Pelos eternos girassóis de Van Gogh

Dolce Arte

Amanda Sanzi

Museus pelo Mundo com Amanda Sanzi: Van Gogh Museum

Confesso a vocês que para mim ao pisar em Amsterdã, em julho de 2022 na Holanda, eu já tinha parada obrigatória e reservada como o primeiro local a ser visitado em meu roteiro! 

Isso mesmo! Van Gogh Museum! 

Uma vivência única que somente os apreciadores de arte e em específico fãs de Van Gogh, saberiam descrever esta sensação ao adentrar e explorar este museu. Experiência imersiva maravilhosa da vida e obra do pintor, com o maior acervo de aproximadamente 1.400 obras, que incluem pinturas, desenhos e cartas de Van Gogh, como também pinturas de artistas contemporâneos do século XIX. 

O Museu fundado em 1973 é responsável pela preservação, conservação e difusão da obra do pintor oferece modernidade, organização e interatividade em alto nível informações completas para o entendimento e apreciação da genialidade e maestria da vida e obra de um dos maiores expoentes do pós-impressionismo.

As pinturas estão organizadas cronologicamente, o que faz com que seja possível observar facilmente a evolução do artista, com as cenas campestres do início até os tempestuosos trabalhos do final de sua vida

Foi inesquecível dialogar frente a frente com as verdadeiras obras do mestre que por tanto tempo eu observava somente nos livros, sites e redes sociais de arte. Indescritível!

Ah, claro! Acha que eu não iria dar enfoque a está melhor fase?! 

 ‘O girassol é meu’, ele afirmou certa vez.

Van Gogh (1853-1890), holandês da cidade de Zundert, foi tão tenaz pela flor Girassol o amarelo, para ele, era um emblema de celebração da beleza e da vitalidade da natureza. Assim como na literatura holandesa, o girassol é um símbolo de devoção e lealdade.

Há mais de um século, ele escolheu essas flores, consideradas grosseiras e pouco refinadas naquela época. O mestre eternizou os girassóis com sua pintura, tornando essa flor amplamente conhecida no mundo como sua marca registrada.

Em janeiro de 1889, ele disse a seu irmão Theo: “enquanto outros artistas são conhecidos por pintar flores específicas, como peônias e rosas, o girassol é meu!”

Van Gogh pintou várias obras com girassóis. A produção foi feita em duas etapas: em Paris e Arles. De um total de onze obras com essa flor, as mais conhecidas são as sete que produziu em Arles (1888-1889). Pouco se sabe da história das primeiras pinturas de girassóis, produzidas entre 1886 e 1888, quando viveu em Paris no bairro de Montmartre e ainda era um artista desconhecido, que bebia e fumava muito. A maioria dos quadros está em importantes museus do mundo, como Museu Van Gogh de AmsterdãMuseu da FiladelfiaNue Pinakothek de MuniqueNational Gallery de Londres

Deixarei aqui um gostinho repleto de estímulos para vocês se programarem para a próxima viagem!  

Uma viagem pelas principais obras as quais apreciei no museu sem moderação! 

Os Comedores de Batatas (1885) 

A pintura de uma família camponesa em uma mesa de jantar marca um novo rumo do trabalho de Van Gogh. Ele queria se tornar um bom pintor de figuras humanas e considerou este trabalho como uma espécie de teste de proficiência. Van Gogh fez experiências com várias composições e usou cores escuras e sóbrias para retratar a realidade o mais realisticamente possível – sem idealizá-la como sentia que tantos outros pintores tinham tendência de fazer.

Autorretrato com Chapéu de Palha (1888)

O Quarto (1888) 

Esta pintura retrata o quarto de Van Gogh na “Casa Amarela”, o ateliê que ele alugou em Arles. Esta obra se destaca por seu brilho, com suas cores contrastantes, tinta aplicada espessamente e uma organização espacial estranha. A parede dos fundos do quarto parece inclinada. Isso não foi um erro do pintor, mas baseou-se na realidade – esta parte da casa amarela era realmente inclinada. Em outras partes, os objetos parecem inclinados porque a perspectiva não está correta. Van Gogh deliberadamente pintou objetos “chapados” e omitiu qualquer sombra, de forma que o trabalho se assemelhasse a uma gravura japonesa.

Os Girassóis (1889) 

No verão de 1889, Van Gogh viveu e trabalhou em Arles, uma cidade no sul da França. Lá ele fez uma série de pinturas de girassóis, destinadas a decorar o quarto de hóspedes que seu amigo Paul Gauguin ocupava naquela época. Van Gogh pintou 4 dessas naturezas mortas, mas só 2 ele considerou suficientemente boas para decorar o quarto de Gauguin. Mais tarde ele fez mais 3 cópias dessas obras, uma das quais é exibida no Museu Van Gogh.

Íris (1890) 

De 1889 até 1890, Van Gogh ficou internado em um hospital psiquiátrico em Saint-Rémy. Durante este período, ele buscou refúgio na pintura de temas da natureza. No final de sua crise, cerca de 1890, ele se dedicou basicamente a pintar naturezas mortas com flores. Pintou enormes buquês de íris roxas, dos quais um retratava um buquê contra um fundo amarelo vibrante. As diferentes cores complementares apenas intensificam a coloração. Antes disso, em Campo de Flores perto de Arles (1888), Van Gogh já tinha retratado as íris roxas vibrantes que o fascinaram tão profundamente.

Campo de Trigo com Corvos (1890) 

Campo de Trigo com Corvos é uma das obras mais conhecidas de Van Gogh e provavelmente a que mais alimentou especulações. Foi feita apenas algumas semanas antes de sua morte. Argumentou-se que esta seria sua última pintura e que o céu escuro e sombrio com corvos e o caminho sem saída seriam presságios de sua morte. Mas esta teoria nunca foi comprovada. O campo de trigo era um dos temas prediletos de Van Gogh.

A obra Noite Estrelada de 1889 está no Museu D’Orsay em Paris France eu também fui apreciá-la e estou ansiosa para mostrá-la a vocês no próximo artigo “Museu D’Orsay”.

Van Gogh Teve uma vida curta, confusa e atribulada devido aos diversos problemas psicológicos e psiquiátricos que marcaram sua existência. Começou cedo a trabalhar com arte, e logo já estava trabalhando em sua própria produção artística. Teve o apoio do seu irmão caçula Theo, que acreditava no seu trabalho e investia financeiramente nela.

Entretanto, produziu uma enorme quantidade de telas, pois trabalhava incessantemente, nos deixando um legado impressionante carregado de eterna arte.

Frases do mestre 

“Não extingua sua inspiração e sua imaginação; não se torne o escravo do seu modelo.” Van Gogh

“Se escutar uma voz dentro de você dizendo ‘Você não é um pintor’, então pinte sem parar, de todos os modos possíveis, e aquela voz será silenciada”. Van Gogh

Um abraço apertado repleto de girassóis a todos meus queridos leitores! 

Venha comigo respirar arte no próximo Museu! 

Referências: 

https://followthecolours.com.br/geral/por-que-van-gogh-se-apaixonou-pelos-girassois/?amp=1

https://arteeartistas.com.br/girassois-de-vincent-van-gogh/?amp

https://umpouquinhodecadalugar.com/europa/franca/algumas-pinturas-do-museu-dorsay/amp/

https://www.klm.com.br/travel-guide/inspiration/the-van-gogh-museum-checklist

https://www.tudosobreamsterdam.com/museu-van-gogh

Fotos cedidas por Amanda Sanzi

Amanda Sanzi é artista visual, moradora do Morumbi e expressa sua compreensão do mundo através de suas obras!

amandasanzi.com

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