Dolce Selfcare
Cecília Trigueiros
A verdadeira inspiração da Barbie veio do outro lado do Atlântico, especificamente da Alemanha
Ela não é americana!
A verdadeira inspiração da Barbie veio do outro lado do Atlântico, especificamente da Alemanha. Foi lá que a boneca Lilli foi concebida pelo autor Reinhard Beuthien, nas páginas do jornal alemão Bild.
Devido ao sucesso da personagem, a protagonista das histórias virou boneca em 1955. O que poucos sabem, é que se tratava de uma boneca de 30 centímetros, com rabo de cavalo platinado, olhos muito maquiados, sentada num balanço de corda e fazendo um biquinho sexy nos lábios.
Naqueles tempos, Bild Lilli era famosa entre os alemães – geralmente considerada um brinquedo sexual ou um presente para homens…bisa da Barbie era arteira!
Enquanto isso, desde 1945, o casal Ruth e Eliot Handler eram donos de uma fábrica de brinquedos nos EUA, a Mattel.
Em 1958, durante uma viagem à Europa, Ruth comprou a boneca Lilli para presentear sua filha. Ela percebeu a empolgação da criança com uma boneca/mulher e avistou ali uma ótima ideia de brinquedo.
Inspirada pela alemã Lilli, três anos mais tarde, surgiu uma boneca adulta e sofisticada, que recebeu o nome Barbie em homenagem à Barbara, filha dos Handler. Assim, em 9 de março de 1959 houve o lançamento da boneca na Feira Anual de brinquedos de Nova York.
Barbara Millicent Roberts mal chegou e já causou a primeira polêmica durante a feira.
Os homens achavam que as mulheres não comprariam uma boneca com corpo de mulher – uma boneca adulta, com aparência sexy. Eles também acreditaram que suas esposas não iriam querer e que não seria correto um filho ter “isso” – eles estavam errados.
As mulheres, por outro lado, instantaneamente ficaram loucas pela boneca!
E as vendas deslancharam…
Barbie não chegou para pilotar o fogão, em 1960 surge a primeira profissão, uma designer de moda. De acordo com a dona da Mattel: “meninas poderiam ser tudo o que quisessem”.
E assim foi: a loira fincou o pé na lua, assinou petições, pilotou aviões e por aí vai.
Mas nem tudo são flores no universo cor de rosa e no passado, Barbie contribuía negativamente para a imposição dos padrões de beleza, fazendo com que muitas jovens sofressem com anorexia para tentar imitar o corpo da boneca.
Ela chegou a ter uma edição, em 1963, que vinha acompanhada de um livro intitulado “Como Emagrecer”, cuja única dica era “Não coma!” e de outra que tinha como acessório uma balança com peso fixado em 50 quilos.
Que feio, loirinha…outras épocas.
Mas a situação foi mudando e, em 1997, ela ganhou uma cintura mais larga. Ufa!
A primeira Barbie negra surgiu em 1980. Hoje em dia é possível encontrar a boneca em versões com novas etnias, diferentes tipos de corpo, cor de cabelo e olhos.
Outra deslizada (Barbie não cai, desliza…) foi entre 2013 e 2020 quando a Mattel foi ultrapassada pela Lego como o maior fabricante de brinquedos do mundo. Entre as causas estão o boom dos videogames e casais com menos filhos.
Barbiiiiiiie….ui, doeu!
Mas então, as portas se fecharam, os streamings eram a diversão dos adultos e adivinha quem voltou?
Ken?
Sim! Ele também!
Em meio à pandemia e ao isolamento social, como consolar os pequenos? Para muitos pais, a solução foi comprar uma Barbie. De acordo com dados divulgados pela BBC, as vendas da boneca mais famosa do mundo atingiram US$ 1,35 bilhão na época – o melhor resultado desde 2014.
A boneca tem se mantido estável até o momento. A marca caiu? Caiu, mas a queda foi menor do que a Mattel como um todo. E soube se reerguer rendendo-se às redes sociais, criando o Instagram Barbiestyle.
A loira é porreta e não desiste!
Os dias de glória voltaram e a Barbie se mostra mais uma vez antenada com as tendências, inspirando-se em sua parceira, Disney, para lançar o live action mais comentado do momento, o filme Barbie. Barbiecore é uma mania mundial!
A Mattel aproveitou para imergir o consumidor no universo da boneca que há tempos estava esquecido, com perfis do filme nas redes sociais, sendo que o anúncio acompanhou um filtro de inteligência artificial, deixando tudo o mais high tech (e rosado) possível.
Tudo isso muito bem acompanhados pela atriz principal Margot Robbie, revivendo Barbies icônicas a cada Premier nos quatro cantos do mundo, desfilando os looks das nossas bonecas de infância.
Bonitas, não tem como negar:
O mundo é cor de rosa!
Cecília Trigueiros é formada em Marketing e maquiadora profissional e especialista em autocuidado e beleza.
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Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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