Assumindo as rédeas do próprio prazer, as mulheres vêm se destacando no mercado pornográfico e no consumo de brinquedos eróticos
Nos anos 1960, vários países passaram por uma série de mudanças sociais e culturais. Brasil, Estados Unidos, França e Alemanha foram alguns deles.
Dentre os movimentos, o anticoncepcional foi inventado, o que facilitou o sexo sem compromisso e uma vida mais livre e diversa. A ruptura com as relações heterossexuais e monogâmicas também marcaram a época. O nome que se dá a esse período é Revolução Sexual.
Muito além dos aspectos de procriação, prazer e objeto de troca, o sexo foi encarado pela Revolução como um instrumento político. Ao renegar a prevalência de práticas conservadoras, as relações sexuais se tornaram uma forma de rebelião.
Sem muitas surpresas, as pautas revolucionárias fizeram parte da contracultura, já que conversaram – e ainda conversam – com teorias feministas, antirracistas e anti-LGBTfóbicas.
Mesmo assim, ainda há um misticismo negativo muito grande ao redor da sexualidade feminina, mesmo nos dias de hoje. O machismo estrutural é o grande vilão, que impede que grande parte das mulheres se sintam confortáveis para falar sobre e fazer sexo – como os homens fazem.
Para as mulheres, as exigências são maiores. O termo “sexy sem ser vulgar” ficou famoso há alguns anos, e era usado em todos os cantos – na TV, na internet, na publicidade, no jornalismo.
O incentivo era de que existe uma dose certa de sensualidade. Se ultrapassada, a vulgaridade seria atingida, o que seria um nível de transgressão inaceitável para as mulheres “normais”.
O normal? Sexy o suficiente para que os homens pudessem desejá-las, mas comportadas o bastante para que merecessem o respeito, o casamento e a maternidade.
É uma luta difícil de ganhar. Por um lado, uma mulher menos sexual é vista como frígida e desinteressante. Por outro, uma mulher segura do próprio prazer ainda é encarada como obscena, desmoralizada e chamada por uma série de nomes degradantes.
As mudanças continuam a acontecer e ainda há um longo caminho pela frente, mas as conquistas sexuais femininas não podem ser ignoradas. Felizmente, hoje as mulheres têm muito mais liberdade para serem quem são, agirem pela própria autoestima e correrem atrás do próprio prazer.
Pornografia produzida por mulheres
A indústria pornográfica é reconhecidamente um instrumento reprodutor de comportamentos detratores à integridade física e psicológica das mulheres. Na grande maioria dos filmes eróticos, a presença feminina existe unicamente para o prazer masculino, assumindo uma posição de subjugação e violência.
É justamente a cultura do estupro que impede que muitas mulheres, por mais confortáveis que sejam com a própria sexualidade, consumam pornografia de maneira confortável.
A solução encontrada por diretoras e produtoras de todo o mundo foi criar os próprios filmes. A ótica feminista das cenas e narrativas apresenta um olhar não-misógino e mais pautado à diversidade, escapando da chamada pornografia mainstream.
Os pornôs feministas são criados por mulheres e destinados às mulheres. Ao contrário das outras produções, esse tipo de filme celebra todas as identidades de gênero, corpos e orientações sexuais.
O que também chama atenção é a forma como a pornografia é tratada: com positividade, arte, intimidade, conexão, fantasia, diversão e uma noção clara de consentimento.
Um outro detalhe que não aparece diante das câmeras, mas que é igualmente importante, é o tratamento que as atrizes e todas as mulheres da produção recebem.
Não é difícil encontrar casos de abusos – dos mais variados tipos – às mulheres da “pornografia tradicional”. O lado feminista, por sua vez, trabalha com ativismo e políticas públicas para garantir a segurança de todos.
Dentre os sites pornográficos do gênero, o Bright Desire, Crash Pad Series e Sssh.com se destacam.
Brinquedos eróticos
Nem todos os setores perderam o fôlego durante a pandemia. Apenas em 2020, o mercado de produtos destinados ao prazer sexual movimentou, em média, US$ 78 bilhões. A projeção é que esse número cresça 5% até 2027. As informações são da analista de mercado Allied Market Research.
Durante o confinamento da pandemia, nos Estados Unidos, as mulheres heterossexuais foram um público importante para o mercado, marcando uma taxa de 40% nas compras. Elas ficam atrás apenas dos homens heterossexuais, com 45%. As pessoas LGBTQIA+ ficaram em terceiro lugar, com 15%.
Nesse período, os sex toys foram muito adquiridos pela internet, mas alguns dominaram as listas dos mais vendidos.
Varinha Mágica Vibrador
Fácil de usar, esse tipo de vibrador tem 10 níveis de intensidade e é à prova d’água.
De acordo com especialistas, é uma boa ferramenta para ajudar mulheres que têm dificuldade para chegar ao orgasmo.
Vibrador com controle remoto
Esse modelo tem o formato de um “C”, sendo capaz de estimular o clitóris e o ponto G ao mesmo tempo.
Por causa do controle remoto, pode ser usado a uma certa distância, deixando as mãos livres para apimentar a relação de outras maneiras.
Sugador clitoriano
A promessa desse brinquedo é que a mulher tenha a sensação de sexo oral de verdade.
Com vários níveis de sucção, é pequeno, discreto e pode ser usado na água.
Plug anal
O plug anal é um item fundamental para quem pratica o sexo anal. Embora existam modelos de vários tamanhos, formatos e designs, o mais popular é feito de metal, finalizado com uma charmosa pedra colorida na ponta.
Pensado para o conforto e prazer, sua estrutura é perfeitamente segura. Pode ser usado para experiências solo ou com a companhia de um ou mais parceiros.
Vibrador com estimulador clitoriano
Famoso por ter aparecido em filmes e séries, esse vibrador é um clássico.
Ao mesmo tempo, o brinquedo é capaz de estimular o clitóris e as paredes internas da vagina.
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