Pesquisa do Sebrae-SP mostra tendências das “smart cities”

Estudo aponta que economia, tecnologia e educação são eixos mais citados por empreendedores para estimular cidades inteligentes, mas tema ainda é pouco conhecido entre eles

As cidades inteligentes — ou smart cities — estão no centro da discussão sobre o crescimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da população. Afinal, até 2050, a ONU estima que duas em cada três pessoas do mundo viverão em áreas urbanas. Para “medir a temperatura” do tema entre gestores públicos, empreendedores e cidadãos, o Sebrae-SP realizou a pesquisa “Smart Cities”, que contou com dois objetivos centrais: trazer um panorama e tendências sobre smart cities e sua conexão com os pequenos negócios e mapear a aplicação das cidades inteligentes no Estado de São Paulo.

Uma smart city é aquela capaz de otimizar as funções da cidade e melhorar seus índices socioeconômicos por meio de tecnologia inteligente e análise de dados. A pesquisa mapeou os eixos mais importantes para os empreendedores quando se trata de smart cities. Os três mais citados foram: economia, tecnologia e educação — assim como o próprio estímulo ao empreendedorismo. Os demais eixos são energia, meio ambiente, governança, segurança, mobilidade, urbanismo e saúde.

Apesar disso, o tema das smart cities ainda é pouco conhecido do empreendedor: apenas 36% deles já ouviram falar, contra dos 83% gestores públicos. Entre os cidadãos, esse índice é de 48%. Quando se trata de apoio ao eixo de empreendedorismo nas cidades, a percepção varia: donos de pequenos negócios dão nota 5 ao apoio das prefeituras ao empreendedorismo, enquanto os gestores públicos avaliam esse item com nota 8,1. Para a pesquisa, 1.082 entrevistas com empreendedores, 1.000 com cidadãos e 81 com gestores públicos entre agosto e setembro de 2022.

“Estamos cada vez mais atentos a soluções para facilitar a atividade empreendedora nos municípios, com menos burocracia e mais serviços digitais, além de infraestrutura para as empresas e investimento em serviços para o bem-estar do cidadão. Tudo isso contribui para melhorar o ambiente de negócios e desenvolver as cidades”, aponta o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Marco Vinholi.

Em relação à localização geográfica das cidades inteligentes, o índice do ranking Connected Smart Cities mostra que elas estão distribuídas de forma mais concentrada na região sudeste do Estado de São Paulo, que envolve as regiões dos municípios de São Carlos, Campinas e São Paulo. Uma característica comum a essas cidades é a presença de incubadoras e polos tecnológicos, que impulsionam o empreendedorismo e a inovação.

Uso de tecnologia

A pesquisa também levantou o uso de tecnologia dos pequenos negócios: 65% dos empreendedores classificam como muito importante o uso de tecnologia dentro da empresa e 96% usam o celular no dia a dia do negócio. A grande maioria — 94% — afirma que pretende manter as mudanças tecnológicas provocadas pela pandemia de covid-19. Em relação a coleta e utilização de dados dos clientes, 71% dos empreendedores dizem que coletam ou armazenam algum tipo de dado, mas, por outro lado, 44% dizem não fazer uso nenhum das informações. Isso indica que ainda há um campo para ser trabalhado por empreendedores para aproveitar esses dados para ações de marketing e relacionamento com o cliente.

Colaboração da pauta:

Sebrae-SP

Rogério Lagos
rogeriolls@sebraesp.com.br

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