Se eu for falar de mim, direi que sou feita de luz, mas também carrego minha porção de escuridão.
Sou tanto as minhas sombras quanto as minhas conquistas; ambas me definem e me constroem.
Me alimento de sonhos e encontro força na fé, mesmo quando o mundo se mostra adverso.
Às vezes, busco refúgio nos meus medos, como quem se abriga em tempestades internas, mas sempre encontro um jeito de me vestir de coragem para seguir em frente.
Aceito minha imperfeição como parte do milagre que é existir. Afinal, sou um mosaico de cicatrizes, sonhos e reinvenções — inteira em minha incompletude, suficiente no que sou.
Quero viver com mais intensidade, como quem olha o mundo pela primeira vez.

Quero me enxergar no espelho e ver as muitas versões de mim mesma, abraçando minhas mudanças como páginas de uma história em constante mutação.
Quero capturar instantes em fotografias que resistam ao tempo, eternizando o que a memória pode desbotar.
Celebrar esse breve e extraordinário milagre que é existir.
Tenho um desejo incessante de ser, mesmo imperfeita…
Sem as correntes sufocantes de me encaixar em padrões que não reconheço como meus.
Gosto do improvável, do absurdo, do patinho feio que desafia expectativas.
Admiro o incomum, as perspectivas que rompem com o óbvio.
Sou fascinada pela arte que diz o indizível,
E pelas almas que têm coragem de pronunciar o que muitos silenciam.
Admiro aqueles que se recusam a viver enjaulados nos limites exigidos,
Que encontram liberdade no simples ato de ser fiéis a si mesmos.

Não sou a figura exuberante que paralisa multidões com um único olhar. Minha beleza, talvez, resida justamente no oposto.
Nas verdades que coleciono, no orgulho de ser ímpar e na força de carregar minha história sem disfarces.
É na ousadia de ser inteira, na intensidade com que amo, que celebro a arte de existir como sou.
Sou movida por um amor que transcende espelhos e expectativas — um amor pelo que faço, pelo que me tornei, pelo respeito que ofereço a mim mesma.
Me concedo o privilégio de silenciar os julgamentos que um dia fiz de mim, para acolher a suavidade de quem se perdoa.
E nesse caminho, honro o tempo precioso de viver este milagre insubstituível: o milagre de simplesmente ser.
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