A ansiedade infantil pode apresentar sintomas emocionais, físicos, comportamentais e relacionados ao pensamento
A ansiedade corresponde a um sentimento de tensão, medo e preocupação inerentes ao ser humano e, até certo ponto, considerada normal. A partir do momento em que esse sentimento passa a ser excessivo, a ansiedade pode se tornar uma doença psicológica, comumente conhecida como um transtorno de ansiedade. Quando o medo e a preocupação se tornam constantes, esse sentimento passa a ser algo perturbador e chega a limitar a pessoa, atrapalhando até mesmo as suas atividades cotidianas.
A ansiedade infantil pode apresentar sintomas emocionais, físicos, comportamentais e relacionados ao pensamento. Tristeza, medo, culpa, preocupação e alterações de humor são alguns dos principais sintomas emocionais que podem ser apresentados na criança e no adolescente.
Como sintomas comportamentais, temos as crises de choro, falta de concentração, isolamento e desânimo em realizar as atividades que antes eram corriqueiras. A agitação, dores no corpo, músculos tensos, tonturas e insônia, são alguns sinais físicos que a ansiedade pode apresentar. O pessimismo, a falta de confiança, a baixa autoestima e a autocrítica se caracterizam como sintomas relacionados ao pensamento.
Como ajudar seu filho a lidar com a crise de ansiedade
Durante uma crise é importante que a criança/ adolescente saiba como contornar a situação para que não piore. Para isso, existem algumas técnicas que ajudam:
1 – Respirar fundo
Em momentos de crise, é provável que haja hiperventilação. É importante contornar esse sintoma, respirando profundamente. A respiração feita dessa maneira aumentará a oxigenação do cérebro e reduzirá o estresse. Esse procedimento deve ser feito até que seu filho esteja mais tranquilo.
2 – Fechar os olhos
Além de auxiliar no processo de respiração, os olhos fechados ajudam na concentração e no bloqueio de estímulos externos.
3 – Relaxar os músculos
Durante uma crise, os músculos tendem a ficar tensos. Por isso, deve-se tentar relaxar cada grupo muscular por vez.
4 – Praticar o “pare e substitua”
Essa técnica consiste na troca de pensamentos negativos, que estimulam o estresse e o medo, por pensamentos positivos, que trazem alegria e paz. Ou seja, ao invés de pensar no que pode dar errado, mudar o foco e pensar no que pode dar certo.
5 – Reconhecer o problema
Ajudar a criança/adolescente a reconhecer que está em crise e analisar o medo que isso causa são importantes fatores de ajuda nesses momentos. Pergunte: esse medo é real? Qual o motivo para estar com esse sentimento? Outra dica é tentar eliminar possibilidades, cortando da mente o “e se”.
6- Praticar atividades físicas
A prática de atividades físicas é um importante agente na prevenção de crises. Exercícios físicos liberam endorfina, hormônio que proporciona bem-estar, tranquilidade e felicidade.
7 – Concentrar em algo que proporcione prazer
Atividades que distraem a mente ajudam a esquecer os problemas e medos. Ter hobbies, fazer artesanato, pintura, aula de música, dança, ir ao cinema. Vale tudo para ocupar a cabeça com coisas que trazem alegria e tiram o foco do que pode causar crises.
8 – Procurar ajuda médica e psicológica
Por último, mas não menos importante. A ansiedade, dependendo do seu grau, é um problema de saúde e que pode evoluir para patologias como depressão e pânico. O auxílio profissional atua como controle desse transtorno. Em alguns casos, inclusive, é indicado o uso de medicamentos. Em outros somente a Terapia Comportamental e Cognitiva que é de excelente ajuda. O profissional analisará a melhor forma de tratamento e fará o acompanhamento do caso.
Diante disso, estar atento às ações do seu filho ou filha tem papel indispensável para identificar o transtorno e buscar a melhor solução para que o problema não se desenvolva para situações mais graves.
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Cynthia Wood Passianotto é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
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