O que não podemos negar aos nossos filhos

Educação

por Claudia Alaminos

Como pais queremos dar tudo o que estiver ao nosso alcance aos nossos filhos, não é mesmo? Queremos sempre que nossos filhos tenham mais do que tivemos. Tenho visto que muitos pais se preocupam e investem para que seus filhos tenham uma autoestima elevada.

Certamente que uma boa autoestima é fundamental, entretanto, precisamos estar atentos e possibilitar a construção de um equilíbrio entre a elevação da autoestima dos nossos filhos e a clareza de que existem limites que são inegociáveis. Isso mesmo, a construção do equilíbrio entre auto-estima e limites é fundamental e não pode ser delegada nem à escola, nem à babá ou qualquer outra pessoa. Difícil? Sim. Mas absolutamente necessário.

Uma pessoa com boa autoestima tem identificação e avaliação positivas de si mesma, inclusive quando comete erros. Ela sabe que merece ser respeitada mesmo quando suas diferenças e dificuldades ficam evidentes. Isso tem um impacto positivo importante nos seus relacionamentos.

Por outro lado, uma autoestima sem limites pode levar ao egoísmo e à sensação de que tudo é possível o tempo todo. Desta maneira vive-se uma vida de exigências e frustrações. A criança ou o adolescente julga que as pessoas existem para servi-las.

O desequilíbrio quando não é visto pelos pais, invariavelmente aparece na escola e o mais grave, pode vir na forma de um diagnóstico. Muitas vezes uma baixa autoestima se parece com depressão ou com um distúrbio de aprendizagem. Já a falta de limites pode ser confundida com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o famoso TDAH.

A justa medida está em duas atitudes essenciais dos pais: firmeza e gentileza. Ser firme inclui estabelecer que algumas regras e valores são inegociáveis para a família, cumpri-los e exigir seu cumprimento. E ser gentil é reconhecer o que está correto, encorajar o bom relacionamento do filho com outras pessoas, familiares ou não, deixar claras as regras da família e também permitir que os filhos saibam que há consequências quando quebram estas regras. Estas consequências devem ser conhecidas antecipadamente e aplicadas com o objetivo de que a criança pense nas soluções para o erro que cometeu. Consequência deve ser diferente de uma lição e, principalmente de uma punição.

Isso exige uma boa dose de coerência e que os adultos saiam do piloto automático. Para nos ajudar a exercer nosso papel podemos sempre nos lembrar que a disciplina é um dos principais pilares da formação do caráter dos nossos filhos. Desejo coragem e perseverança a todos nós.

Abraços maternos.

Claudia é mulher, esposa, mãe (de um rapaz e dois gatos), fonoaudióloga, psicopedagoga, educadora parental em Disciplina Positiva, moradora do Morumbi e futura psicanalista.
Sem Educação nada é possível.
@claualaminos.

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