Envelhecemos, não? Então, vamos redecorar a casa para o futuro!

Dolce in Design

Paulo Di Mello

Quando envelhecemos o nosso conceito de casa passa a se resumir em conforto e bem-estar

Você pode estar pensando que eu vou automatizar sua casa e ela vai fazer tudo sozinha, o que seria ótimo. Mas, hoje vou falar sobre uma maneira de decorar que somente pensamos quando ficamos mais velhos mesmo ou quando temos idosos morando conosco. Porém isso não quer dizer que nossa casa vai se tornar uma bagunça.

Imagem de Freepik

Quando envelhecemos o nosso conceito de casa passa a se resumir em conforto e bem-estar, deixando de lado alguns conceitos nos quais antes acreditávamos serem mais importantes.

Assim como no corpo humano, podemos fazer uma plástica em sua estética exterior e por dentro adaptações para que ela se adeque ao nosso envelhecimento.

Nesta fase passamos a perceber como é importante a luz em nossas vidas. Por isso e inevitável iluminarmos mais a casa em alguns ambientes, como a cozinha, porque você passa a querer ver melhor os alimentos que consome e também quer facilitar seu trabalho na hora do preparo das suas refeições.

Se pouco utilizamos mesa e cadeiras, como na maioria das casas, por que não substituir por uma ilha mais estreita para que se tenha maior mobilidade e espaço, quando temos a opção de termos uma sala de jantar? Acessibilidade é uma realidade que temos que contar dentro da nossa própria casa.

Quantas vezes você não recebeu aquela tia que não te vê há anos e na hora dela levantar do sofá, parece um carro querendo dar a partida e não consegue levantar!

As poltronas e sofás com braço exercem uma função de apoio, e almofadas, além de decorar e proporcionar conforto, ajudam na hora do “arranque do motor”.

Sua esposa comprou aquela geladeira Side by Side que ela tanto sonhava, mas que não passou na porta porque na última reforma você esqueceu de trocar por uma com abertura maior, sendo mais acessível.

Portas precisam também acompanhar a evolução, pois além de móveis e eletrodomésticos, a circulação das pessoas pode ficar comprometida com seu envelhecimento.

Mesmo que você ache que sua visão é igual a de um gato à noite, colocar sensores de presença ou luzes de emergência nos corredores, halls e demais ambientes em que frequenta durante a madrugada, sempre serão bem-vindos para indicar o caminho, assim como os atuais abajures touch, evitando assim que fique umas três horas procurando o botão para ligar até ele cair no chão.

E aquele tapete Kilin que sua mãe trouxe da Turquia? Caso tenha que fazer um plebiscito familiar para remover de sua sala por ela ter tropeçado e caído, você tem ainda a solução de prendê-lo no chão bem esticado com fita dupla face.

E o seu banheiro? Ele também vai ter que acompanhar a evolução.

Hoje contamos com barras de acessibilidade em qualquer cor que combine com o projeto de banheiro, sem deixar ele com “cara de banheiro de hospital”, como eu já ouvi muita gente falar. Afinal, acessibilidade deixou de ser sinônimo de doença e passou a ser conforto.

Existe uma infinidade de pequenos detalhes que podem ser incorporados em uma decoração para deixar a casa confortável para uma pessoa mais velha, sem agredir o ambiente como rampas, corrimões, facilidades eletrônicas inteligentes como, câmeras, alarmes de fumaça, iluminação externa, entre tantas.

O amadurecimento é uma consequência natural da vida e o ambiente em que vivemos deve estar preparado para acompanha-lo.

Pense nisso na sua próxima reforma! See you soon!

Imagens cedidas por Paulo Di Mello

Paulo Di Mello é designer e arquiteto de interiores com trabalhos reconhecidos no Brasil e exterior e destaque em publicações como “Revista CasaCor“, “Revista Decorar”, “Portilato USA” e “Miami Beach Interior Design”.

Busca agregar em seus trabalhos a identidade de seus clientes, criando trabalhos personalizados. Tem especialização em projetos voltados para a inclusão social, em especial para estabelecimentos comerciais, o que lhe permite emitir um selo de acessibilidade.

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