Autossabotagem é o novo vilão no jogo da vida adulta

Todos nós, em algum momento, nos tornamos personagens desse jogo desafiador que é a vida adulta

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Por Caroline Macarini

No último ano, o Google Trends revelou que pesquisas relacionadas ao termo “procrastinação” aumentaram 90% nos últimos cinco anos. Essa estatística reflete uma tendência preocupante na vida adulta: a autossabotagem. Desde a procrastinação até o medo de sucessos e fracassos, esses padrões têm sido o foco de inúmeros estudos que buscam desvendar o autoconhecimento pleno.

A autossabotagem pode ser comparada a um videogame cheio de obstáculos, como pressões sociais, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, experiências passadas, temores e a constante comparação com os outros. Reféns desse vilão invisível, surgem as armadilhas: a procrastinação, que pode ser entendida como o nível impossível de passar, o auto isolamento, pela perda de personagens aliados, e a autocrítica, que derruba a autoconfiança após cada derrota.

Todos nós, em algum momento, nos tornamos personagens desse jogo desafiador que é a vida adulta. Contudo, a chave está em desvendar esses padrões e aprender a lidar com eles de maneira inteligente e construtiva, como verdadeiros protagonistas.

Pensando nisso, o que está ao nosso alcance para derrotar a autossabotagem?

A aceitação é o primeiro passo para entender que a autossabotagem é comum e humana. Julgar cada padrão adverso pode ser doloroso, dificultando valorizar o momento em que estamos fazendo o nosso melhor.

Exercitar esse comportamento incentiva a autoconsciência necessária para entender quais ações realmente tentam minar suas metas e aspirações. Conhecendo o seu maior inimigo, é mais fácil seguir para a próxima fase do jogo: identificar gatilhos, situações e emoções.

Quando nossos gatilhos são expostos, podemos adotar uma atitude comum nos videogames: a absorção de poder. Isso significa prestar atenção nos nossos pensamentos negativos e desafiá-los sempre que possível. Pergunte-se: eles são realmente verdadeiros ou são apenas um sinal de autossabotagem?

Em seguida, pense nas estratégias que possam ajudá-lo a passar de nível. Definir metas alcançáveis, celebrar pequenas vitórias, praticar hobbies ou técnicas de relaxamento e contar com o apoio de terapeutas, familiares e amigos são algumas medidas que amenizam o estresse, a ansiedade e outras emoções negativas da autossabotagem, ajudando a reconhecer conquistas e a pensar com clareza nos passos para lidar com cada desafio.

Porém, enquanto a vitória não chega, é necessário praticar a autocompaixão. A autossabotagem é um processo contínuo, que leva tempo. Portanto, da mesma forma como trataríamos um amigo passando por dificuldades, precisamos ser bondosos com essa jornada. Seja gentil consigo mesmo, pois o seu pior momento é quando sua mente mais precisa de você.

Referências:

Teixeira, Lívia Maria Pontes. Autossabotagem: uma revisão de literatura. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, vol. 33, n. 4, pp. 870-885, 2013.

Lopes, Ana Carolina Matos et al. Autossabotagem: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, vol. 19, e50240, 2017.

Dweck, Carol S. Mindset: A nova psicologia do sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

Duhigg, Charles. O Poder do Hábito: Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios? Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Caroline Macarini, psicóloga e sócia-fundadora da Unolife

Colaboração da pauta:

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