A infância de Joana, lançamento da Maralto Edições, marca a estreia da autora na ficção
Mariana Ianelli estreia na ficção com o lançamento de A infância de Joana, publicado pela Maralto Edições. Reconhecida por sua trajetória literária que inclui 16 livros de poemas, 3 obras infantis e o Prêmio Minuano de Literatura 2021, Ianelli agora se aventura em um novo território, apresentando uma obra que ultrapassa o limite de uma única personagem e dialoga com a infância de todos nós.
A infância de Joana aposta numa narrativa fragmentada, construída com base em recortes de cenas e rastros de acontecimentos, revelando que a história de Joana é, em essência, a história de todas as infâncias. Ambientada entre os anos 1980 e o início de 1990, a obra mistura memórias da própria autora com impressões particulares à experiência infantil. Ao acompanhar a trajetória da protagonista, o leitor se depara com um mosaico de momentos que ressoam com os segredos, descobertas e mistérios que marcam o universo da criança.
“Busquei levar para a linguagem, de maneira deliberadamente fragmentada, aquele primeiro estranhamento da infância diante de certas coisas que uma criança vê, sente e vive”, explica a autora. “Muitas imagens e sensações me voltaram, numa mistura de tempos, e esse olhar para a criança que fui me fez tanto dar feitio e temperamento a uma personagem como ser instrumento, ter minha história também como matéria-prima dessa experiência narrativa”, acrescenta.
Cada fragmento da obra traz uma nova faceta de Joana, e o leitor é convidado a explorar como ela responde aos desafios e aos encantamentos de seu mundo. A infância é retratada não apenas como um período da vida, mas como uma metáfora das primeiras descobertas emocionais, dos primeiros confrontos com o desconhecido, e do modo como essas experiências nos moldam.
Com ilustração da experiente fotógrafa Juliana Monteiro, as imagens selecionadas para a obra transmitem o incomunicável do interior da criança. “As imagens, que foram criadas a partir de transferências de fotografias e de carimbos de objetos, apresentam diversas Joanas”, explica Juliana. “Trabalhei com fotografias de diferentes crianças para sublinhar visualmente as transformações pelas quais essa personagem passa durante seu percurso de descobertas e para evocar o caráter universal da experiência narrada”.
A infância de Joana não é apenas a história de uma menina; é uma obra que nos lembra dos medos, encantos e sonhos que moldaram quem somos. Provocativo e delicado, o livro convida o leitor a revisitar suas próprias memórias.
“Toda criança tem um pouco da Joana, na medida em que cada uma recebe e sente o que lhe fazem, respondendo de algum modo a isso, quem sabe mesmo sem palavras. A criança tece seu mundo interior com tudo o que tem (e lhe dão) de assombroso ou fascinante, e assim ela também vai escrevendo sobre o texto que lhe inscrevem, o que pode dar num lúdico e também – como não? – desconcertante palimpsesto”, finaliza Mariana Ianelli.
O livro já está disponível nas plataformas digitais de vendas e faz parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada a escolas de todo o país.
Mariana Ianelli nasceu em 1979, em São Paulo, onde vive. É autora de dezesseis livros de poemas, como Trajetória de antes (1999), Duas chagas (2001), Passagens (2003), Fazer silêncio (2005), Almádena (2007), Treva alvorada (2010), O amor e depois (2012) e Tempo de voltar (2016) – reunidos na antologia Manuscrito do fogo (2019), que marca vinte anos de poesia –, além de Terra natal (2021), Moradas (2021), Vida dupla (2022), Dança no alto da chama (2023) e América: um poema de amor (2021), semifinalista do Prêmio Oceanos de 2022. Tem cinco livros de crônicas: Breves anotações sobre um tigre (2013), Entre imagens para guardar (2017), Dia de amar a casa (2020) – Prêmio Minuano de Literatura 2021, categoria Crônica –, Prazer de miragem (2022) e Turno de madrugada: antologia (2023). Também é autora de três infantis: Bichos da noite (2018), Dia no ateliê (2019) e A menina e as estrelas (2022).
Juliana Monteiro nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e vive em São Paulo, onde cursou Linguística e, desde então, tece relações entre diferentes linguagens. O caráter universal do que é íntimo, a impermanência e a dinâmica entre palavra e imagem são eixos presentes em sua observação artística, que se vale da fotografia como principal instrumento do dizer. Participou de exposições coletivas em galerias e museus, além de residências artísticas nacionais e internacionais. É coautora, juntamente com o escritor João Anzanello Carrascoza, do Catálogo de perdas (2017), obra finalista do Prêmio Jabuti e vencedora do FNLIJ, e de Fronteiras visíveis (2023).
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