Estou no mundo mágico…
Meus pensamentos correm como rios mágicos, atravessando mundos, até que colidem com você.
A viagem é suave, quase um sonho, até que sua presença se ergue diante de mim — não a que todos conhecem, mas a que invoco e moldo dentro de mim, até que se torne perfeita… e mortalmente irresistível.
Somente as pontas dos meus dedos ousam tocar as ondas claras de seus cabelos. Elas se movem como mar luminoso, aprisionando o sol em fragmentos dourados. Entre esses fios, me aninho como quem encontra abrigo eterno, como se ali houvesse um pedaço do paraíso que o mundo não pode alcançar.
O calor do seu toque não é apenas calor: é uma chama que incendeia alma, corpo e pensamento. Um pacto silencioso que me prende.
Guardo cada lembrança como quem esconde um relicário proibido — o gosto úmido de sua boca, o deslizar ardente de sua língua na minha, sua saliva que é puro feitiço… alquimia que me mantém em vigília, sustentando minhas fantasias mais febris.

Eu me recordo sempre… porque você não é para ser possuído — ninguém pode possuir o que é divino.
Você é para ser sonhado, como sonho, quando me perco na luminosidade castanha dos seus olhos, portais que me puxam para dentro de um êxtase sem volta.
Quando sinto você dentro de mim, não é só prazer — é devoção.
Cada partícula minha vibra como um templo em celebração ao seu nome.
E quando ele escapa dos meus lábios, não é mera palavra: é encantamento, que dissolve o mundo ao nosso redor.
E então, no limiar entre a fantasia e a realidade, tudo se consome… deixando apenas o pecado, o prazer e nós.

Você, minha quimera
Aquilo que me inspira para encantar tantas pessoas
Eu te guardo em mim, no meu mundo… como um tesouro!
Um tesouro tão meu como cada sílaba que escrevo em seu nome
Que escrevo para você
E quando penso em ti, sinto teu calor atravessando minha pele
Mesmo que não estejas aqui
É o cheiro que imagino, o toque que invento
O peso do teu corpo sobre o meu no escuro
Um roçar lento que começa na minha nuca
E desce como até incendiar cada pedaço de mim
Você é o pecado que meus dedos procuram na madrugada
O sussurro que rasga o silêncio
E deixa meu corpo pulsando por horas
Na minha mente, te prendo contra a parede
Te arranco respirações ofegantes
Desvendo cada contorno teu com a urgência de quem sabe
Que o mundo real nunca nos permitirá
A fantasia me pertence
Ali, não existem regras
Só teu gosto salgado
Teus olhos cravados nos meus
Teu nome se quebrando na minha boca
Em gemidos que ninguém mais ouvirá
E assim me rendo
Suada, entregue, consumida por um fogo
Que não pede permissão para existir
Não há muro, não há distância
Nem o aço frio da realidade
Pode matar o que acontece aqui dentro
Porque és meu vício e minha ruína
Meu êxtase e minha dor
E mesmo que o mundo nos negue
Eu te tomo para mim todas as noites
No único lugar onde ninguém pode impedir
Na fantasia suja e perfeita
Em que somos só carne, desejo
E um gozo que não conhece fim.