Olá, querido leitor e leitora da Dolce Morumbi®!
Hoje lhe convido a olhar pelo caleidoscópio da arte, cultura e luxo, uma verdadeira celebração que Bvlgari preparou.
Há algo de quase espiritual na forma como a luz toca uma joia. Quando atravessa uma pedra, a cor ganha voz, vibra, respira — e é justamente essa poética da cor que a Bvlgari transforma em experiência sensorial na exposição “Kaleidos: Colors, Cultures and Crafts”, em cartaz no National Art Center de Tóquio até 15 de dezembro de 2025.
Mais do que uma retrospectiva de alta joalheria, Kaleidos é uma ode à cor como linguagem universal: uma celebração do olhar, do gesto e da cultura, onde cada nuance revela um diálogo entre tradição e contemporaneidade.
Um caleidoscópio de histórias e significados
Com cerca de 350 obras-primasque atravessam décadas de criação, a mostra propõe uma imersão no universo cromático da Bvlgari. Desde os icônicos colares de rubis e esmeraldas até as ousadas combinações de ametistas, turquesas e citrinos, cada peça expressa o fascínio da maison pela cor como elemento de identidade.
A exposição se organiza em três capítulos — A Ciência das Cores, Simbolismo e Culturas e O Poder da Luz — e, em cada um, revela diferentes dimensões desse universo cromático: da física e percepção ótica ao simbolismo cultural e espiritual.
A cor, na visão da Bvlgari, é mais que um recurso estético — é narrativa, é emoção, é forma de pensamento. Ela traduz a energia do Mediterrâneo, o brilho da Roma eterna e a exuberância da criatividade humana.

Entre Itália e Japão: o encontro de dois olhares
Idealizada em parceria entre o estúdio italiano Formafantasma e o japonês SANAA, a cenografia da mostra é uma experiência em si mesma. Linhas puras, transparências, reflexos e uma iluminação meticulosa criam um ambiente que parece respirar.
O visitante é convidado a caminhar por espaços onde a leveza japonesa encontra a opulência italiana, num diálogo que transcende fronteiras geográficas. Essa fusão entre o minimalismo oriental e a sensualidade ocidental traduz o próprio espírito da Bvlgari — uma marca que sempre fez da mistura sua essência.
O resultado é um percurso contemplativo, em que cada vitrine se torna uma janela para o tempo. O brilho das gemas ecoa como fragmentos de memória, e a luz — protagonista silenciosa — revela a alma artesanal que sustenta a sofisticação da joalheria.
O poder do fazer: artesanato como arte
Mais do que joias, as criações expostas são testemunhos de um ofício. Cada peça nasce da paciência, da precisão e da intuição de mestres artesãos que transformam matéria em emoção. Kaleidos valoriza esse saber ancestral e o coloca em diálogo com a arte contemporânea: nomes como Lara Favaretto, Mariko Mori e Akiko Nakayama foram convidados a criar instalações que reinterpretam a relação entre cor, luz e movimento. Suas obras acrescentam novas camadas de significado, lembrando que o luxo também é uma forma de pensamento — e que o fazer manual é, antes de tudo, uma filosofia.
O luxo como cultura
Ao longo de mais de um século, a Bvlgari construiu uma identidade visual inconfundível: generosa nas formas, intensa nas cores, luminosa nos contrastes. Mas Kaleidos vai além do arquivo histórico. A exposição propõe uma reflexão sobre o que o luxo representa hoje — não como status, mas como expressão cultural.
O luxo, aqui, é a soma de tempo, arte e saber. É o diálogo entre civilizações, a celebração da diversidade estética e a busca pela beleza como valor atemporal.
Kaleidos é, portanto, mais do que uma mostra sobre jóias: é uma meditação sobre a cor como linguagem universal, sobre a luz como metáfora da criação e sobre o artesanato como herança viva. Ao final do percurso, o visitante sai transformado — com o olhar mais atento e o coração tocado pela constatação de que o verdadeiro luxo é a capacidade de ver o mundo em todas as suas tonalidades.
Queridos leitor e leitora, que esta sempre seja a nossa forma de olhar. Muito obrigada.