Dolce in Design
Paulo Di Mello
Você já pensou quanta influência a cultura francesa exerce sobre sua casa?
Talvez ache que somente na moda, na perfumaria e gastronomia, mas vai descobrir que muito do que temos na decoração e na arquitetura vem desse país que muitos veem como sinônimo de amor e paixão.
Palavras como boiserie, matelassê, capitonê, abajour entre outras, além de serem palavras incorporadas na língua portuguesa dentre as 7.000 palavras que estão em nosso vocabulário, algumas fazem parte do universo da decoração.
Este tipo de inspiração para decoração voltada para receber e o levado em primeiro plano, por isso os objetos decorativos são tão importantes para compormos este cenário acolhedor e elegante em qualquer ambiente da nossa casa, investindo em cores suaves e detalhes refinados.
Nas paredes, cores como bege, marfim e branco, são combinadas em tons pastéis como verde, rosa azul e até o amarelo, criando uma atmosfera aconchegante juntamente com elementos que podem incorporar, dando um detalhe refinado em suas paredes, como é o caso da boiserie, que são molduras vazadas com espaçamentos muito usadas na França no século XVIII, como sinônimo de sofisticação, além de ajudar no isolamento térmico.
Aqui elas voltaram com toda força em versões mais contemporâneas e materiais sustentáveis, como é o caso da marca Santa Luzia, considerada a percursora voltada para este tipo de acabamento entre outro no país. As formas arredondadas são outra peculiaridade na decoração onde os móveis, sofás, poltronas entre outras, possuem seus cantos arredondados ou em formato mais orgânico, assim como as mesas e detalhes em madeira podem ser torneados.
Para ambientes como salas e quartos levamos em consideração muitas almofadas e tapetes que remetem ao conforto com tecidos florais, listrados e também recentemente, com peles de animais que também eram aplicados em paredes, porém hoje contamos com a tecnologia do papel de parede transformando este trabalho mais fácil.
Além de tecidos leves e volumosos para suas cortinas trazendo elegância para sua janela, também objetos decorativos vintages, antigos ou mesmo de herança familiar dão um toque pessoal no ambiente ao fazer trabalhos manuais, que também faz parte dessa cultura.
Você já ouviu falar em bricolagem? Vem do francês bricolage, que significa fazer por você mesmo pequenos trabalhos sem a ajuda de um profissional. Um bom exemplo disso aqui no Brasil se faz presente na empresa de móveis e decorações Tok Stock, que a princípio seus ex-proprietários Régi e Ghislaine Dubrule, franceses, fundaram a marca vendo a necessidade de se ter uma loja onde você comprasse os produtos e montassem em casa no conceito de “faça você mesmo”. Além disso a loja também contava com produtos assinados por diversos designers com preços acessíveis dentre eles valemos destacar as peças desenvolvidas pelo designer francês Phillipe Starck reconhecido em todo mundo.
Nesta decoração também estão presentes o uso de quadros e objetos de arte para valorizar o ambiente em locais estratégicos geralmente acima de sofás e halls, como vale muito a utilização de grandes vasos de plantas em cima de mesas, pois o verde também sempre esteve presente em sua decoração.
Em quartos, por exemplo, muito se usou o capitonê e matelassê para se fazer cabeceiras de cama e produtos destinados a quartos que hoje caem bem ao gosto popular, assim como em detalhes de sofás.
Como pode perceber, muito do que você tem hoje em casa, possui este conceito ou passou por ele que, talvez seja um dos conceitos básicos primordiais em decoração.
Então achou que iria falar sobre sua casa parecer o Moulin Rouge?
Hoje falei um pouco sobre este tipo de decoração tão peculiar que sem perceber está na casa de todos nós!
See you soon!
Imagens cedidas por Paulo Di Mello
Paulo Di Mello é designer e arquiteto de interiores com trabalhos reconhecidos no Brasil e exterior e destaque em publicações como “Revista CasaCor“, “Revista Decorar”, “Portilato USA” e “Miami Beach Interior Design”.
Busca agregar em seus trabalhos a identidade de seus clientes, criando trabalhos personalizados. Tem especialização em projetos voltados para a inclusão social, em especial para estabelecimentos comerciais, o que lhe permite emitir um selo de acessibilidade.
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