Qual a visão, os planos e o que esperar do homem que quer retomar um SPFC vencedor
O postulante à presidência do São Paulo Futebol Clube, Julio Casares, é paulistano, advogado, publicitário e já foi também professor e radialista. Em 2008 foi o conselheiro mais votado da história do clube e já foi vice-presidente de Marketing e Comunicação do São Paulo. Já foi Membro do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar), do Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) e presidente da Associação Brasileira de Marketing e Negócios (ABMN) em duas ocasiões. Sua atuação na televisão se destaca pelos seus 12 anos como superintendente do SBT e depois como diretor de Estratégias e Projetos Especiais na Record.
De perfil estratégico e executivo, tem um currículo que o credencia para se candidatar a presidir um dos maiores times de futebol do Brasil.
Na sequência de matérias que a Dolce Morumbi tem feito cobrindo as próximas eleições do São Paulo, tivemos a oportunidade de endereçar algumas questão ao Julio sobre sua candidatura e planos para o clube.
O que considera como ações ou orientações principais para retomar o caminho de conquistas e títulos para o SPFC?
Vamos precisar trabalhar em várias frentes e a partir da hora um do mandato, por isso estamos há quase um ano nos dedicando ao nosso plano de gestão, que foi apresentado no dia 25 de junho e vem sendo aperfeiçoado desde então. O presidente não pode sentar na cadeira e começar a analisar a situação para tomar as medidas depois de um mês, precisa ser ágil. Considero que o ponto principal será a montagem da equipe de trabalho, com profissionais do mercado ocupando as áreas estratégicas do clube. Vamos fazer uma radiografia da dívida para alongá-la, o que vai dar oxigênio financeiro para o dia a dia. E no futebol, que é o nosso carro-chefe, vamos apostar em uma mudança radical de processos, tornando o São Paulo mais moderno e mais assertivo nas tomadas de decisão.
Sua chapa tem um programa baseado em 11 pilares. Há alguma ordem de prioridade para colocá-los em ação ou é na verdade um conjunto de ações que tomadas conjuntamente vão tratar cada um deles? Poderia elaborar, por gentileza?
Costumo dizer que nós teremos 30 bolas na nossa frente e vamos precisar acertar as 30 no gol ao longo dos três anos de mandato. O São Paulo não tem tempo a perder em nenhuma área. Ao contrário, precisa correr atrás do tempo perdido. Não dá para focar na recuperação financeira sem se preocupar com as conquistas do futebol, por exemplo. Por isso dividimos o nosso plano de gestão em 11 pilares e nos planejamos para atacar todos ao mesmo tempo. É importante que o são-paulino saiba quais são esses 11 pilares: profissionalização, governança, responsabilidade financeira, ética/transparência, mentalidade vencedora, engajamento com a torcida, sócio-torcedor, autonomia da área social, inovação, marketing e comunicação. Repito, o ponto fundamental é a equipe de trabalho que será montada, com profissionais de notório saber em todas as áreas, além das câmaras setoriais, que serão grupos de pessoas de dentro e de fora do clube que tenham capacidade e disposição de colaborar nesse processo de reconstrução. A partir do momento que essa equipe estiver montada, o plano estratégico será colocado em prática em todas as frentes simultaneamente.
Quais projetos e ações que estão em curso serão revistas e de que forma (por exemplo, o do sócio-torcedor)?
Todos os projetos e ações do São Paulo serão estudados e remodelados. Você citou o sócio-torcedor, que talvez seja o melhor dos exemplos. O São Paulo foi pioneiro, criou este modelo de negócio no Brasil, mas estacionou e hoje gera uma receita diminuta na comparação com outros clubes. Temos um plano específico montado para o sócio-torcedor, que passa fundamentalmente por oferecer um serviço premium para quem se cadastrar. E como fazer isso? Entendendo que os sócios-torcedores não são todos iguais. Tem aquele que vai a todos os jogos no Morumbi e precisa ser premiado, precisa ter prioridade na compra do ingresso.
Tem aquele que não vai muito ao estádio, mas gosta de consumir produtos do clube, então você oferece diversas opções para ele. Tem o sócio que mora longe, que precisa ter subsídios para organizar sua viagem, precisa de segurança para se programar com antecedência, o que será feito com o apoio das Embaixadas. Melhorar esse serviço passa por um ganho tecnológico que nós vamos ter, inclusive com a criação da diretoria de inovação. Enfim, esse é só um exemplo. Nós vamos reavaliar a venda de ingressos, vamos incrementar o Morumbi Concept Hall, vamos olhar com carinho para o licenciamento de produtos, para as ações em dias sem jogos… Tudo em contato direto com o torcedor. Qualquer empresa precisa saber do que o seu cliente precisa para melhorar. Quando esse cliente é um torcedor, um sócio, tem amor envolvido. Então, você precisa dar ainda mais atenção a ele.
Em linhas gerais, o que exatamente o sócio pode esperar de sua gestão na parte social do clube; o que os atletas em relação às modalidades esportivas amadoras e o que o torcedor vai identificar de mudança no time e na sua condução?
A autonomia da área social será uma marca da nossa gestão. O que isso significa? Que o futebol terá um orçamento e a área social terá outro, serão independentes. O diretor geral do clube social terá controle total do quanto pode gastar e também terá liberdade na hora de empregar as receitas. A área social não vai tirar receitas do futebol ou vice-versa. Pelo contrário: a nossa proposta é adicionar 5% do valor nos contratos de patrocínio que forem firmados para o futebol e destinar esse excedente à área social. Como fazer isso? Garantindo a essas empresas que haverá exposição da marca também em áreas estratégicas do social, que é um lugar bastante frequentado, com um público consumidor em potencial.
Sua história no SPFC é muito significativa e de atividades intensas. Qual ou quais momentos que lhe deram mais alegria e orgulho e quais aqueles que, olhando em perspectiva, faria diferente?
O São Paulo me traz alegrias desde 1970, ano da minha primeira conquista como torcedor, um Campeonato Paulista inesquecível. Ter podido colaborar com o clube no nosso último período vitorioso, à frente da diretoria de marketing, é algo que me orgulha muito. Claro que um momento inesquecível é a viagem ao Japão para a conquista do Mundial de 2005, mas recordo com muito carinho de todo o trabalho prévio. A confecção dos uniformes de treino com o nome dos atletas em japonês, por exemplo, foi uma ação que deu muito certo. Os eventos de despedida no nosso último jogo antes do embarque, no Morumbi, contra o Athletico-PR, que foi praticamente uma festa temática. A organização da inesquecível festa no retorno ao Brasil… Sem contar outras ações que me satisfizeram como são-paulino e como profissional do marketing, como o Batismo Tricolor, a comercialização da grama e das redes do Morumbi, a criação do Morumbi Concept Hall, o contrato de licenciamento que conseguimos com a Warner, quando até o Pernalonga vestiu nossa camisa… Enfim, tenho muito orgulho dessa trajetória e tenho certeza que, passados os três anos do nosso mandato, terei ainda mais motivos para olhar para trás e lembrar de tudo com carinho e sensação de dever cumprido.
Imagens da Publicação
Créditos: Divulgação
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