Brasilidade

Por Juliana Galvão

O famoso e disputado Baile da Vogue aconteceu, esse ano, no dia 29 de abril último, no belíssimo Copacabana Palace.  O Baile que já entrou para o calendário oficial do Carnaval Brasileiro é aguardado ansiosamente pelos fashionistas, artistas, celebridades e influenciadores brasileiros. Para arrasar no tapete vermelho, não adianta pagar o que tem e o que não tem por um ingresso. O time da Vogue é quem seleciona os convidados.  Portanto, meus amigos, o Baile da Vogue é para poucos.

Todo ano, a Vogue elege o tema do Baile. Em 2022, não foi diferente. Foi ele: Brasilidade Fantástica. Na minha opinião, um dos temas mais bem pensados.

Segundo Paula Merlo, diretora de conteúdo da Vogue Brasil, o tema teve o movimento modernista como ponto de partida para celebrar a diversidade da arte brasileira e a criatividade do nosso povo.

Confesso que a temática me deixou muito entusiasmada. Minha expectativa era que a moda e que estilistas brasileiros fossem prestigiados e enaltecidos, afinal, muitas dessas celebridades discursam sobre a importância de apoiar e consumir a moda brasileira. Pois é, no fim, essa foi a minha única decepção. Muitas celebridades, apesar do discurso, desperdiçaram a oportunidade de dar visibilidade à talentos do nosso país. Fica a reflexão!

Ivete Sangalo de Saint Laurent | Foto de Ivan Erick Menezes
Tais Araujo de Gucci | Foto de Fernando Tomaz
Giovanna Ewbank de Versace | Foto de Fernando Tomaz
Silvia Braz de Carolina Herrera | Foto de Foto: João Viegas

Mas falando sobre a verdadeira brasilidade, quero destacar quem brilhou nessa edição. Muitos estilistas nacionais fizeram um trabalho cheio de beleza, qualidade e personalidade. Alguns deles, confesso que não conhecia. A partir de agora, ficarei muito atenta ao trabalho desses verdadeiros talentos.

Carol de Toledo com vestido feito exclusivamente por uma marca brasileira que tem em seu DNA as rendas feitas a mão pelas rendeiras do Sertão Nordestino. 

O vestido composto por mix de rendas na cor verde bandeira tem modelagem dramática, trazendo glamour ao seu shape. 

Inspirado na diversidade do Brasil e na criatividade do povo brasileiro, tem como ponto alto os apliques de renda renascença, desenhados pela marca e feitos por rendeiras do nordeste do Brasil: folhas e craíbeira, árvore símbolo do estado de Alagoas. 

Esses apliques foram inspirados nas vestimentas de Lampião e Maria Bonita que estão em exposição no Museu do Sertão em Piranhas- AL.

O vestido levou aproximadamente 40 dias a produção.

Carol Toledo de Martha Medeiros | Foto cedida pela equipe da marca Martha Medeiros
Carol Ribeiro | Foto de Pedro Napolinário

Carol Ribeiro com vestido do estilista Gustavo Silvestre.

À Vogue, Carol contou: “Tive o privilégio de ter um time incrível nessa empreitada, mas especialmente o Gustavo Silvestre, que é designer, artista, artesão, professor de artes manuais. Usa o crochê na arte, moda e sustentabilidade, causando um impacto de extrema importância no seu entorno levando seu conhecimento para o âmbito social, ensinando a arte de crochetar até a população menos favorecida.”

“Decidimos por um longo com fenda, inteiro de franjas de seda nas cores da pintura”, conta o estilista, que também desenvolveu uma adereço de cabeça para Carol. “Tanto o look quanto a cabeça foram feios em crochê 100% à mão”, e a paleta das franjas se misturam quando a modelo se movimenta.

Inspirado no icônico quadro “A Cuca” (1924), da artista brasileira Tarsila do Amaral.

O vestido, que custou R$ 12,5 mil para ser feito em crochê artesanal, levou quase duas semanas de trabalho para ficar pronto e será vendido depois da festa. O valor será revertido para uma ONG brasileira escolhida pelo comprador.”

Deborah Secco com vestido da marca Meninos Rei (grife assinada pelos irmãos Júnior e Ceu Rocha). Segundo os estilistas, em depoimento à Vogue, “somos povos oriundos de Reis e rainhas, através do nosso trabalho reverenciamos, com muito respeito, a história e beleza da nossa raça negra através do tecido africano mantemos e reafirmamos nosso legado cultural e histórico. Um tecido que é nobre que fala sobre códigos e particularidades de seus povos”.

Deborah Secco
Gaby Amarantos | Divulgação/ Rodolfo Magalhães

Gabi Amarantos com vestido deslumbrante de Studio Ellias Kaleb. Segundo Gaby, em foto compartilhada em suas redes sociais: “Verde. Verde da NOSSA bandeira. Verde de todas as matas. Da suprema AMAZÔNIA. Das pinturas de Tarsila e Malfatti. Verde de Macunaíma. Verde da nossa Brasilidade Fantástica.

Até uma próxima!

Juliana Domingues Galvão é paulista de Jundiaí, mora em São Paulo, cidade pela qual é apaixonada. É advogada e hoje atua com moda e comportamento de consumo

@judgalvao

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