Segundo a B3, número de investidoras mais do que triplicou em cinco anos. Para educadora financeira Simone Sgarbi, o avanço se deve muito à popularização que a internet trouxe ao assunto, antes restrito a círculos predominantemente masculinos
No mês dedicado às mulheres, a B3, Bolsa de Valores sediada em São Paulo, ressalta um dado animador para o universo feminino: cada vez mais mulheres adentram ao mundo dos investimentos. Conforme levantamento feito pela instituição, nos últimos cinco anos, o número de investidoras mais do que triplicou, passando de cerca de 400 mil, em 2019, para aproximadamente 1 milhão e 400 mil, em 2023. Com relação aos homens, contudo, a quantidade ainda é pequena; elas representam somente 22,83% do total de investidores da instituição.
A educadora financeira Simone Sgarbi pondera que apesar de o número ainda ser pequeno proporcionalmente, já pode ser considerado uma grande vitória, haja visto o machismo histórico do país, que não empoderava as mulheres e pouco permitia a participação delas em assuntos financeiros. “Até 1962, a mulher precisava de autorização do marido para trabalhar fora, abrir conta no banco ou ter um comércio. Isso, sem sombra de dúvidas, reflete o número atual de investidoras na Bolsa de Valores”, afirma.
Mas o avanço é inegável. A cartela de clientes da própria Simone, formada em sua grande maioria (85%) por mulheres, é uma mostra desse crescimento. Para ela, um dos fatores importantes que contribui para a maior participação das mulheres no universo dos investimentos financeiros nos últimos anos é a popularização que a internet trouxe aos assuntos financeiros, antes restrito a círculos predominantemente masculinos.

Simone relata que suas clientes chegam sedentas por informações, pois a grande maioria passou a vida à margem da discussão sobre tipos de investimentos. “Não é um assunto coloquial nas rodas de conversa e elas precisam buscar esse conhecimento. A internet é de grande ajuda nessa empreitada”, destaca.
Segundo ela, por terem a tendência de estudar mais a respeito de investimentos, antes de efetivamente começarem a aplicar na bolsa de valores, apesar de não estarem tão acostumadas a investir, o primeiro aporte delas costuma ser mais arrojado do que o realizado pelos homens. Conforme a B3, em julho de 2022, último período disponibilizado pela instituição, o valor mediano do primeiro investimento das mulheres na bolsa foi de R$ 463, enquanto o dos homens foi de R$ 71.
Não obstante o arrojo da primeira investida, pesquisas mostram que as mulheres são mais cautelosas e resilientes em relação aos investimentos. “Ao passo que as mulheres tendem a manter seus investimentos por mais tempo, os homens pulam mais de um investimento para o outro”, afirma Simone. Para a educadora financeira, isso se deve a questões culturais. “Os homens foram mais incentivados a se arriscarem desde cedo. Já as mulheres foram relegadas ao papel de cuidadoras. Não é de estranhar que isso se reflita no modo de investir”, diz.

Simone Sgarbi é empreendedora, criadora de conteúdo, mãe, educadora financeira e palestrante
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