindo concessões que atuassem dentro de seus limites e proporcionando mais opções aos frequentadores com muito conforto, sem exploração exacerbada de suas ofertas, o que às vezes ocorrem em diversos outros lugares.
Importante também fora o resgate de diversas outras atividades esportivas e sociais, criando condições e acessibilidade do público a elas. Já em curso, por exemplo, a implementação de uma passarela que facilitará em muito, o acesso ao futebol social, uma parte do clube muito frequentada.
Porém o grande desafio desta administração ainda é a gestão financeira, uma vez que ela herdou dívidas enormes que necessitam de constantes renegociações e de um fluxo financeiro compatível para poder honrá-las. Há conquistas neste campo também, sendo possível recuperar certo fôlego, especialmente depois da revisão de muitos contratos, especialmente no futebol profissional, e de patrocínios, alguns renegociados e muitos novos, permitindo trazer tais dívidas a patamares mais bem gerenciados, buscando recuperar credibilidade financeira suficiente para que o clube possa valorizar ainda mais sua marca.
Mas isso tudo leva tempo e muito trabalho na busca por soluções. E é pensando nisso que o clube votará neste domingo próximo, uma possível alteração no estatuto que permita a extensão do mando da gestão eletiva, dando-lhes mais tempo para realizações de forma que sejam perenes e que o clube não corra riscos de ver ações sendo interrompidas ou descontinuadas por constantes mudanças administrativas, sejam no âmbito da presidência ou de seu conselho deliberativo.
O recado do grupo a favor do “Sim” para as alterações no estatuto, emplaca um mantra de que é preciso “mais trabalho e menos política”. Uma de suas convicções é de que o tempo que se gasta fazendo campanha, se investe pouco trabalho. Mais tempo e mais autonomia permitem realizações mais concretas e maduras a médio e a longo prazo. O forte argumento está no balanço apresentado do que fora feito em um ano apenas de administração. A sugestão que apontam é que o tempo deve ser um ativo a favor e não contra, na equação para as transformações que o clube precisa.
O São Paulo FC é uma gigantesca instituição nacional e está entre os maiores clubes do mundo com uma história quase centenária. Sabemos que a construção de um patrimônio e um legado se faz com muita dedicação, trabalho e tempo, não há dúvida.
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