Não à extinção dos brinquedos!

Diante dos desafios impostos pelo uso excessivo de celulares, é crucial que as famílias e a sociedade como um todo relembrem que brincar é uma das primeiras estratégia da história para o desenvolvimento infantil

Por Carol Moreira

O uso excessivo de celulares e dispositivos eletrônicos por crianças e adultos é um problema crescente, que levanta preocupações sérias entre especialistas em saúde e desenvolvimento infantil. A exposição constante a telas não só diminui a interação familiar, mas também está associada a uma série de malefícios, incluindo problemas de bem-estar e dependência tecnológica. Diante deste cenário, é importante buscar alternativas que promovam o desenvolvimento e incentivem a criatividade das crianças. Os brinquedos são uma solução milenar para essa circunstância.

A pesquisa TIC KIDS ONLINE BRASIL 2019 revelou que 89% da população entre 9 e 17 anos já era usuária da internet, com 95% acessando a rede através de telefones celulares. Em um estudo mais recente da Pnad/TIC de 2024, constatou-se que 85% das crianças de 10 a 13 anos acessam a internet e, em 2022, mais da metade dessa faixa etária (54,8%) possuía seus próprios celulares. Os números refletem uma crescente intoxicação digital, que prejudica a infância, limitando as brincadeiras ao ar livre e o contato direto com outras crianças.

O uso excessivo de telas está ligado a vários problemas, como atrasos na aquisição da linguagem, dificuldades de interação social, distúrbios do sono, obesidade e problemas de visão. Além disso, a dependência de tecnologia pode afetar negativamente a interação familiar, distanciando pais e filhos e diminuindo momentos preciosos de convívio e aprendizado.

Imagem por Polesie Toys em Pexels

O brincar é essencial para o desenvolvimento infantil, pois ajuda as crianças a adquirirem habilidades motoras, cognitivas, emocionais e sociais. É por meio dos jogos que elas exploram o mundo, experimentam papéis diferentes, exercitam a criatividade e aprendem a lidar com regras e limites. Por sua vez, o tipo de brinquedo utilizado é crucial para maximizar esses benefícios.

Brinquedos de madeira, por exemplo, se destacam como uma alternativa saudável e benéfica. Duráveis, atemporais e versáteis, estimulam a imaginação das crianças, oferecendo um espaço para brincadeiras mais livres e autônomas. Diferente dos dispositivos, que muitas vezes apresentam narrativas prontas e limitam a liberdade de expressão, os brinquedos de madeira permitem o desenvolvimento de histórias.

Além de serem seguros e sustentáveis, esses itens têm um impacto ambiental positivo. A madeira é um material natural, resistente e biodegradável, que pode ser reaproveitado e reciclado. Em contraste com os plásticos que, mesmo contendo substâncias tóxicas e contribuindo para a poluição, ainda são frequentemente utilizados.

Design Dolce sob imagem por Fam Veld em Canva

Os brinquedos também são responsáveis por promover a interação familiar. Ao interagir com seus filhos, os pais podem compartilhar momentos de alegria, fortalecer os laços e participar ativamente do aprendizado e da descoberta das crianças. Essa interação é essencial para o progresso emocional e social dos pequenos, garantindo que se sintam amados, seguros e valorizados.

Diante dos desafios impostos pelo uso excessivo de celulares, é crucial que as famílias e a sociedade como um todo relembrem que brincar é uma das primeiras – se não a primeira – estratégia da história para o desenvolvimento infantil. Os brinquedos representam um investimento no bem-estar das crianças e uma forma de reforçar o papel fundamental da interação e da criatividade na vida das novas gerações.

Carol Moreira é fabricante e designer de brinquedos, CEO do Ateliê Materno

@ateliematerno

Colaboração da pauta:

@mention.startup

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