True Crime: o crescimento de um gênero cinematográfico que fascina e preocupa

Especialistas discutem o impacto do crescente interesse por crimes reais, explorando os limites entre informação, justiça e sensacionalismo

Design Dolce sob imagem por Pixelshot em Canva

O gênero cinematográfico True Crime, conhecido por abordar casos criminais reais, tem ganhado cada vez mais espaço na mídia. De documentários em plataformas de streaming a podcasts populares, o público está demonstrando um crescente interesse por histórias verídicas que exploram a criminalidade e, também, a justiça.

Nos últimos anos, séries como “Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime”, “Isabella: O Caso Nardoni” e filmes como a trilogia do caso Richthofen, se tornaram fenômenos de audiência, levando os brasileiros a mergulharem em histórias complexas que revelam os detalhes por trás de crimes chocantes.

Esse aumento no consumo de conteúdo de True Crime no Brasil, pode causar preocupações, mas, o professor de Psicologia, João Manoel Rodrigues Neto, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), indica “não parece haver evidências que apontem para um maior risco de o público consumidor de conteúdos de true crime cometer crimes ou outras formas de violência. Contudo, deve-se considerar os potenciais efeitos de tornar os espectadores mais insensíveis a situações de violência”.

Design Dolce sob imagem por Stevica Mrdja / EyeEm em Canva

Como telespectador, o professor de Letras da UPM, Maurício Demichelli, aponta que dois elementos valem destaque no gênero.  “Há uma certa curiosidade sobre os desvios morais e sociais e a forma pela qual a justiça vai caminhar. Não é apenas o crime que chama a atenção, mas o efeito de colocar o espectador na posição da justiça, analisando as possíveis verdades encaminhadas pelo roteiro”.

Especialistas, também, apontam que, dependendo do programa e da forma como o caso é abordado, o True Crime oferece uma maneira segura para o público explorar seus medos e curiosidades sobre o crime e a justiça. “Se o caso é construído com apoio de juristas e com o cuidado de passar informações corretas, sendo respeitados os princípios jornalísticos, não vejo problema. O que deve ficar claro, contudo, é que nem sempre essas produções conseguem expressar, de maneira global, a realidade de um processo judicial“, afirma Jenifer Moraes, professora de Direito da UPM – Campinas. Porém, “Se o objetivo da pauta é causar sensacionalismo, explorando a tristeza da vítima e sem que as informações legais sejam passadas de maneira correta, não é seguro, tampouco recomendável”, finaliza a docente.

Design Dolce sob imagem por Kesu01 em Canva

Com o crescimento do gênero, o Brasil também vê uma expansão na produção de conteúdo local, com documentários e séries abordando casos nacionais. O programa “Linha Direta” é um exemplo perfeito, após 16 anos, o programa voltou às telas em 2023, o que permite uma amplificação da visibilidade de crimes históricos e contemporâneos, além de levantar importantes debates sobre a justiça no país.

O aumento da popularidade do True Crime no Brasil demonstra uma tendência global, mas com características próprias que refletem a cultura e as preocupações da sociedade brasileira. À medida que novos projetos são lançados e o interesse do público continua a crescer, o gênero True Crime se consolida como uma parte significativa do cenário de entretenimento e mídia no Brasil.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi eleita como a melhor instituição de educação privada do Estado de São Paulo em 2023, de acordo com o Ranking Universitário Folha 2023 (RUF). Segundo o ranking QS Latin America & The Caribbean Ranking, o Guia da Faculdade Quero Educação e Estadão, é também reconhecida entre as melhores instituições de ensino da América do Sul. Com mais de 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pela UPM contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

@mackenzie1870

 

Colaboração da pauta:

Race Comunicação

@racecomunicacao

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