Todo esse sentimento é despertado em grande medida, pelo show que marca o lançamento do álbum “O Abismo da Prata” de Gian Correa e os Chorões Alterados, que aconteceu ontem no Teatro Cacilda Becker, na Lapa em São Paulo.

Músicos afinados e de grande requinte revestem o choro, esse gênero histórico e de raízes bem fincadas na cultura brasileira, em elegância e sonoridade marcante e límpida nas quase uma hora e meia de show, onde apresentaram as oito músicas do álbum, além de outras, para acalentar o espírito e a alma musical que vive em nosso ser e que, às vezes, pedem impiedosamente, para serem atendidas, especialmente em tempos bicudos de pandemia em que precisamos ajustar nossos hábitos e costumes.

As oito faixas do álbum foram compostas por Gian Correa dentro de projeto em parceria com o artista plástico Apolo Torres. Para cada uma das 8 composições de Gian Correa, um muro foi pintado na cidade de São Paulo por Apolo. Essa associação traz em perspectiva a expressão sonora da indignação a uma lógica sistêmica de opressão e abuso, denunciando injustiças sociais. Cada faixa traz em si, a tradução, em imagem, do mesmo conceito expresso na música (através do QR code presente em cada muro, é possível se apreciar a pintura mural e a respectiva música simultaneamente – vide matéria publicada aqui na Dolce Morumbi
sobre o disco).