Alfabetização e letramento

“A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal.” Emília Ferreiro

Por Dani Prado

Para falarmos sobre o processo de aquisição da leitura e da escrita, precisamos definir dois principais conceitos: a alfabetização e o letramento.

A alfabetização é um processo criado pelo homem há muitos anos. Nesse processo a criança aprende a ler e a escrever, conhece e aprende a decodificar as letras, identifica o som e a escrita das letras e palavras, juntando as letras e realizando o processo da relação grafema/fonema. São 4 os eixos que proporcionam o desenvolvimento das capacidades e habilidades na alfabetização: oralidade, leitura e escrita, produção de texto e análise linguística. Ela prepara o aluno para o letramento, que deve ocorrer de forma tranquila.

Sabe-se que o estímulo é uma importante ferramenta para que a criança consiga passar por esta fase e entrar no sistema da leitura e da escrita, esses estímulos podem e devem ocorrer a partir do momento em que a criança ainda está na barriga da mamãe. Assim, vamos falar um pouco sobre o letramento.

A palavra letramento foi criada em meados dos anos 80. Ela desenvolve as habilidades da leitura e da escrita e usa essas habilidades para envolver os alunos em atividades que os integram à sociedade. Estar letrado é aprender a ler e escrever (alfabetizado) e isso inclui ler diversos tipos de textos, desde notícias simples a romances complexos, escrever bilhetes simples, uma carta, um ensaio ou até mesmo uma dissertação.

Como ajudar o filho na fase da alfabetização?

Quando as crianças se aproximam do momento da alfabetização, as expectativas crescem. Pais e mães são tomados por uma espécie de ansiedade e querem ver seus filhos lendo logo. É importante que essa cobrança não seja passada para a criança de forma que possa retardar esse processo; os familiares podem auxiliar as crianças nesta fase ensinando musiquinhas com o abecedário, aproveitando todas as chances para nomear as letras, oferecer brinquedos educativos estampados com letras e números, ler histórias com frequência, explorar rótulos e embalagens, pedir que a criança faça uma lista de compras, respeitar o ritmo da criança, preparar receitas culinárias junto com a criança, fazer elogios baseado em evidências, como: “parabéns pelo seu empenho”, “você fez uma ótima atividade” etc; colocar um quadro em casa para anotar recados e mensagens, ter sempre lápis e papel e computador, espalhar livros, revistas, gibis e jornais pela casa, tornando o lar também um ambiente alfabetizador. Ou seja, os pais desempenham um papel indispensável no desenvolvimento de seus filhos, o importante é tornar a leitura um ato prazeroso.

Atualmente durante o processo de aquisição da leitura e da escrita, antes de ensinar as letras e seus nomes, é preciso apresentar os sons que essas letras representam e que há uma série de propostas a serem feitas para preparar as crianças para este processo.

A consciência fonológica é a habilidade que todos nós temos para lidar com a estrutura sonora da fala e trabalhar seus componentes estruturais. Além disso, vale ressaltar que ela permite também a possibilidade de pensar a linguagem como um objeto.

Durante a alfabetização, quando conhecemos os sons das letras, sílabas e palavras, o aprendizado ocorre de maneira mais fluida e rápida. Sendo assim, a consciência fonológica na alfabetização deve ocorrer por meio de estímulos. Esse exercício se dá através do desenvolvimento das habilidades trabalhadas, ou seja, da reflexão, da identificação e da manipulação dos sons presentes em nossa língua.

É preciso que exista um equilíbrio entre a etapa inicial da alfabetização e o estímulo motor, considerando que os pré-escolares estão em idade propícia para o desenvolvimento de uma série de habilidades pessoais e interpessoais que são vitais para fomentar a criatividade e o interesse.