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Escritora e visagista, autora do livro “Filha de Circe”

Relicário perdido

Ninguém pode possuir o que é divino

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Estou no mundo mágico…

Meus pensamentos correm como rios mágicos, atravessando mundos, até que colidem com você.

A viagem é suave, quase um sonho, até que sua presença se ergue diante de mim — não a que todos conhecem, mas a que invoco e moldo dentro de mim, até que se torne perfeita… e mortalmente irresistível.

Somente as pontas dos meus dedos ousam tocar as ondas claras de seus cabelos. Elas se movem como mar luminoso, aprisionando o sol em fragmentos dourados. Entre esses fios, me aninho como quem encontra abrigo eterno, como se ali houvesse um pedaço do paraíso que o mundo não pode alcançar.

O calor do seu toque não é apenas calor: é uma chama que incendeia alma, corpo e pensamento. Um pacto silencioso que me prende.

Guardo cada lembrança como quem esconde um relicário proibido — o gosto úmido de sua boca, o deslizar ardente de sua língua na minha, sua saliva que é puro feitiço… alquimia que me mantém em vigília, sustentando minhas fantasias mais febris.

Foto de The Cleveland Museum of Art na Unsplash

Eu me recordo sempre… porque você não é para ser possuído — ninguém pode possuir o que é divino.

Você é para ser sonhado, como sonho, quando me perco na luminosidade castanha dos seus olhos, portais que me puxam para dentro de um êxtase sem volta.

Quando sinto você dentro de mim, não é só prazer — é devoção.

Cada partícula minha vibra como um templo em celebração ao seu nome.

E quando ele escapa dos meus lábios, não é mera palavra: é encantamento, que dissolve o mundo ao nosso redor.

E então, no limiar entre a fantasia e a realidade, tudo se consome… deixando apenas o pecado, o prazer e nós.

Foto de The Cleveland Museum of Art na Unsplash

Você, minha quimera

Aquilo que me inspira para encantar tantas pessoas

Eu te guardo em mim, no meu mundo… como um tesouro!

Um tesouro tão meu como cada sílaba que escrevo em seu nome

Que escrevo para você

E quando penso em ti, sinto teu calor atravessando minha pele

Mesmo que não estejas aqui

É o cheiro que imagino, o toque que invento

O peso do teu corpo sobre o meu no escuro

Um roçar lento que começa na minha nuca

E desce como até incendiar cada pedaço de mim

Você é o pecado que meus dedos procuram na madrugada

O sussurro que rasga o silêncio

E deixa meu corpo pulsando por horas

Na minha mente, te prendo contra a parede

Te arranco respirações ofegantes

Desvendo cada contorno teu com a urgência de quem sabe

Que o mundo real nunca nos permitirá

A fantasia me pertence

Ali, não existem regras

Só teu gosto salgado

Teus olhos cravados nos meus

Teu nome se quebrando na minha boca

Em gemidos que ninguém mais ouvirá

E assim me rendo

Suada, entregue, consumida por um fogo

Que não pede permissão para existir

Não há muro, não há distância

Nem o aço frio da realidade

Pode matar o que acontece aqui dentro

Porque és meu vício e minha ruína

Meu êxtase e minha dor

E mesmo que o mundo nos negue

Eu te tomo para mim todas as noites

No único lugar onde ninguém pode impedir

Na fantasia suja e perfeita

Em que somos só carne, desejo

E um gozo que não conhece fim.

Simone Rodrigues é nascida e criada em São Paulo e há mais de 20 anos é moradora da cidade de Guarulhos; é visagista, hairstylist e maquiadora cuja jornada vai além dos salões de beleza. Em 2018, conquistou o 5º lugar no Prêmio de Literatura Guarulhos com seu primeiro livro, abrindo as portas para uma série de cinco obras subsequentes. Enquanto seu talento se destaca na arte dos cabelos, sua verdadeira paixão se revela nas páginas em que escreve, repletas de histórias de amor e fantasia destinadas a inspirar mulheres. Seus livros não são apenas uma expressão artística, mas uma extensão dos seus sonhos e de sua vida, dedicada a encantar e transformar.

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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