A arquiteta Marina Salomão compartilha suas principais sugestões para planejar esse cantinho especial no lar
Antes de tudo, é necessário definir o lugar da casa onde o cantinho de leitura ficará. Contudo, Marina alerta para alguns cuidados importantes: evite colocar a poltrona em áreas com muita circulação, garantindo assim a tranquilidade necessária para esse momento. Recomenda-se que este espaço seja posicionado em locais afastados das principais áreas de passagem da casa. Para ajudar a abafar o som, vale recorrer aos elementos decorativos, como tapetes, cortinas e almofadas.
Segundo a especialista, um ambiente sem distrações, que ofereça conforto ao morador, é essencial. Ela ainda cita alguns exemplos: “Pode ser um canto da sala, do quarto, do escritório ou até mesmo um espaço no jardim, desde que proporcione aconchego e tenha uma iluminação adequada”, conclui.
Feito tanto para os momentos sociais quanto os mais solitários, este living dispõe de uma luminária que permite direcionar a luz para onde o morador desejar. À esquerda, uma lareira ecológica aquece o ambiente nos dias mais frios | Projeto Marina Salomão Arquitetura e Interiores | Fotos: Sidney Doll
De olho na iluminação
Um cantinho de leitura precisa de um bom projeto luminotécnico. A iluminação adequada deve ser aliada a fim de proporcionar momentos de bem-estar e favorecer a leitura. Para criar algo eficiente, é recomendável combinar luz natural e artificial. Posicionar a poltrona pertinho de uma janela garante momentos confortáveis durante o dia, além de permitir uma boa circulação de ar – detalhe fundamental que, muitas vezes, é negligenciado, de acordo com a arquiteta Marina Salomão.
“Um elemento essencial que, normalmente, não é considerado é a presença de uma boa ventilação. Um cantinho de leitura confortável pede por uma boa circulação de ar para que a pessoa se sinta bem enquanto desfruta de seu momento de leitura”, explica.
Além disso, é importante complementar com uma luminária, considerando a leitura à noite. A profissional recomenda que a luminária seja direcionável e regulável, permitindo ajustar a direção da luz para evitar sombras sobre as páginas do livro e regular a intensidade da luz para garantir o máximo conforto visual.
Ergonomia
A escolha da poltrona não pode ser trivial. Uma vez que, neste ambiente, o leitor passará minutos ou horas sentado, é preciso considerar um móvel que seja referência em conforto e ergonomia. Ou seja, a poltrona demanda um design minuciosamente pensado para a saúde e o bem-estar do usuário de modo que ele descanse e consiga se concentrar na leitura.
“Certifique-se de escolher uma poltrona com apoio para os braços e encosto adequado. Se possível, com apoio para os pés também. E não deixe de ajustar a altura da poltrona e da mesinha para uma postura correta durante a leitura”, aconselha Marina.
Observando uma jangada no mar da Bahia, o designer romeno Jean Gillon deu vida à poltrona Jangada em 1968, um dos primeiros móveis a usar o náilon em sua composição. Posicionada em um lugar privilegiado do espaço da arquiteta Marina Salomão, na CASACOR São Paulo 2024, a poltrona confere um ar vintage | Fotos: Rafael Renzo
Mas, será que devemos apostar em uma poltrona assinada por um designer? A arquiteta defende a elegância do móvel com assinatura, entretanto aponta que este não é o único caminho. “Essa opção tem um charme todo especial e um toque de personalidade e sofisticação, mas existem outras boas opções no mercado, como poltronas ergonômicas, reclináveis e confortáveis que atendam às necessidades do usuário”, explica. “Acima de tudo, devemos investir em um móvel ergonômico”, conclui.
Tecidos naturais, sisal e madeira tornam este cantinho de leitura um lugar convidativo para ler uma boa história sentado nesse sofá com um design orgânico (Full House) no projeto da arquiteta Marina Salomão para a CASACOR São Paulo 2024 | Fotos: Rafael Renzo
Como decorar?
Ao decorar um cantinho de leitura, deve-se tomar alguns cuidados. “Evite posicionar a poltrona de frente para uma parede vazia, pois pode causar a sensação de claustrofobia”, sugere Marina. Para isso, inserir uma obra de arte que inspira e traz equilíbrio é uma boa pedida. Entre outras sugestões para o décor desses ambientes, a arquiteta indica os elementos naturais, tais como plantas e materiais orgânicos – madeira, palha, sisal, tecidos de algodão, tons terrosos etc. – e detalhes personalizados, como almofadas ou mantas com estampas que refletem a personalidade do morador.
Em relação à escolha da paleta de cores, Marina aponta que o ambiente deve transmitir calma e tranquilidade. “O maior desafio ao elaborar um cantinho de leitura é encontrar o equilíbrio entre conforto, funcionalidade e estética. É importante garantir que o espaço seja agradável e convidativo, e ao mesmo tempo que atenda às necessidades práticas de quem vai utilizá-lo”, conclui.
Marina Salomão é arquiteta formada pela Universidade Dom Pedro II, há 16 anos, pós-graduada em Lighting Design, Engenharia de Segurança do Trabalho e Arquitetura de Luxo, a arquiteta Marina Salomão atua desde o início de sua carreira com projetos de Arquitetura e Interiores. Já foram +170 obras realizadas, desde ambientes residenciais, comerciais e corporativos.
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