Então, recebi uma ligação informando que uma vaga surgira em uma escola que eu nunca tinha ouvido falar. No mesmo dia, fui até lá com todos os documentos, ansiosa para garantir a matrícula. No entanto, ao preencher os papéis, comecei a chorar muito e sentia no meu coração: “meu filho não pertence a este lugar”. E, mesmo sem saber o porquê, sabia que nunca levaria Rafael para aquela escola. Não tinha um motivo aparente, eu somente sabia.

Fui embora desesperada, tentei transferência, tentei secretaria da educação e mesmo sendo chamada de louca e de preconceituosa, mantive minha posição de não deixar ele naquela escola. Após essa batalha, fui até uma escola particular que já havia tentado anteriormente e consegui uma bolsa parcial que cabia no meu orçamento. Transferi Rafael antes mesmo que ele pisasse na escola anterior.

Menos de um mês depois, enquanto eu resolvia assuntos em um posto de atendimento próximo à escola onde havia saído a vaga, algo terrível aconteceu. Enquanto ouvia sirenes e helicópteros, recebi ligações preocupadas dos meus pais. Ao consultar as notícias, tomei conhecimento de que um jovem havia invadido aquela escola, tirando a vida de uma professora e ferindo outros alunos. O garoto tinha quase a mesma idade do Rafael que deveria estar ali naquele dia, naquele horário…