Muitas vezes, pagar menos para ter mais pode não ser o melhor custo-benefício
Alvo de polêmicas, a Shein – gigante chinesa que ficou conhecida principalmente entre a geração Z, pela atuação de influenciadores – divide o público. Após uma rede britânica se infiltrar nas fábricas e descobrir um trabalho quase escravo no que diz respeito a quantidade de horas, salários, punições e condições dos funcionários, uma nova notícia chocou os consumidores: a cliente comprou uma peça e encontrou o bilhete “você vai morrer neste vestido” dentro do pacote. Terror à parte, a personal shopper Daniela Tavares explica vantagens e desvantagens de encher o guarda-roupas com os produtos da marca low-cost.
“Existem dois lados da mesma moeda. É importante que o mundo caminhe para um tipo de consumo mais consciente, seja ele ambiental ou social. Além das denúncias que apareceram na imprensa, a Shein estimula um consumo acelerado e descartável, já que as peças não possuem muita qualidade e são facilmente substituídas por outras mais bonitas e com preço realmente baixo dentro da própria plataforma. Gosto de pensar que nossa atitude importa e reflete no outro país e em como ele lida com a mão-de-obra”, comenta.
Ao mesmo tempo, ela entende que há clientes que vão preferir uma quantidade maior de peças e que são fãs da marca. Para esses casos, a especialista indica comprar coisas que sejam mais da moda e que custam caro em lojas físicas, para serem usadas por um período curto.
“Ainda assim, é importante conhecer a procedência das peças. A Shein é uma plataforma de e-commerce chinesa muito presente nas redes Tik Tok e Instagram, por isso tem grande alcance para o público mais jovem. É hoje a maior fast fashion do mundo, porque atende a demanda do consumo acelerado, renovando constantemente as coleções com uma megaprodução em massa. Entretanto, apesar do conforto de comprar e receber em casa, sempre será um suspense até a real chegada da compra. Além de não saber como será o caimento das roupas no corpo, o tipo de acabamento só poderá ser visto no momento da entrega”, explica.
Outro desafio que Daniela pontua é em relação ao tamanho, uma vez que as modelagens não possuem um padrão claro. Alguns modelos podem funcionar bem com o M, enquanto outros precisam ser G, por exemplo. Isso acontece porque a proposta é estar sempre à frente das tendências e essa rapidez com que acontece a produção e a venda impede um controle de qualidade mais adequado dos produtos.
Além disso, é difícil encontrar peças com tecidos de fibras naturais como algodão, linho, lã ou seda, que seriam matéria-prima para peças mais duráveis e com maior conforto na hora de vestir. “Nesse caso, os tecidos sintéticos como poliamida, acrílico e acetato são os mais usados nos looks, tornando as roupas mais descartáveis. Esse tópico abre ainda um parêntese enorme para o assunto ‘consequência’: impactos ambientais causados pela indústria da moda”, completa.
Daniela Tavares confeccionou joias em ourivesaria durante 15. Atualmente, é consultora de imagem e estilo. Para mais informações, acesse pelas redes sociais
Colaboração da pauta:
Carolina Lara | carolina@carolinalara.com.br
Este artigo é um oferecimento de Touchédigital Marketing OnLine
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