Morre a beleza da terra
Por Liana Muller Borges
Por cada árvore assassinada
Morrem flores insetos
Ninhos de passarinhos
Orquídeas assassinadas
Morrem pedras bem-amadas
Morre o índio
O verdadeiro dono da terra
Morrem também nessa guerra
Frações de nossos pulmões
Por cada árvore assassinada
Engordam deuses dos cifrões
Por cada árvore assassinada
Enchem se os cofres do mal
Morre pouco a pouco
O ar
O ar que respiramos
Por cada árvore assassinada
Morre uma onça pintada
Os bichinhos que nós amamos
Por cada árvore assassinada
Morre a água do rio
E até mesmo morre o mar
Morrem as populações
Pouco a pouco envenenadas
Por cada árvore assassinada
Morre mesmo amordaçada
A alma dos nossos bosques
Morre a beleza da terra
E até parece que a serra
Se curva de tanto chorar
Não mais árvores queimadas
Em nossas florestas sonho
De pássaros beija flores
E orquídeas de mil cores
Bebendo o orvalho da vida
Deixa a fotossíntese chegar
Liana Muller é fundadora da Associação Criança Brasil
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