Dolce Arte
Amanda Sanzi
Cubos e Cilindros!
Estamos falando de qual movimento artístico?
Exatamente!
O Cubismo foi um movimento que teve sua origem no começo do século 20 na França, Paris em 1907, com a obra “As senhoritas de Avignon, de Pablo Picasso”. Conhecido como o movimento da primeira vanguarda europeia.
Imagem por Johnell Pannell em Unsplash
Assim, esse movimento aconteceu em uma época marcada por inovações tecnológicas, ruptura com o pensamento tradicional e tensão política que precedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Foi em meio a toda essa mudança de perspectiva que o cubismo nasceu, sendo ele mesmo uma nova concepção artística, capaz de não apenas prender a atenção do espectador, mas de provocar sensações e manifestações.
A arte cubista surgiu com a meta de romper com esses padrões, apresentando uma estética pouco óbvia, conhecida por seu geometrismo representado por meio de cubos e cilindros.
Este movimento artístico teve como grande influência, embora geralmente relacionada rapidamente ao Cubismo a Pablo Picasso, na verdade quem deu as coordenadas para os vanguardistas foi Paul Cézanne ( 1839-1806), pintor impressionista do final do século XIX, igualmente importante para a definição do Cubismo que encarava a pintura como uma reconstrução lógica e geométrica da Natureza, e a arte étnico-primitiva, sobretudo, a africana.
Picasso foi inspirado pelo artista Paul Cézanne (1839-1906), que pintava muitas cenas ao ar livre e investiu em imagens pinturas que carregavam uma multiplicidade de pontos de vista, como é o caso da tela Mont Sainte-Victoire Seen From Bellevue de Cézanne.
“O olho não é suficiente. É preciso refletir”. Paul Cézane
Além disso, as obras desse movimento tratavam as formas da natureza de maneira geométrica. Portanto, a representação do universo visual começou a não ter nenhuma obrigação com suas formas reais.
No entanto, vale destacar que essa corrente não pode ser caracterizada como arte abstrata. Isso porque sua representação é considerada figurativa. Isto é, suas imagens podem ser reconhecidas por quem as observa.
Principais artistas do movimento:
Pablo Picasso (1881-1973)
Picasso estudava e observava a forma dos objetos com afinco captando todas as suas possibilidades. A exploração de novos temas, cores, formas e movimento marcaram os objetivos dos integrantes desse movimento, transformando a arte para sempre.
Pablo Picasso em sua obra Les Demoiselles d’Avignon de 1907, tratou a nudez feminina, rompendo com o clássico e influenciado pelas esculturas de origem africanas. geralmente marcada por curvas, com linhas retas, planos e formas geométricas. Um escândalo para os padrões de arte daquele período. Essa atitude foi considerada ousada e polêmica, pois sua estética quebrava com a representação fiel da beleza feminina.
Georges Braque (1882-1963)
Juan Gris (1887-1927)
Albert Gleizes (1881 - 1953)
Fernand Léger (1881-1955)
Tarsila do Amaral (1886-1973)
A primeira e única brasileira dessa lista não foi uma criadora 100% cubista, embora tenha tido uma fase em que passeou por esse estilo. A influência cubista veio do período em que Tarsila estudou na Europa, quando acompanhou de perto o trabalho do mestre – e seu professor – Fernand Léger.
Características da Arte Cubista:
- preferência pelas linha cortadas, cruzadas;
- geometrização das formas e volumes;
- renúncia à perspectiva, composição em duas dimensões;
- representação do volume colorido sobre superfícies planas;
- sensação de pintura escultórica;
- o claro-escuro perde sua função;
- cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
A arte cubista e suas duas vertentes:
ANALÍTICA
Caracterizado pela desestruturação exagerada do objeto, o artista decompõe a imagem em fragmentos e os apresenta em planos sucessivos e até mesmo superpostos. No geral, torna-se quase impossível o reconhecimento da figura representada. As cores mais utilizadas reduzem-se aos tons de castanho, cinza e bege, assim se caracterizando por cores moderadas.
SINTÉTICA
Caracterizado pelo respeito à figurativização, o artista procura ultrapassar os limites sensoriais. Pode valer-se de letras, números, pedaços de madeira numa técnica de colagem. Trata-se de uma reação ao exagero do Cubismo analítico. Além disso, na fase sintética, há o uso da colagem, ao fixar objetos nas telas.
O cubismo acabou rompendo com os modelos estéticos daquela época. Até então a valorização da perfeição das formas uma estética atemporal, representada por meio de diferentes peças e por um legado excepcional e duradouro que abarcou a escultura abstrata, a arquitetura, o design e o estilismo marcando também o Futurismo.
“Não se deve querer apenas copiar as coisas. Devemos penetrá-las, tornarmo-nos nós próprios em coisas. (…) Não deve haver ideias preconcebidas; cada quadro é uma nova aventura.” (Georges Braque).
Concordo Braque! Finalizo mais um artigo com sua bela afirmação!
Respire Arte!
Gostaram? Deixe seu comentário!
Até o próxima parada nesta viagem magnífica na História da Arte!
Referências
https://conhecimentocientifico.com/cubismo/
https://laart.art.br/blog/arte-cubista/
https://www.infoescola.com/artes/cubismo/amp/
https://vestibulares.estrategia.com/portal/literatura/cubismo/
Amanda Sanzi é artista visual, moradora do Morumbi e expressa sua compreensão do mundo através de suas obras!
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