É preciso falar sobre bullying, depressão e suicídio

Dolce Criança

Cynthia Wood Passianotto

Por Cynthia Wood Passianotto e Luciano Passianotto

O suicídio é um problema de saúde pública e, conforme a OMS, é uma das três principais causas de morte entre pessoas de 15 a 44 anos e a segunda entre as de 10 a 24 anos. É preciso falar sobre isso para que possamos identificar suspeitas e agir preventivamente, mas antes precisamos entender o caminho que leva alguém à um desfecho tão trágico.

Muitos fatores são considerados de risco como o histórico de transtorno mental, história de abuso sexual ou violência doméstica, mas fatores muito mais comuns como a depressão e o bullying são tão preocupantes quanto.

A depressão é uma doença que muitas vezes passa despercebida, pela capacidade de alguém sofrendo de depressão conseguir emular uma aura de normalidade. Muitas vezes é melhor se enquadrar numa interação enquanto ela não oferece nenhuma ameaça, por isso muitas pessoas deprimidas passam uma imagem de total normalidade, dificultando a suspeita.

Outro fator erroneamente considerado mais objetivo é o bullying. Erroneamente porque algumas pessoas acreditam que alguém que sofre bullying tem a capacidade de reportar o que sofrem, sinal para precisar tomar alguma ação. Crianças e adolescentes muitas vezes enxergam situações como violência, mesmo que para a maioria das pessoas seja uma interação natural. Por isso precisamos ouvi-las com atenção e muita empatia, para compreender o que realmente está acontecendo e acolher sem julgamentos. Compreender que uma situação que para nós adultos é fácil de resolver, para aquele adolescente pode ser uma dor tão grande e dilacerante que não veja sentido ou razão para continuar.

Não é fácil perceber a ideação suicida, que é quando verbal ou mentalmente o suicídio é visto como uma saída para uma situação de sofrimento. Sinais de baixa autoestima, humor deprimido, isolamento e ausência de vida social e amigos ou de autoagressão são indicativos. Ao abordar crianças e adolescentes, tente manter seus olhos e ouvidos atentos e uma linguagem corporal aberta. Eles precisam saber que não serão julgados ou que você não ficará chocado com o que eles disserem para conseguir compartilhar sua dor e seus medos.

O objetivo de qualquer conversa sobre o tema deve ser o de aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem e de mostrar que vocês pais estão ali para apoiar e ajudar a resolver qualquer situação com amor e compreensão.  Mas entender os motivos que levaram às ideações suicidas é imensamente importante para ser efetivo na prevenção e procurar tratamento adequado e resolução para o que aflige aquela pessoa.

Cynthia Wood Passianotto  é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
Acompanhe a Cynthia também em suas Redes Sociais:
@cynthia_wood_passianotto e @crescendoeacontecendo

Luciano Passianotto  é psicólogo e atende adolescentes, adultos e terapias de casais na Clínica Crescendo e Acontecendo

Conheça seu trabalho em seu site:
https://www.passianotto.com/

Assine

Nossa Newsletter

Inscreva-se para receber nossos últimos artigos.

Conheça nossa política de privacidade

vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (1)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (2)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (3)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (4)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (5)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (6)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (7)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (8)
vinheta-janeiro-2012-banner-v1 (9)
Anterior
Próximo

Artigos recomendados

Comentários


Deixe uma resposta