Dolce Selfcare
Cecília Trigueiros
Com o crescimento da indústria de cosméticos e o consequente leque de opções de produtos, há de se compreender a confusão e inúmeras dúvidas dos consumidores quanto às funções de cada um
Com vocês, a mais nova atualização de influencers: os skin influencers. Como todo bom influenciador das redes sociais, indicam produtos, mas como o nome se autoexplica, somente para a pele.
Até aí tudo bem, a influência sobre as brasileiras no quesito pele é sempre bem-vinda! Porém, o que eu venho reparando, e já sabemos que sempre tem um “porém”, é a falta de esclarecimento, embasamento e diploma para dissertar sobre um tema que implica a saúde.
Raciocinem comigo, como indicar um item que opera milagres para todas as peles, sem ao menos saber qual é o seu tipo de pele? Pois é mais ou menos por aí que anda orbitando o universo “instagramável” e “tiktokeano”.
Portanto bonitas, antes de você se jogar de cabeça nos cremes apontados pelos skin influencers, entre piadinhas, piruetas e promessas de pele milagrosamente rejuvenescida, lembrem-se daquele profissional trajando um jaleco branco, o dermatologista.
“Ai, mas é caro…”
Quem aí se lembra da frase “o barato que sai caro”? Peguei vocês! Concordo que as consultas em geral estão com os preços nas alturas e para tanto serve o plano de saúde. Sendo assim, aposte sempre nos dermatologistas antes de colocar a mão na bolsa para comprar aquele creminho que te levará para a beleza eternizada.
Verdade seja dita, as redes sociais não têm filtro e deveria ser obrigatório esclarecer quão indispensável é procurar um médico, em especial ao público mais jovem, alvo facilmente sugestionado.
Pronto, agora que me fiz entender, vamos adiante com as substâncias embelezadoras.
Com o crescimento galopante da indústria de cosméticos e o consequente leque de opções de produtos aumentando lado a lado, há de se compreender a confusão e inúmeras dúvidas dos consumidores quanto às funções de cada item.
Primeiramente, acredito que seja fundamental aprender de uma vez por todas sobre a diferença entre cosméticos e dermocosméticos, afora visitar um certo profissional que estudou durante seis longos anos, acrescidos de mais alguns de residência e entende integralmente sobre pele (repetição vira tradição!).
Basicamente, os dermocosméticos são os produtos que agem mais profundamente na pele do que os cosméticos comuns. Vamos ingressar detalhadamente no assunto porque é a sua pele que está em jogo.
A Anvisa regula o mercado de produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos. Essa categoria é dividida em dois grupos: grau 1 e 2, conforme o risco que podem provocar à saúde.
Os produtos de risco grau 1 possuem propriedades básicas, que não precisam ter a eficácia comprovada e nem modo e restrições de uso: são os considerados cosméticos.
Já a classe de risco grau 2 inclui produtos que possuem indicações específicas, exigem comprovação de segurança ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.
Os cosméticos possuem agentes que atuam apenas na primeira camada da pele, ou seja, eles oferecem um tratamento superficial, não modificando demasiadamente a aparência da cútis. Além disso, são compostos por diferentes ingredientes, como conservantes, fragrâncias, pigmentos e outros elementos estéticos.
Assustei vocês, bonitas alérgicas?
Desenruguem a testa e não joguem os potinhos na lixeira, pois eles passam por avaliações e testes de segurança.
Dica para as apaixonadas por fragrâncias: cuidado com os rótulos! Fragrância é um termo dado à uma substância patenteada cujos ingredientes não podem ser revelados, sendo que alguns são altamente irritantes. Às vezes abdicar dos caprichos olfativos que clamam pelos aromas é a melhor opção!
Já os dermocosméticos são produtos que oferecem tratamento intensivo à nossa pele. Isso porque conseguem alcançar as camadas mais profundas, auxiliando no combate e envelhecimento, surgimento de acnes, além das temidas manchas na pele.
Diferentemente dos cosméticos, não têm ação instantânea, uma vez que a maior parte dos tratamentos estéticos garantem resultados a longo prazo. Eles também são conhecidos como produtos dermatológicos ou cosmecêuticos, ou seja, formulação que contém uma poderosa combinação de ativos que realmente melhoram permanentemente a condição e saúde da pele.
“E por que você demorou tanto para nos contar? Estou comprando gato por lebre há anos!”
Antes de iniciarmos o apedrejamento da colunista em praça pública, eu aconselho a leitura do artigo até o final. Por via das dúvidas, vou me despedindo cautelosamente, mas não sem antes destacar a seguinte explanação:
- Cosméticos funcionam na primeira camada da pele, agem de maneira superficial e mais rápida, visando realçar a beleza imediatamente e não têm custo elevado. Repetindo: não são salgados e entregam resultados!
- Dermocosméticos atuam nas camadas mais profundas da pele, porém leva mais tempo para surgirem os efeitos duradouros. Por outro lado, têm um alto custo, uma vez que para desenvolver a produção de ativos, pesquisas científicas aprofundadas e estudos que comprovem seus resultados, há um gasto financeiro que impacta no preço final do produto. A maioria é importada e negociada em dólar e conhecendo os tributos do nosso país, a brincadeira sai cara…
A boa notícia é que você pode alinhar cosméticos e dermocosméticos. É como eu faço há décadas: cosméticos no skincare matinal e os preciosos dermocosméticos à noite, beneficiando por completo o rosto e a fatura do cartão de crédito!
Depois desse conselho, acho que mereço escutar o estampido das pedrinhas no chão…
E como eu sei disso tudo?
Como proprietária de uma pele sensível desde que me conheço por gente, eu sempre frequentei quem?
Eureka! Meu dermatologista!
Cecília Trigueiros é formada em Marketing e maquiadora profissional e especialista em autocuidado e beleza.
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Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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