Baile das cores

Dolce Selfcare

Cecília Trigueiros

Invista na sua criatividade, abuse das cores, brilhos, prenda o cabelo e mesmo que o seu samba seja simplório, escute com atenção o ritmo que está chegando

Eu me lembro da minha avó, entre um cafuné e outro, me contando sobre os corsos com um brilho saudosista no olhar.

Eram os carros conversíveis abertos que desfilavam amontoados de foliões fantasiados, que jogavam confetes, serpentina e esguichos de lança perfume nos ocupantes dos outros veículos. Enquanto ela descrevia a festança de rua de maneira quase poética, eu atiçava a minha mente num devaneio infantil onde eu era uma linda colombina serpenteando a todos os pierrôs.

Das estórias da minha meninice para cá, a tradição do samba, dança e música trazida pelo tráfico de escravos em mil e seiscentos, foi incorporada até o último ritmo de pandeiro pelo nosso povo, resultando numa euforia coletiva meses antes do evento dar início.

A escola de samba “Deixa Falar” no Rio de Janeiro foi a pioneira na nossa estória e, com isso, todas as outras vieram em seguida, mas não no Nordeste que permaneceu fiel ao carnaval de rua, embalado por frevo e trios elétricos.

Atualmente, a folia está mais para uma baderna e a festa mais popular do solo tupiniquim perdeu a essência de outros tempos, que era primordialmente levar alegria para todas as pessoas.

Nos dias de hoje, o foco é a questão comercial (busca pelo lucro) e pode-se confirmar esse fato com as presenças marcantes das grandes cervejarias, camarotes com preços exorbitantes e emissoras de televisão.

Independentemente dos motivos reais que incentivam essa data, a população sabe aproveitar ao máximo a irreverência e imersão nos sons e nas danças que escapam dos salões para ganhar as ruas, se permitindo sair dos trajes usuais, num espetáculo quase circense de coloridos, máscaras e ritmos contagiantes.

Agora vamos entrar no universo que essa autora sem samba no pé mais aprecia?

Makes!

No início não havia uma maquiagem específica para o Carnaval, mas isso foi mudando juntamente com as fantasias cada vez mais elaboradas, os desfiles faraônicos, além das musas das escolas de samba com o rosto e o corpo maquiados.

Eu fui simplória na descrição: musas praticamente nuas, cobertas somente por camadas de tinta, com o topo da cabeça emoldurado por adereços enormes, lantejoulas, enfeites e plumas colossais revoando ao longo das avenidas do samba, carregadas de energia, força radiante e muito alto astral.

Já nós, pobres mortais distantes das musas, mas próximas da folia podemos nos esbaldar com as cores das makes que estão em alta para a epopeica festividade dessa semana.

As dicas para as foliãs são:

  • Sombras coloridas
  • Tons claros e alegres, como o rosa com laranja
  • Delineados coloridos e chamativos
  • Pedrarias de strass coladas nas pálpebras e onde mais você quiser!

Minha sugestão final é: invista na sua criatividade, abuse das cores, brilhos, prenda o cabelo, use o protetor solar, beba muita água, aqueça os quadris, desencalhe os acessórios e mesmo que o seu samba seja simplório, escute com atenção o ritmo que está chegando…

Bonitas, é o ziriguidum que está ecoando!

Nos reencontramos no dia seguinte daquele que amanhece preguiçoso e com o asfalto emudecido pelas cinzas da quarta-feira.

Até lá, colombinas.

E arlequins, atenção! Nada de choros pelo salão!

Cecília Trigueiros é formada em Marketing e maquiadora profissional e especialista em autocuidado e beleza. 

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Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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