Mais e mais casais afrouxam os limites do que conhecemos como um casal tradicional no quesito fidelidade
O ser humano é inquieto no quesito sexualidade. Sempre foi curioso e sempre será, e nesta era do “tudo pode”, tudo é permitido! Mais e mais casais afrouxam os limites do que conhecemos como um casal tradicional no quesito fidelidade.
É comum que um casal que esteja em um momento de baixa de desejo entre si, passe a frequentar casas de swing, por exemplo, ou decida abrir mão da fidelidade entre eles, com ou sem cláusulas. Ou decidam trazer mais uma pessoa para a relação.
Por mais estranho que esse comportamento possa parecer para quem entende que o casamento deve ser entre duas pessoas e que o voto de fidelidade deve ser preservado, eu defendo o direito de cada um ser quem é e trilhar o caminho que mais lhe convém ou faça feliz, desde que não prejudique outras pessoas.
A questão para mim é: todas as partes estão de acordo?
Vamos pensar na seguinte situação: Maria se casa com João, ambos com 28 anos e fazem um voto de fidelidade. Sete anos depois a crise bate, ou está tudo bem como sempre foi, e João chega em casa com esta novidade. — Por que não abrirmos mão da fidelidade? Eu transo com quem eu quero e você transa com quem você quer? Ou João já tem uma amante e quer trazê-la para viver em casa, os três. Maria pergunta: — E agora?
O fato de Fulano, Beltrano ou Ciclano ter um relacionamento assim não significa que você também tem que agir dessa forma. Estamos falando da vida individual. Isso não é para surfar como se fosse uma modinha.
A índole da Maria pode ser outra, ela preza a fidelidade, gosta de ser fiel e quer um parceiro assim. E está tudo bem. Mas ela tem que se perguntar e ser honesta o suficiente para responder: — O que EU quero? O que ME satisfaz? Qual o MEU desejo?
Se aceitar abrir a relação, não vale chorar depois ou não segurar a onda do ciúme. Se não aceitar, tem que entender que o outro pode preferir ficar livre para ir atrás dos seus desejos.
Fácil? Não. Bem, nada é fácil nos relacionamentos amorosos. Mas é preciso estar inteiro, se conhecer bem, definir quais são os limites da relação. Conseguir conversar com o outro com maturidade e respeito. Definir quais os acordos que lhes convém.
Se estiver bom para ambas as partes…
Eliane Bodart é ex-juíza de Direito, conselheira para relacionamentos amorosos e autora de seis livros, entre eles “Bem Perto – contos eróticos inspirados em canções”
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