Uma linha do tempo da São Paulo Fashion Week, desde sua criação até o momento atual
A São Paulo Fashion Week é o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina. A SPFW fica atrás apenas das semanas de Paris, Milão, Nova York e Londres.
Tanto prestígio começou há quase 30 anos e, como tudo nessa vida, já passou por diversas transformações.
Anos 1990
Em 1994, o produtor de eventos Paulo Borges, junto com Cristiana Arcangeli, dona da marca de cosméticos Phytoervas, decidiu fazer um grande evento de moda. Na época, o nome do SPFW era Phytoervas Fashion.
O evento – dividido em três desfiles, um em cada dia – foi realizado em um galpão na Vila Olímpia, na zona oeste de São Paulo. Nomes respeitados foram lançados por lá, como Gloria Coelho, Walter Rodrigues e Alexandre Herchcovitch.
Em 1996, já fora da Phytoervas, Paulo Borges criou o Morumbi Fashion Week, em parceria com o Shopping Morumbi. A semana teve sete desfiles, apresentando 31 marcas na passarela.
Em 1997, o Phytoervas Fashion foi transformado no Phytoervas Fashion Award, uma competição que premiava estilistas, jornalistas e publicitários.
1998 foi a última edição da premiação. Gisele Bundchen ganhou o prêmio de melhor modelo e 60 designers brasileiros foram lançados.
O canal norte-americano E! Entertainment passou a cobrir o MFW em 1999, tornando este um ano de virada para a semana de moda brasileira. O investimento de R$1,5 milhão deu certo – até Kate Moss desfilou para a Ellus.
Entre 1998 e 2000, casas de luxo internacionais começaram a se instalar no Brasil, como Chanel, Versace e Gucci. Isso trouxe uma mudança significativa à indústria têxtil local, o que atraiu diversos investidores.
Anos 2000
Em 2001, a São Paulo Fashion Week nasceu de verdade, marcando a semana de moda brasileira oficialmente. Dolce & Gabbana, Alexander McQueen, Vivienne Westwood e Swarovski marcaram presença. O investimento robusto permitiu, inclusive, transmissão ao vivo pela internet logo no começo do século XXI.
Durante os anos 2000, a SPFW cresceu a cada edição, consolidando o nome do evento entre os desfiles de moda mais importantes do mundo, mas nunca deixando de lado as raízes brasileiras.
A organização sempre fez questão de exibir, em meio a grifes francesas e italianas, o que o Brasil tem de melhor. Em 2002, o tema foi “Moda Brasileira por Brasileiros”. Em 2003, a exposição Giramundo homenageou a diversidade das modelos brasileiras.
Alguns dos momentos mais marcantes dos desfiles também aconteceram nessa época. Em 2004, o estilista Jum Nakao passou 700 horas criando roupas de papel – que foram rasgadas pelas modelos ao final da apresentação.
Karla Girotto fez um desfile sem modelos e apenas colocou os looks em cabides, presos a balões flutuantes, em 2006. Já em 2008, um modelo nu tomava banho em plena passarela da Rosa Chá.
A SPFW também se destacou em questões de sustentabilidade, saindo na frente de suas irmãs gringas. Foi reconhecido como o primeiro evento de moda a ter conscientização sobre emissão de carbono pelo fato de ser realizado em parques públicos de São Paulo.
Anos 2010
Ainda seguindo a linha de preocupação com o meio ambiente, Gloria Coelho colocou 120 painéis solares na edição de 2010.
Em 2013, o evento criou uma experiência imersiva ao começar em plena linha verde da CPTM. Totalmente aberto ao público, passou pelas estações Vila Madalena, Ana Rosa, Alto do Ipiranga e Vila Prudente.
Até 2016, a São Paulo Fashion Week seguia o calendário das estações – primavera/verão e outono/inverno. Nesse mesmo ano, Paulo Borges anunciou que o evento adotaria o movimento See now, buy now (“veja agora, compre agora”, em português).
A decisão foi motivada pela velocidade das redes sociais. A estratégia surgiu do desejo da SPFW e das marcas de se aproximarem da cultura de consumo imediato do público mais jovem – millenials e gen Zs.
Foi também em 2016 que o evento abandonou a nomenclatura no estilo “estação + próximo ano” (como Inverno 2017, por exemplo), e passou a se chamar SPFW N41, em referência ao número total de edições até aquele momento.
Os anos 2010 também trouxeram mudanças de cunho social. Mesmo que já tivesse algumas ações de diversidade racial – como a cota para modelos negros e indígenas desde 2009 e o casting da Poko Pano com 95% de profissioanais negros em 2002 –, foi em 2020 que atividades bastante significativas aconteceram.
Ao comemorar 25 anos, a SPFW firmou uma parceria com o coletivo Pretos na Moda e outros profissionais do setor, num compromisso de colocar, pelo menos, 50% de pessoas negras, indígenas e asiáticas nas passarelas.
O evento também passou a apoiar ainda mais a presença feminina na indústria. A visão de diversidade, inclusão e protagonismo das mulheres é incentivada pelos patrocinadores, como é o caso do Santander e Iguatemi, e pela parceria institucional com a Prefeitura da Cidade de São Paulo.
Anos 2020
Depois de edições completamente virtuais por causa da pandemia, a São Paulo Fashion Week voltou em 2021 com algumas novidades.
A Esfér foi a primeira marca de joias a se apresentar no evento. Lançada em 2020, apresentou peças com ar contemporâneo, como brincos de ouro, pulseiras de metal retorcido, acessórios baseados em formas geométricas bem definidas, anéis prateados, correntes douradas e muito mais.
Uma colaboração com a prefeitura da cidade abriu portas para estilistas da periferia paulistana. O grupo (com 90% de mulheres) teve a chance de apresentar suas obras no pavilhão do Projeto Cria Costura. Com isso, a SPFW fortaleceu ainda mais a posição de apoiar pautas relacionadas à raça, gênero, política e sexualidade.
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