Oferecimento
Anglo Morumbi
Por Telma Souza
Nunca se falou tanto de saúde mental dentro de uma escola. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ansiedade e os transtornos mentais aumentaram significativamente após a COVID-19.
A dificuldade de conviver, conflitos, brigas e crises de ansiedade estão cada vez mais presentes no âmbito escolar. Educadores e especialistas têm percebido que os estudantes estão mais fragilizados, devido aos impactos emocionais causados pela pandemia, falta de convívio social e pela cobrança em relação à recomposição de aprendizagens perdidas durante os últimos dois anos.
Há muita pressão e expectativa para que os alunos aprendam e recuperem o “tempo perdido”. O nível de ansiedade aumenta à medida que as expectativas são muito altas, levando também a um aumento de conflitos e estresse por parte das pessoas. Para superar esses obstáculos, o trabalho mais importante desenvolvido no Colégio Anglo Morumbi, foi o de acolhimento.
Observar os sentimentos dos alunos e desenvolver habilidades socioemocionais ajudam os alunos no processo de ensino aprendizagem.
Para conseguirmos concluir o conteúdo programático, precisamos primeiramente olhar o aluno com empatia e amor. Sabemos que o aprendizado só acontece quando há equilíbrio emocional e quando o aluno se sente pertencente ao ambiente em que ele está inserido. Devemos observar o aluno de forma singular, respeitando e oferecendo condições de aprendizado.
O professor é o coração do processo de aprendizado! Promover atividades que colaborem com o fortalecimento de vínculo entre as crianças e que eles consigam expressar seus sentimentos, como rodas de conversa, dinâmicas e trocas de bilhetes falando sobre as qualidades um do outro (conta bancária emocional- Programa o Líder em Mim), podem favorecer significativamente o aprendizado do aluno.
Segundo a professora Thaís Magri do 2º ano, “neste novo ano escolar, fomos convidados a refletir sobre a acolhida e recepção dos alunos vindos de um período remoto de aulas. Os professores preparavam-se e desenvolviam estratégias para que as lacunas pedagógicas e sociais fossem cuidadas da melhor maneira possível.
Os alunos, separados neste período de amigos e professores, deixaram de exercitar não só suas habilidades pedagógicas, mas também as do âmbito socioemocional.
Com o decorrer do primeiro período (trimestre), pudemos perceber que a urgência dessa natureza era a prioridade nas salas de aula.
Como participar do espaço da sala de aula, escutar o colega, aguardar minha vez de falar? Atitudes que parecem simples, mas tiveram de ser retomadas pouco a pouco.
O relacionamento com o outro foi o que mais chamou atenção em minha sala de aula. Os vínculos foram enfraquecidos ou modificados. Alguns alunos compartilharam suas angústias relatando estarem sozinhos durante o recreio.
A escuta ativa e propostas focadas no desenvolvimento de competências socioemocionais foram estratégias usadas para que todo o grupo se responsabilizasse pelo episódio citado.
A princípio uma conversa com aspectos norteadores sobre tentar se colocar no lugar do outro e perceber como seria ficar sozinho durante o recreio, ou que tipo de escolhas posso fazer para contribuir para que isso não aconteça mais foi realizada.
Depois trazer à consciência de que não estamos sós, somos um grupo e devemos amparar a todos que fazem parte deste grupo.
Com o programa Líder em Mim, trouxemos a necessidade de criar um papel de liderança da amizade, cujo perfil deveria ser de um colega atencioso, amável e é claro, amigável. Esses líderes deveriam perceber e iniciar a acolhida ao perceberem algum colega sozinho.
Com o tempo, estendemos o papel de liderança para todo o grupo visto que as relações dependem das duas (ou mais) pessoas e criamos uma rotina que consistia em: um dia o colega que se sentia sozinho, escolhia alguém ou um grupo para fazer parte ou tomar lanche junto. No outro dia, alguém ou algum grupo oferecia-se para fazer companhia a esse colega.
Após o lanche, retomamos com uma breve reunião para compartilhar como foi o momento e se havia sido proveitoso às duas partes.
Entendemos que ser escolhido é muito bom, mas exercer nosso papel de iniciativa também é muito importante.
Lapidar cada relação e possibilidade, dar a chance a novos colegas, reconectar-se com velhos amigos são modos de fortalecer vínculos e fortalecer-se como grupo.”
O processo de recuperação destes dois anos de pandemia, ainda está só no início. Devemos estar atentos ao aprendizado dos alunos e aos processos que levam ao alcance destes objetivos. Não devemos esquecer que as pessoas sempre serão o centro de aprendizagem, por isso é essencial que o acolhimento seja um dos princípios básicos de toda a educação.
Imagens cedidas pelo Colégio Anglo Morumbi
Telma Souza é Coordenadora do Fundamental Anos Iniciais, de 2º ao 5ºano
Há mais de 27 anos, o Colégio Anglo Morumbi vem transformando vidas e abrindo caminhos para um mundo em transformação. A proposta pedagógica é pautada nos três pilares: acadêmico (Sistema Anglo de ensino, treinamento contínuo de professores, High School, Plataforma Bilíngue Cultura Inglesa (Imersão na língua inglesa), socioemocional (Líder em Mim, Parceria Unesco) e inovação (Cultura Maker, Sala Google, Aplicativos de gamificação).
Os alunos, desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental até o Ensino Médio, são incentivados a desenvolverem suas lideranças, responsabilidades e o protagonismo para sua formação. Recebemos o título de Escola Farol, um reconhecimento internacional da excelência atingida pela escola em termos de resultados escolares, desenvolvimento do senso de liderança, autonomia e autoconfiança dos alunos.
O Colégio Anglo Morumbi é Escola Google Referência, reconhecidos por desenvolver soluções curriculares inovadoras e tecnológicas, que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. Os professores são capacitados e certificados para utilizarem as ferramentas Google, tornando a aula mais envolvente e dinâmica.
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