Uma estratégia que tem funcionado bem aqui em casa são os “combinados”. Crianças, independentemente da idade, respondem bem a essa troca. Quando nos disponibilizamos para participar do mundo delas, elas também entendem a importância de respeitar nossos momentos. Criamos um costume por aqui: fazemos juntos uma lista de atividades que gostariam de fazer, desde preparar brigadeiro de colher e comer na cama enquanto vemos TV a uma guerra de travesseiro. Nós três assinamos a lista, que colamos atrás da porta, e cada atividade realizada é marcada com um “ok”.

Em troca, explico que, embora eu esteja com eles, não estou de férias e preciso trabalhar para que possamos realizar tudo o que está na lista – e mais um pouco. Valorizo meu espaço e explico que, durante esses momentos, elas podem se divertir à vontade. Claro que imprevistos acontecem, pois ninguém é perfeito, mas seguimos conversando e ajustando o que for necessário.

As crianças são muito mais compreensivas do que imaginamos; tudo depende de como as tratamos. Se estamos presentes, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente – escutando, olhando nos olhos, rindo e abraçando – elas retribuem e respeitam nosso espaço.

E lembre-se: também precisamos de tempo para nós mesmas. Um momento de autocuidado é fundamental para nossa mente, corpo e espírito. Utilize sua rede de apoio, que pode incluir amigos além da família (falei mais sobre esse tema em uma matéria aqui no portal há algumas semanas) para que elas brinquem juntas ou, se não for possível, aproveite o tempo em casa. Se você é noturna como eu, quando os pequenos dormirem, tire um tempo para relaxar com um banho, um filme ou um bom livro. Ou, talvez, acorde mais cedo para desfrutar desse momento antes que eles acordem.