Apesar da resolução do Conselho Federal de Odontologia ter reconhecido a harmonização facial como especialidade odontológica, até hoje ela é uma polêmica no meio médico
Sob risadas de vereadores, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na última quarta-feira (25), em primeiro turno, um projeto de lei que cria o “Dia da Harmonização Facial”, a ser comemorado em 29 de janeiro. Segundo o autor, Isac Félix (PL), “a apresentação pessoal é uma necessidade fundamental na vida das pessoas”. A justificativa apresenta o procedimento, que busca dar simetria ao rosto, como um grande aliado à boa aparência a que muita gente, insatisfeita com a estética facial precisa recorrer, em situações mais extremas, até a profissionais da psicologia. A data em questão faz referência a uma resolução do Conselho Federal de Odontologia, de 29 de janeiro de 2019, que reconheceu a harmonização facial como especialidade odontológica e que até hoje gera uma polêmica no meio médico.
As técnicas mais usadas na intervenção estética, em alta nos últimos anos, são os preenchimentos com ácido hialurônico, toxina botulínica, laser e peeling. Mas o cuidado com o rosto vai além da harmonização facial.
Um sorriso alinhado deve estar em consonância com um olhar menos cansado, por exemplo. Neste caso, uma técnica vem ganhando muitos adeptos: o uso do plasma fracionado. O plasma – considerado o quarto estado físico da matéria (gás ionizado) – quando aplicado à pele realiza uma retração e também estimula a produção de colágeno e da elastina. Com o uso de um equipamento leve e portátil chamado Plasmage, o médico aproxima o aparelho em diversos pontos da superfície da pele, sem tocá-la, realizando um processo de “sublimação”: a pele na área da aplicação “evapora”, causando um efeito “lifting” – que é a retração do tecido. Essa sublimação provoca pequenas crostas superficiais temporárias que desaparecem em menos de cinco dias.
O plasma fracionado é indicado para retirada de marcas de expressão, como os tradicionais pés de galinha, e rugas periorais (em torno dos lábios, conhecidas como código de barras), bem como para a retirada de xantelasma e lesões cutâneas benignas, verrugas e cicatrizes provocadas pela acne. E, nos últimos anos, com o uso de máscaras e as atenções voltadas ao “sorriso dos olhos”, o procedimento tem sido bastante utilizado na retirada do excesso de pele das pálpebras, além de posicioná-las corretamente, diminuindo a aparência cansada e envelhecida. Ao contrário da blefaroplastia tradicional, que é invasiva, pode deixar marcas por semanas no rosto do paciente e, em alguns casos, exige uma fisioterapia dermatofuncional para uma total recuperação, no blefaroplasma (que é a blefaroplastia com o uso do plasma fracionado) não há cortes e o paciente não desenvolve hematomas. O paciente deixa o consultório com uma pequena vermelhidão local, indolor, que desaparece em poucos dias.
“O que traz os pacientes à clínica é justamente o fato do blefaroplasma ser um procedimento não invasivo, que não precisa de centro cirúrgico. O plasma fracionado vem justamente preencher essa lacuna de quem quer conter uma flacidez leve ou mediana nas pálpebras ou uma marca de expressão que sempre aparece nas fotografias, e almeja um resultado tão eficiente e duradouro, porém, sem dor”, afirma o médico Alessandro Alarcão, conselheiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, que foi um dos primeiros profissionais de saúde do Brasil a realizar procedimentos com o plasma fracionado, há cerca de cinco anos.
“O resultado é duradouro e, fazendo uma única manutenção anual, o sorriso rejuvenescido da boca e dos olhos pode permanecer por muitos anos, não existe prazo de validade. É a tecnologia a serviço, sobretudo, da saúde da pele e do aumento da autoestima”, pontua o médico.
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