É imperativo cuidar das nossas crianças nestes tempos de ódio e horror em que vivemos!

Dolce Criança

Cynthia Wood Passianotto

"Vou poder ir à escola?"; "É verdade que crianças estão morrendo?"; “E se acontecer comigo, mamãe?"

Estas duas últimas semanas estamos sendo bombardeados de informações, ameaças e medos!

Pais com medo de seus filhos irem à escola, especialmente nesta data de 20/04, em que se aproxima a datas associadas com o Massacre de Colombine, que está fazendo 24 anos, e a de nascimento de Adolf Hitler. O que aumenta o pavor das crianças e adolescentes com o que está acontecendo e faz com que tenham crises de ansiedade e pânico. 

Como falar sobre o que está acontecendo com os filhos?

  • Acolher este sentimento é o primeiro passo. Deixar que eles digam o que acham, sabem e temem. Saber o que chegou e como chegou até eles.
  • Ter disponibilidade para ouvir e pensar com eles sobre a questão.
  • Mostrar que família, governo e escola tem criado esquemas de segurança. E mostrar quais os métodos estão sendo adotados principalmente nas escolas.
  • Explicar que tudo bem sentir medo, e não desmerecer este medo.
  • Deixar claro que muitas escolas estarão neste dia em específico fazendo um dia da paz dentro de suas unidades com atividades de acolhimento para crianças e professores. E que neste momento vão trabalhar a empatia e não violência. O que pode ser muito bom. Porém, caso o medo seja intenso, tudo bem faltar neste dia. Até mesmo porque a maioria das escolas tiraram deste dia provas e deixaram como ponto facultativo para a família ter opção de escolha.

E a longo prazo o que fazer para que isto não volte a acontecer?

Temos, como pais, a obrigação de conversar com os filhos diariamente sobre a não violência e mostrar que isso não acontece somente na escola, mas que acontece no dia a dia e que não podemos mais tolerar discursos de ódio, que temos todos que saber como nos portar e que temos sim, que respeitar o próximo e denunciar quando formos desrespeitados.

Temos, como pais, que criar mais diálogos e conversas com nossos filhos, saber por onde eles andam e o que eles pensam!

Criar mais atividades em família que aumente o vínculo familiar e que os filhos possam trazer seus conflitos cientes de que podem contar com os pais para apoiá-los.

Ficarmos atentos ao comportamento de nossos filhos nas redes sociais, o que fazem e com quem conversam.

Ter bloqueios de acordo com as faixas etárias é necessário. A falta de monitoramento e limites tem causado enormes problemas sociais e emocionais.

Evitar a exposição a notícias violentas e fake news.

Diálogos para indicar que discurso de ódio, vingança, misoginia, racismo, assim como discurso extremista e defesa de armas não devem ser tolerados e o exemplo começa em casa.

Devemos refletir e indagar onde tudo isso começou, para juntos da escola, fazermos um trabalho intenso para a volta da paz e pelo respeito na nossa sociedade como um todo.

Cobrar das escolas trabalho constante de paz entre alunos e professores. Conscientização, informação, dinâmicas emocionais para o combate à bullying e desrespeito.

E a última dica: se seu filho está tendo algum tipo de comportamento alterado que a escola relatou ou que você tenha notado que ele anda isolado e, mesmo com conversas não tem adiantado, procure ajuda dos profissionais de saúde mental que estão habilitados para ajudar. Não empurre a questão para amanhã! Não espere para ver se o problema vai se resolver por milagre ou sozinho.

Quando nossos filhos estão com dores físicas logo procuramos o médico, o mesmo deve valer para o emocional. Ansiedade, depressão, baixa autoestima, insegurança e o medo rondam não apenas os adolescentes, mas as crianças também. E quanto mais cedo pudermos detectar tais sintomas, melhor qualidade de vida eles terão.

Imagem por Zurijeta em Canva Fotos

Cynthia Wood Passianotto  é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
Acompanhe a Cynthia também em suas Redes Sociais:
@cynthia_wood_passianotto e @crescendoeacontecendo

Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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