Dolce Selfcare
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Há pouco mais de uma semana foi-se o homem mais bonito do mundo, levando consigo mais de 90 filmes, personagens memoráveis, paixões tumultuadas e um emaranhado de sentimentos mal resolvidos.
Sua vida daria um filme emocionante; o ator cresceu em uma família desestruturada, sendo que aos quatro anos seus pais se divorciaram. A ausência do pai, que o abandonou, aliado à uma mãe que parecia frequentemente distante, foram os principais fatores que moldaram a psique de Delon.
Ele passou um período sendo criado por um casal que morava perto de uma prisão, onde o menino brincava com os guardas. Os pais adotivos foram misteriosamente assassinados e ele voltou a conviver com sua mãe, então casada com outro homem.
Teve uma infância problemática, sendo expulso de várias escolas. Aos 15 anos parou de estudar e, aos 17, alistou-se na marinha, tornando-se paraquedista na Guerra da Indochina. Em 1956, morando em Paris e sem dinheiro, trabalhou como porteiro, garçom, secretário e açougueiro.
“Filet Mignon para hoje, Dona Bonita?” kkkk, não resisti…
Voltando ao protagonista do “Pássaro do sol”, o sentimento de abandono e a necessidade de validação tornaram-se temas recorrentes em sua vida, influenciando tanto suas relações pessoais, quanto suas escolhas profissionais.
Em diversas entrevistas, falou abertamente sobre os fantasmas que o assombravam. Ele desabafou sobre como o medo de ser rejeitado o impulsionava a buscar a perfeição em sua arte, ao mesmo tempo que o impedia de se abrir completamente nas relações. Esse dilema parecia ser uma constante em sua vida: a dualidade entre o desejo de ser amado e o receio de perder novamente aqueles que lhe eram queridos.
A beleza do ícone francês é comparável ao personagem que ele interpretou em “O Samurai”, Jef Costello. Assim como o ator, Jef é a personificação do charme enigmático e elegância. Com seu olhar atento e impassível, Costello nos encanta de maneira quase hipnótica, lembrando a expressão serena e ao mesmo tempo intensa de Delon. O personagem, um assassino frio e calculista, é envolto numa atmosfera de solidão que espelha a complexidade da própria personalidade de Delon.
Essa profundidade nas expressões e nas histórias lhes concede um encanto que vai além do físico; envolve mistério, dor e um apelo quase poético.
Complicado, não bonitas? Não temos tudo na vida, nem mesmo aqueles que acreditamos possuir.
A influência desse passado pode ser vista em suas atuações intensas e em sua capacidade de transmitir emoções profundas. Delon muitas vezes se via interpretando personagens complexos, que lutavam com suas próprias sombras internas, refletindo, talvez, suas próprias batalhas pessoais.
A vida do ícone francês é um testemunho do poder da vulnerabilidade e da capacidade da arte de transformar dor em beleza.
O homem mais bonito do mundo morreu em 18 de agosto, aos 88 anos, na França.
“Ele era mais do que uma estrela, era um monumento francês”, resumiu o presidente Emmanuel Macron.
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