Liderança feminina: por que devemos falar sobre ela?

Dolce Capital Humano

Paula Rotta Assis

Ao considerarmos que elas são, em média, 60% dos estudantes universitários que concluem o ensino superior, é de se estranhar o porquê desse índice ser tão baixo nos cargos de chefia. Mas por que isso ocorre?

Apesar das mulheres apresentarem várias características predominantes, que favorecem o universo corporativo para uma melhor lucratividade, alguns fatos históricos e culturais impedem que elas cheguem com mais rapidez no topo das empresas.

O mundo corporativo está em um novo cenário em relação à liderança feminina. Vivemos um momento histórico em que, na maior parte dos países do mundo, há mais mulheres inseridas no mercado de trabalho do que nunca.

Nesse sentido, o Brasil se encontra bem-posicionado em relação à média global. E obviamente não podemos deixar de afirmar que ainda existem desafios que limitam ou dificultam a chegada de trabalhadoras a posições estratégicas dentro das organizações.

Uma pesquisa da Global Female Leaders Outlook (GFLO) realizada com líderes mulheres no Brasil e no mundo em 2020, mostra que 96% delas acreditam que ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir uma diversidade efetiva de gênero nos níveis de gestão.

No passado, ver uma mulher no mercado de trabalho era difícil, já que, algumas tradições de séculos anteriores colocavam o homem como o único provedor das necessidades do lar.

Para a mulher restava somente as tarefas de organização da casa e criação dos filhos, ela não tinha o direito de trabalhar e nem participava de decisões importantes na sociedade, como votar, que só foi permitido no Brasil em 1933.

Pautas como diversidade e inclusão nas empresas vem sendo muito debatidas atualmente. As organizações começaram a entender a importância de contar com mais mulheres nas posições de liderança.

Um dos motivos para isto é que, ao contar com um quadro de funcionários diverso, é possível perceber o ambiente a partir de diferentes perspectivas sociais. Ou seja, como a        cultura organizacional e as tomadas de decisões podem impactar de maneira distinta colaboradores que estão em posições diferentes dentro e fora da empresa. 

A liderança feminina também traz um grande impacto sobre outros funcionários. Como a redução do medo de assédio sexual e moral, da demissão por gravidez e da discriminação. Tudo isto somado às pesquisas que indicam que empresas que têm líderes femininas chegam a ter resultados até 20% melhores.

Mesmo diante deste cenário, a pesquisa Women in Business 2020, realizada há 15 anos para mapear a diversidade de gênero em cargos de lideranças em quase cinco mil empresas do middle-market no mundo, revelou que a liderança feminina no Brasil está acima da média global. 

A pesquisa indicou que 34% dos cargos de liderança sênior nas empresas de middle-market no Brasil são ocupados por mulheres. Enquanto a média internacional é de apenas 29%.

O índice coloca o nosso país na 8ª colocação no ranking relacionado à liderança feminina em 32 países. O topo desta lista é ocupado pelas Filipinas (43%), pela África do Sul (40%) e pela Polônia (38%).

Apesar do avanço sobre a diversidade nas empresas e o empreendedorismo feminino, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal. Ou seja, regida por estruturas e relações que favorecem os homens. Especialmente o homem branco, cisgênero e heterossexual.

Dessa forma, para aumentar o número de lideranças femininas nas empresas é preciso ir contra todo um padrão cultural e histórico de discriminação de gênero. E, para isso, o maior desafio é o preconceito.

Vantagens das mulheres na liderança

HARMONIA

De acordo com muitos estudiosos, as mulheres conseguem ver o todo, equilibrar, raciocinar e pensar pela intuição. Isso faz com que elas sejam mais efetivas ao motivar, engajar e desenvolver seus colaboradores.

VISÃO HOLÍSTICA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

De acordo com um novo estudo da Universidade Técnica de Aachen e da Universidade de Koblenz e Landau, o cérebro das mulheres não é mais multitarefa do que o dos homens, um mito que vem sendo reproduzido em nossa sociedade há um bom tempo.

Culturalmente, ao longo dos tempos, as mulheres tiveram que conciliar o cuidado com a casa, marido e filhos, com a sua vida profissional.

Tal rotina fez com elas tivessem rápidas mudanças de atenção e foco de uma tarefa para outra, sem que nenhuma delas perdesse a qualidade.

Em cargos de liderança, ao analisar mais variáveis antes de tomar decisões, elas oferecem resultados mais efetivos e, principalmente, os conquistam juntamente com a colaboração da equipe.

Foto de Anna Shvets no Pexels

COLOCAM EQUIPES EM PRIMEIRO LUGAR

Por serem mais sensíveis e buscarem um ambiente organizacional harmônico, além de terem um instinto maternal, as mulheres na liderança estão sempre prontas a ouvir e a considerar as percepções e ideias de seus colaboradores.

Ainda, elas tendem a permitir a participação ativa da equipe nas decisões da organização.

Como promover a participação feminina em cargos de liderança?

Adotar metas de diversidade e inclusão focadas em questões de gênero. Assim, sua empresa garante o compromisso com a presença de mulheres em cargos de liderança.

Desenvolva ações internas de conscientização para temáticas como racismo, machismo e LGBTfobia. 

Criar ações e estratégias com projetos para que as mulheres retornem ao mercado de trabalho.

Aplicar ações específicas relacionadas à crise, ocasionada pela Covid-19, com a criação de benefícios, por exemplo: apoio extra para cuidado dos filhos, horários flexíveis, além de acesso a recursos de cuidados com a saúde mental, como atendimento psicológico gratuito;

Criar uma cultura alinhada, por meio de programas de mentoria, inbound marketing, coaching de incentivo à participação de mulheres em cargos dominados por homens, para que haja referências dentro da empresa em que os colaboradores possam se espelhar.

Ainda, com os dados que apresentamos, você, profissional de Recursos Humanos, tem um papel estratégico no momento de apresentar ações para promover a participação feminina nos cargos de liderança, tornando-se um verdadeiro protagonista dessa transformação tão fundamental para todos.

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Um feliz Dia Internacional para todas as mulheres!

Paula Rotta Assis é graduada em Gestão de Recursos Humanos, formada como Orientadora de Carreira e Analista Comportamental. Atua no mercado corporativo há mais de 10 anos estruturando e implantando áreas de Recursos Humanos. Lidera equipes e projetos na obtenção de suas metas e resultados.

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