Por que incentivar a participação das crianças nas tarefas de casa?

Atividades devem ser introduzidas de maneira lúdica e gradual

Design Dolce sob imagem por Mukhina1 em Canva

A participação de meninas e meninos nas tarefas domésticas é muito importante para seu desenvolvimento. “Basicamente, ao ensinar estas atividades para os filhos, os pais estão preparando as crianças para a vida adulta, na qual as responsabilidades e obrigações são parte do cotidiano”, diz Filipe Colombini, psicólogo parental e CEO da Equipe AT. “Além disso, atividades como guardar brinquedos, arrumar a cama, ajudar a colocar as roupas no varal e secar louças também estimulam habilidades cognitivas e motoras e contribuem para que o pequeno tenha noções de empatia, senso de responsabilidade e independência”, acrescenta.

É importante, porém, que os pais compreendam as capacidades de cada faixa etária e adaptem as responsabilidades de acordo com esse critério. Crianças de até cinco anos, por exemplo, podem ajudar a organizar brinquedos, arrumar a cama e até mesmo a colocar a mesa para as refeições. Já as que têm entre sete e dez anos podem lavar a louça, varrer o chão e ajudar a cuidar dos irmãos.

Design Dolce sob imagem por Studio Roman em Canva

Como incorporar essas práticas na rotina?

Segundo Colombini, as atividades devem ser introduzidas de maneira lúdica e gradual. “A partir dos dois ou três anos, os pais devem começar a conversar com seus filhos sobre as tarefas do dia a dia, utilizando uma linguagem clara e paciente. Nesta fase, vale ensinar como guardar os brinquedos dentro da caixa ou colocar os livros na prateleira”, diz o psicólogo. “O objetivo é que a criança se sinta parte do processo e aprenda, desde cedo, a importância de ajudar os outros”, completa.

Vale lembrar que ter uma rotina bem estabelecida é fundamental para o desenvolvimento infantil e as atividades domésticas devem ser inseridas nesse esquema. “É muito benéfico para as crianças entenderem a sequência das atividades e as noções de início, meio e fim”, destaca o especialista.

Além disso, o monitoramento positivo deve fazer parte da rotina da família. “Se a criança errar em alguma tarefa, o ideal é não culpá-la, mas orientá-la com calma e paciência. Nunca se deve gritar ou esbravejar, o foco deve ser sempre ajudar e elogiar os acertos, incentivando a cooperação ao invés da competitividade”, reforça Colombini.

No mais, os pais devem estimular que um irmão apoie o outro e fazer das tarefas um momento de aprendizado e diversão. “Esta é a chave para que as crianças desenvolvam um vínculo positivo com as responsabilidades do lar e, com paciência, incentivo e orientação, elas estarão efetivamente preparadas para enfrentar os desafios do futuro”, destaca o psicólogo.

Design Dolce sob imagem por Studio Roman em Canva

Confira, a seguir, sugestões de tarefas por idade:

  • 3 a 4 anos: guardar brinquedos e livros, colocar roupas sujas no cesto.
  • 5 a 6 anos: colocar ração para o pet, arrumar a cama, ajudar a arrumar a mesa antes das refeições.
  • 7 a 8 anos: dobrar toalhas, varrer o chão, ajudar a olhar os irmãos.
  • 9 a 10 anos: estender e dobrar roupas, guardar compras, lavar a louça.
  • 11 a 12 anos: levar o cachorro para passear, utilizar o aspirador de pó.
  • 13 anos em diante: ajudar a passar roupas e auxiliar no preparo dos alimentos.

Filipe Colombini é psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.

@filipecolombini

Colaboração da pauta:

Key Press Comunicação

@keypresscom

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