A empresária revela que talvez esteja vivendo uma das melhores experiências de vida que teve até agora
Por Paulo Maia
Está sendo uma das melhores experiências da minha vida”. Foi com essa frase que Juliana começou a responder à pergunta que fiz sobre como estava seu ânimo após 40 dias, até então, de campanha eleitoral à sua candidatura para a câmara de vereadores de São Paulo para este ano. “Eu super indico para aquelas pessoas que querem entrar para a política, que acreditam que podem fazer algo pelo coletivo, que possuem ideais cívicas e que desejam, genuinamente, ajudar a sociedade em que vive”, acrescenta.
Com entusiasmo, Juliana fala que se dedicou com muito afinco e amor nesta campanha. Mesmo com pouco recursos, especialmente por ser novata na política e não ter exatamente um nome famoso com uma visibilidade grande, não poupou esforços para sair à rua, encontrar com pessoas, fazer conexões, informar suas intenções e, especialmente, ouvir o que elas tinham a dizer e poder trocar ideias e conhecer os fatos encarando a própria realidade.
Ela acabou por rever uma séria de julgamentos sobre o que o senso comum fala da política. Primeiramente, ela indica que, como em tudo na vida, na política há pessoas com boas intenções e há, claro, aquelas cujas intenções e ações são, no mínimo, suspeitas. Mas que, no pesar da balança, devemos sim, investir na política. Afinal, diz ela, “a única saída para todos nós, em uma sociedade que busca ser civilizada e que deseja sempre condições melhores de vida, a política é o caminho. O contrário é a barbárie, a guerra, conflitos que não trazem nada de bom ou edificante; muito pelo contrário, só degrada a todos nós e não lança nenhuma esperança no horizonte”, afirma.
Ela já sabia e, em sua campanha pode conferir na dura realidade, de que há um uma intepretação muito equivocada de grande parte da população sobre o papel de um vereador. Muitas pessoas se aproximam de um candidato para pedir coisas, especialmente aquela parte da população desassistida pelo estado, muitas delas na periferia e sem acesso a uma formação cívica e a uma assistência social decente. Talvez esse comportamento seja mesmo reforçado por anos de exercício de candidatos que os visitam em épocas eleitorais apenas mesmo para pedir voto e, em troca, o eleitor quer uma compensação imediata, como uma cesta básica ou mesmo dinheiro, pedindo PIX antes mesmo de um olá!
Juliana, com paciência e atenção, buscou orientar pessoas, sobre o papel do vereador, sobre o que ele pode e não pode fazer em seu mandato; de que suas atividades devem pensar na melhora de condições de vida do coletivo, por mais utópico e ingênuo que isso possa parecer aos olhos dos mais cínicos com a política, mas me pareceu que Juliana não se sentia inclinada a deixar para lá ou tentar algo que soasse mais falso. Ela entende que não poderia fazer de outra maneira.
Mas, para além da árdua tarefa de tentar esclarecer as coisas, Juliana buscou contudo, fazer contato com a população que trabalha no setor da Beleza. Segundo ela, há um déficit grande de profissionais da área, muito impactada ainda pelos efeitos da pandemia e, sem uma secretaria específica, tem tido pouca ou nenhuma assistência do Estado. Ela tem, nestes tempos, apelado à Secretaria de Turismo, que tem dado um respaldo a seus pedidos para auxiliar as pessoas da área.
Para Juliana, a Beleza é um setor que merece ser visto com mais atenção devido à sua pujante economia. Cita, como exemplo, os diversos eventos, feiras, congressos que ocorrem todo ano na cidade de São Paulo. Pessoas que vem de diversos lugares para participar deles, buscam salões de beleza na cidade, especialmente o público feminino para atender às suas demandas. Profissionais da Beleza que precisam não apenas de assistência, mas de orientações em como obtê-las do Estado e, principalmente, de capacitação profissional e educação financeira.
Juliana dedicou em média 6 horas do dia para sua campanha; 3 horas sempre na rua, mais outras 3 horas no online, dando atenção às redes sociais, especialmente no WhatsApp. E quando na rua, mesmo com o calor dos últimos dias, caminhando entre as pessoas, se apresentando, conhecendo suas histórias, conversando, fazendo conexões. Disse que tem sido muito bem recebida, ainda que relatou ter sido alvo de ataques, hostilidades e muita violência verbal em algumas ocasiões. Comportamento muito presente nestes tempos de polarização irracional. Mas, compreendendo que faz parte do jogo e entendendo que seu papel é, em parte, ajudar a mudar este espectro, Juliana foi muito resiliente, não deixando se abater e buscando manter suas responsabilidades sempre em dia, principalmente, claro, com seu trabalho.
Juliana entende que é fundamental que ela dê o exemplo. Afinal, buscando ser eleita para um cargo público, se sente uma servidora e quer mostrar que pode dar conta do recado. Entre tanto aprendizado em tão pouco tempo, ela compreendeu que é preciso uma certa vocação, uma certa preocupação social que deve ir além do privado.
Considera, entretanto, ser bem difícil se eleger logo na primeira candidatura. Mas diz, com o coração, que se receber a confiança do eleitor, fará um mandato com transparência e dará atenção também a projetos que estão engavetados e que dependem de vontade e apoio político para serem levados adiante, mas que entende que são essenciais à cidade. Pode parecer ser mais um discurso utópico, dito da boca de qualquer político, mas, para quem a conhece, sabe que ela faria sim, mesmo sabendo que estaria enfrentando uma cultura muito dura e respaldada em muita corrupção, corporativismo e clientelismo.
Juliana se considera mordida pela febre da política. Diz que pelos próximos 10 a 15 anos, estará na política, não importa se como candidata novamente, ou como a vereadora que deseja ser, ou apoiando alguém, ou mesmo trabalhando em pró de uma melhora nas condições de vida das pessoas e do lugar em que vive, no âmbito público.
Creio que há características inatas que determinam um certo temperamento em todos nós. Aquelas inclinações que temos que sequer pensamos quando agimos. Pequenos detalhes que nos diferenciam, algo como se importar ou não com a opinião de alguém sobre você, por exemplo. Vejo que entre as características da personalidade da Juliana tem essa coisa de seu temperamento em estar à disposição de pessoas; de querer ajudar no sentido de que possam exercer ao máximo suas capacidades e explorar habilidades, justamente para consigam ser autônomas em alguma medida.
Eu já havia percebido isso em Juliana quando a entrevistei sobre sua jornada como empresária. Percebo novamente esta característica dentro deste novo cenário. É como se ela descobrisse uma instância maior em que pode atuar; descobriu que há ainda muito a fazer para além de assuntos privados: vislumbrou-se útil na instância pública.
“É um trabalho gigantesco e sem fim, mas para mim, é gratificante saber que minha ações podem resultar em melhora de nossas vidas … sempre busquei viver minha vida com propósitos, dar significado positivo e do bem às coisas que faço… acho que achei mais um…”, reflete Juliana com um sorriso no rosto, em um misto de cansaço pela batalha até agora com um entusiasmo curioso pelo que vem à frente.
Deixo meu desejo de boa sorte e sucesso à Juliana nesta jornada que parece apenas estar começando, intuindo de que ainda ouviremos falar muito dela.
Para o nosso bem!
Paulo Maia é editor do Portal Dolce Morumbi®
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