A sustentabilidade só é real quando compartilhada

Dolce Sustentável

Eleine Béleváry

E não estou falando de postar nas redes sociais, mas sim em estender boas práticas sustentáveis a todos

Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Design Dolce sob imagem por 89Stocker em Canva

Desde que vi o filme “Na Natureza Selvagem (Into the Wild, 2007)”, que conta a história real de Christopher McCandless (jovem americano que não compactuava com o consumista “American way of life” e se lançou em uma aventura solitária), fiquei impactada com a mensagem que deixou escrita antes de morrer ao consumir uma planta venenosa: “A felicidade só é real quando compartilhada”. Essa foi sua grande descoberta depois de optar pela solidão.

No mundo corporativo, sempre me pego analisando (até sem querer) o que é real e o que é balela na sustentabilidade. ESG deveria ser enxergado como uma ferramenta para que as empresas vivessem a verdadeira sustentabilidade, que eu até chamaria de “saudabilidade corporativa”, mas nosso sistema ainda é imaturo para essa visão. Muitos não enxergam que sustentabilidade é sinônimo de empresa saudável, com fôlego para se perpetuar. Essa é a real sustentabilidade.

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Esses dias, participei do webinário sobre ESG da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (coordenado pelo querido Mauro Peres), onde houve troca de ideias entre líderes empresariais de ambos os países, e foi consenso o papel da liderança para que a sustentabilidade da marca seja real, o verdadeiro “walk the talk”, e não apenas iniciativas rasas pra inglês ver. Espero que, ao contrário do que aconteceu no filme, os líderes enxerguem a tempo que a sustentabilidade é fundamental, e não apenas deixem um bilhete escrito depois que as luzes da empresa se apagarem…

Essa reflexão me veio ao ler um artigo que circulou neste final de setembro: “Empresário chinês cria folga para trabalhadores que estão tristes”. A iniciativa foi anunciada pelo magnata do varejo Yu Donglai, fundador da rede Pang Dong Lai, na China Supermarket Week 2024. A licença tem limite de 10 dias por ano, e o objetivo é ajudar os 7 mil funcionários a alcançar melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Quero que eles tenham liberdade. Todo mundo tem momentos em que não está feliz, então, se não estiver feliz, não venha trabalhar”, disse Yu. Segundo ele, que também zela por uma jornada justa de trabalho (7 horas diárias, folga aos finais de semana e um adicional para funcionários que lidam com reclamações de clientes), a atitude compensa, com índice baixo de turnover – menos de 5% por ano. Quanto isso vale em termos de educação de custos em recrutamento e treinamento? Quanto melhora a qualidade de atendimento com funcionários felizes? São indicadores importantes para qualquer empresa, como pregam algumas das premissas do capitalismo de stake holders.

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Setembro Amarelo (e seu foco em saúde mental) vai embora deixando esta que considero uma boa lição para todos os líderes: tomem a iniciativa, liderem suas empresas sob a filosofia de sustentabilidade real – assim como a felicidade, ela só é real quando compartilhada. E não estou falando de postar nas redes sociais, mas sim em estender boas práticas a todos os stake holders que sua mão alcançar.

Eleine Bélaváry é bióloga e diretora da Connexion Negócios Sustentáveis

@leninha.belavary

@connexion.sustentavel

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