Não se responsabilizar pelas próprias ações é o maior erro que um profissional pode cometer

Segundo psicóloga e consultora em liderança e cultura, as empresas estão cada vez mais de olho em profissionais que demonstram iniciativa e assumem o protagonismo

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Seja na busca por um novo emprego, seja nas escolhas das oportunidades que se apresentam no dia a dia de um trabalho, quando o assunto é carreira, por mais que atuemos de modo diligente, é muito comum que cometamos erros. Segundo a psicóloga com mais de 30 anos de experiência em RHs de grandes empresas e consultora em liderança e cultura Andréa Krug, o maior deslize que um profissional pode cometer é deixar que o chefe escolha por ele. “Em matéria de carreira, o que vale é o nosso protagonismo, é o quanto somos capazes de sermos responsáveis por nós mesmos, de perseguirmos objetivos, independentemente das condições ou recursos”, afirma.

De acordo com Andréa, muitos profissionais acabam se escondendo em fatores externos para fugir da responsabilidade de terem que fazer suas próprias escolhas e tomar suas próprias decisões. Ela relata ter se deparado com muitos jovens, ao longo de sua carreira, que justificaram terem sido reprovados em um processo seletivo de estágio por não terem tido as mesmas oportunidades para estudar outros idiomas, por exemplo, que outros candidatos. Mas, segundo a consultora em liderança e cultura, é possível de encontrar formas de contornar as dificuldades. “No caso do idioma, a internet está repleta de sites gratuitos, que podem alavancar uma mínima fluência na língua, desde que o profissional aja com foco e disciplina”, explica.

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Nesse sentido, para avaliar se o profissional está realmente tomando decisões de acordo com os próprios critérios ou se está negligenciando suas vontades, a psicóloga faz um convite para que reflita sobre escolhas e conquistas. Sendo assim, Andréa recomenda que os profissionais indaguem se durante toda a vida, usualmente, correram atrás de seus objetivos ou simplesmente receberam as oportunidades por meio de terceiros (pais, professores, amigos). No caso da segunda alternativa ser a verdadeira, a consultora em liderança e cultura pede para que avaliem se sua conduta diante dessa oportunidade foi de passividade ou mais ativa, buscando ir além do básico que foi entregue.

Se após essas reflexões o profissional concluir que, definitivamente, foi mais passivo do que proativo nas alternativas que escolheu durante sua jornada, Andréa aconselha que reconsidere as condutas atuais e comece a correr atrás daquilo que realmente importa para ele. Segundo a psicóloga, uma postura mais determinada é fundamental no mundo contemporâneo. “Atualmente, as oportunidades estão cada vez mais difusas, mais difíceis de serem encontradas e decodificadas, então é preciso ter iniciativa e jogo de cintura para encontrar aquela que tem mais a ver com seu perfil. Além disso, é necessário esforço, dedicação e resiliência para que você faça por merecer aquilo que escolheu”, diz.

No caso de um processo seletivo de uma empresa, por exemplo, destaca a consultora em liderança e cultura, muitas vezes é difícil inteirar-se que a vaga está disponível, então é preciso que o profissional tenha iniciativa para se cercar dos diversos meios que tornem mais fácil a tarefa de encontrá-la. A mesma conduta ativa vale para se preparar para o processo de seleção de candidatos, diz a psicóloga. De acordo com Andréa, não basta acreditar que o destino lhe alçará magicamente ao cargo, se assim o quiser, porque pensamento positivo, sem esforço, dedicação e preparo, não surte nenhum efeito.

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Tendo em vista a importância de uma conduta proativa em tudo o que diz respeito à carreira, o profissional que deseja se candidatar a um processo seletivo, por exemplo, aponta a consultora em liderança e cultura, precisa conscientizar-se de que, diferentemente do que diz o senso comum, não é quantidade de idiomas que fala, a universidade que estuda ou número de intercâmbios que fará a diferença para ser escolhido ou não. Conforme Andréa, o que tem contado de fato, cada vez mais, para as empresas são as atitudes demonstradas pelos candidatos em sua trajetória de vida pessoal e profissional, aquilo que eles foram capazes de realizar.

De acordo com a psicóloga, mais do que as habilidades técnicas (conhecimentos que tornam alguém apto a exercer a função) o que vem sendo requerido e privilegiado no momento de escolher um profissional para ocupar determinado cargo são as habilidades sociocomportamentais e emocionais, as chamadas soft skills, entre as quais: o interesse, a curiosidade, o protagonismo e a capacidade de saber levantar-se após um tombo. “As empresas já descobriram que o que faz com que seus contratados cresçam e se desenvolvam no dia a dia da empresa são as suas atitudes”, conclui.

Andréa Krug é formada em Psicologia pela UFRJ, pós-graduada em Recursos Humanos pelo IAG Master da PUC/RJ e com MBA em Administração pelo Coppead. Com mais de 35 anos de experiência profissional, ocupou cargos executivos com abrangência para América Latina, em empresas como AMBEV, Cisper, Claro, TIM e Oi. Sua experiência engloba a condução de diversos processos de change management, startup de operações, bem como processo de M&A. Inovou na diferenciação de um pipeline de jovens talentos, criando programas que se tornaram referência no mercado. Implantou projetos de alto volume e complexidade, incluindo a montagem do restaurante da Vila dos Atletas na Rio 2016, responsável por servir mais de 1MM de refeições no Jogos Olímpicos Rio 2016. Seu trabalho de desenvolvimento de lideranças foi reconhecido através do ranking Exame/Hay (2009-10) como uma das 10 Best Companies for Leaders no Brasil. Desde 2017 desenvolve aplicações para RH utilizando IA e analytics para mapeamento de talentos e micro learning. Palestrante do Fórum de Lideranças 2020, Workshop sobre People Analytics 2021 e Case: “vai encarar” em 20022, Lider Game em 2023 e Papo Veloz em 2024 da ABTD, Future Rio 2021 e Rio Innovation Week 2022.

@apkrug

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