O filho bastardo de Putin – Parte II

Por Bernardo J. B. Figueiredo

Ler primeira parte do conto clique aqui!

Wolfgang Rablitchnovic, por ser influente na hierarquia russa, solicitou audiência com Wladimir Putin. A resposta foi demorada, mas, enfim, marcada para acontecer na sala de audiências no palácio do Kremlin, sem nenhuma presença de terceiros no recinto. Uma audiência exclusivamente particular, em mesa comprida, onde cada um ocuparia uma extremidade. Ninguém poderia entrar no recinto, somente eles. A imprensa ferveu em volta aguardando o desfecho.

O evento começou e logo a seguir terminou. Ouviu-se lá de fora um tiro ser detonado e em seguida Putin se retirou do ressinto sem trocar qualquer palavra com a imprensa e se retirou imediatamente para o seu palácio. Os capangas do Wolfgang também se retiraram levando com eles o corpo do chefe.

Imagem por Julia Kadel em Unsplash

O enterro foi marcado para as dez da manhã seguinte e o caixão ficou aberto para visitação pública. Sua mãe, Maria Ivanova, chorava aos prantos na beira do caixão do filho. Ali estavam também presentes todos os filhos de Putin fora do casamento que o detestavam. Ao bater dez horas o caixão ia ser fechado quando Wolfgang, repentinamente, se sentou e, bocejando, disse:

– O que é isso, gente!… Iam me enterrar vivo!…

As pessoas presentes ao evento, repórteres, cinegrafistas, TVs, e outras interessadas no evento, gritaram em coro: Milagre!… Milagre!… Milagre de Deus!… Wolfgang tranquilamente, respondeu:

– A bala que o Putin atirou me atravessou o corpo e saiu do outro lado, sem atingir nenhum órgão vital!… Aqui está ela!… Devolvam a ele, por favor!… Mas, na verdade, quem estava falando em russo era o Bernardo, o que veio de Órion, que já fez um trabalho importante no Brasil e para voltar para Órion teve que se matar. Era ele quem nesse momento assumiu o corpo de Wolfgang no momento de sua morte. As almas trocaram de lugar. Avisem a Ludmila Putina que ainda vou tirar o seu marido do poder! Não podemos ser dirigidos por um louco, que viveu 5 anos na Alemanha, antes de retornar à Rússia, achando-se ungido do poder absoluto, e que vem exercendo o seu complexo de tampinha; um anão para os moldes russos de 1,70ms de altura. Vamos, minha gente, acabar com essa estúpida guerra que está a dizimar os próprios russos, destruindo com bombardeio as nossas cidades, fracionando nossas famílias, que choram com a separação de seus membros. Vamos colocá-lo em julgamento na Corte Internacional de Haia, na Holanda, para ser julgado pelos crimes hediondos que vem cometendo contra toda a humanidade e a própria sociedade russa, de grande repercussão internacional.

Os flashs e as gravações da imprensa russa eclodiam em enorme burburinho, enquanto Putin, mudo, retirou-se com a sua gangue militar, apressado, para o seu palácio, apoiado na “lei da mordaça” que impera, lamentavelmente, em proteção aos dirigentes russos.

Bolsonaro, que assistia tudo, assediado pela imprensas russa, falou em português, sua única língua de baixa erudição, traduzida por intérprete russo, que, havia alinhavado com Putin a troca de petróleo, fertilizantes, gás e outros produtos, por alimentos, já que o Brasil é um dos principais celeiros de comidas, como soja, milho, açúcar, café e outros produtos, necessários à nutrição dos russos. Depois desse inesperado entrevero entre Wolfgang e Putin, iria esperar esse súbito desfecho, para saber com quem daria continuidade à negociação entre os dois países, importantes para o mundo. Mas, pelo visto, voltaria amanhã para o Brasil, onde tem muito a despachar, e, de lá, aguardaria esse desfecho, no famoso Palácio da Paz em Haia na Holanda, cujo julgamento, se houver, vai ficar na história universal. Rodeado por jornalistas, que nem mosca no mel, respondia a todos com tranquilidade em diversos idiomas. Ao ser entrevistado pela CNN, TV Americana, advertiu os americanos e seus aliados, num inglês fluente, que estavam também estimulando essa Guerra e que o Biden deveria responder, junto com o Putin, por incitar também a guerra. Conheceu pessoalmente Volodymyr Olexandrovytch Zemlinsky, atual presidente da Ucrânia, de origem judia; antes de assumir o cargo, em 2019, foi ator, comediante e roteirista e formado em direito, mas não exerceu a profissão. Casou-se três anos depois com Olena Zelenska, bem mais velha que ele, com quem tem 2 filhos. Zemlinsky lançou sua campanha eleitoral pelo partido Servos do Povo e se tornou presidente da Ucrânia, país com uma população de cerca de 44 milhões de habitantes cuja capital é Kiev.

Imagem por Marcus Winkler em Unsplash"

A holandesa cidade de Haia, considerada a capital jurídica do mundo, tem toda uma história para receber esse título. Mas é fato, no entanto, que hoje a principal responsável por fazer dela a número um em Direito Internacional é a Corte Internacional de Justiça. Nos últimos 60 anos, protagonizou questões importantes que ajudaram a definir o mundo moderno e o conceito de nação.

Foi a CIJ que o governo de Honduras foi cobrar do Brasil por ter dado abrigo na embaixada brasileira ao presidente deposto Manuel Zelaya. Honduras acabou desistindo do processo.

Hoje, estão tramitando 16 casos. Um deles foi a discussão levada pela Alemanha, condenada pelo Judiciário da Itália a pagar indenização para as vítimas do Nazismo.

A existência e permanência da CIJ, só foi possível pelo empenho, das principais nações, unidas pela vontade de selar a paz no nosso planeta. Os processos na corte são, em geral, públicos, mas o julgamento em si, não.

O trabalho de definir a relação entre as nações fica na mão de 15 juízes de reputação moral ilibada e as qualificações necessárias. Não há um código que se aplique para as brigas entre países. Usa-se para decidir os tratados e pactos assinados pelos países, dentro dos princípios comuns do Direito.

Seu presidente atual é do Japão, Hisashi Owada e o atual participante da CIJ do Brasil, Antônio Cansado Trindade. O Brasil tem conseguido levar mais juízes para o tribunal, inclusive juízes ad hoc., que significa condição temporária. Um deles foi José Sette Câmara, que se tornou mais tarde juiz oficial do tribunal.

Volodymyr, presidente da Ucrânia, como advogado, entrou com um recurso sui-gênero, ou seja, realizar um duelo mortal com Putin, como profissionalmente era criador de eventos achou que isto despertaria a atenção do público internacional.

O processo foi bem escrito e foi homologado pelo Tribunal condicionando à aceitação também da outra parte essas excêntricas condições impostas. Um de seus generais, genocida, Aleksandro, comandante russo, parrudo, colocou-se no lugar do Putin, com a concordância do dito-cujo para atuar em seu lugar.

Os 15 juízes discutiram aquela proposta engraçada, esdrúxula, resolvendo entregar ao presidente japonês, Hisashi Owada, o direito exclusivo de aceitar ou não a proposta homologada naquelas condições. Como o Japão tem como tradição as práticas e rituais samurais, como o Seppuku e Wakashudo, “caminho do guerreiro”, é um código de conduta e modo de vida para os samurais, a classe guerreira do Japão feudal, é um dos rituais mais conhecidos dos samurais é o Seppuku, também chamado de “hara-kiri”. Este é o ritual de suicídio, realizado quando o samurai falhava em seguir o bushido, ou quando era capturado pelo inimigo. O Seppuku pode ser um ato voluntário, ou uma forma de punição. Diante dessa tradição secular japonês, Hisashi aceitou os termos. Foi então marcada a data do grande combate de arrepiar os cabelos. Entretanto, diante da troca física desproporcional, Wolfgang, o que levou o tiro do Putin, propôs à troca por ele, anuído pelo Volodymyr, presidente da Ucrânia, por ter um corpo físico equivalente ao general russo, Comandante de todo o exército russo, Aleksandro Dvornikov, que atuou no conflito na Síria, indicado pelo Putin. Hisashi Owada, presidente do Tribunal, aceitou a troca mantendo a mesma data.

Ao fim de trinta dias, com os acordos laterais redigidos e aprovados, aconteceu a luta. O ginásio, onde, no centro, estava erigido um belo rinque, mantinha-se repleto pela mídia internacional. Os contendores se apresentaram aos pulos no centro e um juiz tão parrudo quanto eles, dava as instruções finais. Ao apito do juiz a luta começou. Os dois se socavam fortemente e muitas vezes se agarravam para derrubar o outro com vantagem, sem conseguir; ao final do segundo round os dois apresentavam os rostos cheios de hematomas e os narizes sangrando. No início do terceiro round, Wolfgang, levou vantagem ao derrubá-lo e cair por cima dele já com estrangulamento no pescoço encaixado que o mataria por fechar a jugular impedindo de o sangue chegar ao cérebro. Ao pé do ouvido, Wolfgang disse ao Aleksandro, que se continuasse a luta ele iria morrer pelo estrangulamento encaixado. Porém, ele não queria matá-lo, se ele entregasse a luta, pois, em troca da vida dele, era um preço alto para manter a guerra contra a independência da Ucrânia. Ele então deu as três pancadinhas nas costas de Wolfgang e o juiz de rinque encerrou a luta dando vitória ao adversário. Os dois contendores se abraçaram amigavelmente e saíram do rinque de braços dados. Foi desse jeito que a Ucrânia conseguiu a sua independência, e os contendores fecharam uma grande amizade, indo tomar juntos vodca no vestiário. Aleksandro comunicou a toda a tropa que havia acabado toda a guerra contra a Ucrânia, ou seja, entre todos os russos, pois, pelo que sabia, Putin estava morrendo de câncer terminal. Essas notícias correram pela mídia como um raio. A guerra terminou em toda a Europa oriental e ocidental.

FIM

Bernardo J. B. Figueiredo é romancista e autor de “Em busca da eternidade”, conto já publicado aqui na Dolce Morumbi®
Confira aqui!

Esta publicação é um oferecimento da Associação Criança Brasil, Organização Social que cuida da educação e acolhimento de 840 crianças e adolescentes

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