Dolce Criança
Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
É frequente seu filho dizer-lhe que não quer ir mais para a escola? Fingir que está doente? Chorar e implorar-lhe para não ir à escola?
Por vezes, as crianças começam, em algum momento específico, a ter este tipo de comportamento. Se for uma coisa espaçada e se só acontecer de tempos a tempos e perceber que é preguiça, sono ou cansaço, pode ser normal e não precisa de se preocupar.
Contudo, se for um comportamento que comece a ser persistente no tempo, então é preciso ter uma atenção mais profunda sobre o assunto.
São vários os motivos de uma criança não querer ir à escola: pode ser alguma coisa que não esteja a correr bem na escola, seja com os professores ou os colegas; mas também pode ser alguma coisa que não esteja a correr bem em casa (por exemplo, discussões frequentes dos pais, o nascimento de um irmão etc.); pode ser algum medo específico ou uma fobia escolar.
Antes de tudo, tente descobrir o motivo. Fale com o seu filho, explique-lhe a importância de ir à escola e tente entender o motivo que ele alega não queira ir à escola. Por vezes, nem ele próprio compreende o porquê de se sentir assim.
Na maioria das vezes, a criança se sente ansiosa por se separar da casa e dos pais e usar as seguintes estratégias pode ajudar:
- Trabalhe desde cedo a separação. Uma das formas de fazer a criança entender esse conceito é dando tchau na hora de sair de casa, sempre explicando que já volta. Muitos pais, com medo da reação do filho, saem de casa escondidos. Nesses casos, a ansiedade gerada pela separação tende a ser maior;
- Não faça nada para compensar sua ausência, como levar a criança junto a compromissos, deixar que falte aula, dar algo em troca. A separação precisa ser compreendida como parte natural do dia a dia;
- Ajude a criança a reconhecer o sentimento. Não aceitar um sentimento, desdenhá-lo ou ignorá-lo não fará com que ele vá embora. Pelo contrário: sem entender o que está sentindo, a criança fica ainda mais ansiosa. Então converse com ela, diga que ansiedade é normal, que todo mundo às vezes sente isso e que vai passar;
- Sorria e mostre tranquilidade na hora de dar tchau. As crianças percebem quando os pais estão inseguros e sentindo-se culpados. Isso só irá reforçar sua ansiedade na hora de entrar na escola;
- Adote uma linguagem positiva. Frases como “não seja bobo”, “não precisa chorar”, “não tem motivo para ficar triste”, apenas acentuam a ansiedade da criança. Já elogios ao comportamento corajoso e palavras de afeto passam a confiança de que precisam;
- Use marcadores cronológicos. Crianças pequenas não têm noção de tempo e isso pode colaborar para sua ansiedade. Lembre seu filho de algumas coisas que ele irá fazer antes de você pegá-lo, como o lanche, a higiene, uma determinada atividade;
- Ressalte as coisas boas que ela irá fazer. Antes de chegar à escola, fale sobre as brincadeiras, as atividades, o que a criança irá aprender e o quanto é aguardada por todos na escola;
- Use elementos concretos. Crianças precisam de elementos concretos para lembrar. Você pode dar à sua algum objeto que a conforte, como um paninho, um lacinho, para que lembre que você logo estará com ela novamente;
- Recorra ao amiguinho de pelúcia. Ele pode trazer conforto ao pequeno. Diga a ele para cuidar bem do amiguinho e confortá-lo quando necessário, lembrando que ele irá brincar bastante e depois voltar para casa.
Se ele conseguir, diga “muito bem filho”, dê um abraço ou um beijinho, leve-o para passear, leve-o ao parque ou para ver os animais no Jardim Zoológico. A recompensa será de grande valia para entender que ir à escola é bom, mas que nos fins de semanas e feriados os pais fazem coisas especiais com eles.
Caso a criança não consiga mesmo ir à escola e continue sofrendo, não brigue ou faça chantagens porque ele não quer ir à escola. Compreenda o que poderá estar por trás disso e, seja qual for a situação, se este comportamento persistir, tente procurar ajuda de um psicólogo. Muitas crianças podem estar passando por fobia social, depressão, ansiedade e um psicólogo poderá avaliar melhor e cuidar da forma adequada.
Seja o que for, esteja sempre ao lado de seu filho, pois as crianças precisam incondicionalmente dos pais e do carinho deles. E entenda-o!
Quer enviar suas perguntas e dúvidas para a Cynthia?
Envie-as para o e-mail: crescendoeacontecendo@gmail.com
Cynthia Wood Passianotto é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
Acompanhe a Cynthia também pelo Instagram:
@crescendoeacontecendo
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