A Psicóloga Pamela Magalhães escreve nesta coluna quinzenalmente respondendo a perguntas enviadas por leitores e leitoras ao e-mail dolceamore@dolcemorumbi.com.
Você pode enviar suas perguntas para a Pamela também através do formulário ao final desta página.
São selecionadas três perguntas e as pessoas que tiverem as suas escolhidas, tem suas privacidades totalmente preservadas.
Dolce Morumbi
Há 8 anos estou com uma pessoa, os primeiros 4 anos sofri muito com traições, terminei, fiquei 8 meses separada, nesse período ele não me deixou em paz, dizia que tinha mudado e queria voltar, assumir a relação e morar junto. Aceitei e então, a relação se tornou tóxica, ele gritava me chamava de burra que eu não sabia como segurar um homem, ele queria que eu fizesse tudo do jeito dele, me convenceu que me tratava assim porque a culpa era minha e se eu fosse do jeito que ele determinava, eu teria o melhor marido do mundo.
Acabei me anulando e aceitando, eu tinha culpa e medo dos gritos agressivos.
Hoje, acordei com suas orientações e entendi que está tudo errado e pedi para ele ir embora, ele mudou totalmente, está me tratando como rainha, mas, já me distanciei muito dele, tento voltar a sentir carinho, respeito e não consigo, parece que alguma coisa aqui dentro quebrou, estou confusa. Pode me ajudar? (F.V)
Querida F. relacionamento envolve entrega, confiança, contratos invisíveis e investimentos mútuos que favorecem a conexão. Costumo dizer que quando escolhemos nos relacionar com alguém, convidamos essa pessoa para o nosso mundo e aceitamos o convite para entrarmos no mundo dela. Cada um planta uma sementinha no coração do outro, que germinará e florescerá conforme a integridade, amor, cuidado, delicadeza e respeito, investidos no desenvolvimento dessa aliança relacional.
Portanto, natural que você esteja se sentindo assim, pois até agora, o que pareceu, foi uma mudança de comportamento para tê-la de volta, investida na conquista e não na manutenção da relação.
As mudanças não podem ser pontuais na intenção da retomada de algo ou alguém, mas durante toda a construção do relacionamento e principalmente no período de estabilidade. O problema é que a grande maioria das pessoas, precisa perder para correr atrás do prejuízo, ao invés de transformarem algo dentro de si e exercitarem a arte de cuidar e zelar por aquilo que vivenciam para fortalecerem o vínculo e agradecerem pela a harmonia da consistência da aliança.
Pamela, fico sempre me perguntando, por que com 35 anos, até hoje nunca dei certo no amor? (M.S.S)
E eu fico aqui imaginando o que será ao certo que amor é para você.
Reflita o significado do amor aí dentro, saia um pouco do senso comum, das respostas prontas e feitas sobre ele. Feche os seus olhos e busque dentro de si suas memórias sobre o amor. Visite o mais profundo que conseguir das suas lembranças, abra seu baú íntimo, revire cada história, experiência vivenciada e espontaneamente, veja quais delas te despertam esse sentimento ou se aproximam de algo que você ache que pode ser chamado de amor.
Se ainda assim estiver difícil, respeite e considere vazios, faltas e outros sentimentos que possam tomar conta. É preciso reconhecer nosso terreno, os espaços que existem na gente, aqueles que estão ocupados, hábeis, feridos, abertos, fechados, para então, compreendermos a presença ou a falta do amor na nossa vida.
Amor é de tamanha imensidão que não escolhe ninguém por julgamento de capacidade ou muito menos por qualquer outro critério. O amor é livre, leve, espontâneo, sábio e vem “facinho” quando realmente é chamado.
Tudo isso para te dizer que somos nós que trazemos o amor para a nossa vida. É você que resolve desenvolver o amor dentro de si mesma, nutrindo com carinho esse sentimento lindo no seu interior, abraçando a sua história, se tratando com mais carinho, respeitando seus limites, seus contornos para o amor fazer morada em você. Depois que estiver amada, recheada de amor em si, entenderá que você “nunca deu certo no amor”, porque o amor precisava existir em você.
Descobri que tenho Transtorno Borderline e que me relacionei com um Narcisista. Foi uma tragédia! Quase nos matamos! Ele terminou comigo! Fiquei mal, agora estou muito bem! Mas preocupada com o próximo relacionamento. (A.P)
Nenhum transtorno de personalidade irá te definir, mentalize sempre isso.
Por mais que você tenha esse diagnóstico, lembre-se que é muito maior do que ele. Poderá trabalhar seu íntimo para fortalecer seu “eu”, se tornando mais integrada, menos vulnerável e conhecedora de seus recursos emocionais e potencialidades, principalmente a autonomia e merecimento.
O relacionamento que você deve focar agora para se tornar bem afinado, estável, confiável e seguro é o seu, consigo mesma. Bem conectada com você, afinada com o seu todo e mais estruturada, terá muito mais paz e tranquilidade para pensar na possibilidade de se relacionar com alguma outra pessoa. Siga esse caminho e confie.
Para a Pamela, seus sentimentos são a sua história.
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dolceamore@dolcemorumbi.com
Três perguntas são selecionadas a respondidas a cada quinzena
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Pamela Magalhães é Psicóloga, Especialista Clínica e Terapeuta de Casal e Família.
Bastante influente nas mídias em geral, ficou conhecida como Especialista em Relacionamentos pelos seus quadros no Programa Mulheres da Tv Gazeta e Tribuna Independente da Emissora Rede Vida e movimenta uma rede de seguidores de mais de 630K nas redes sociais em especial no instragram como @psipamela
Além de comentarista de comportamento e Psicóloga Clínica, realiza palestras em todo Brasil e comanda o podcast Coração Peludo na plataforma da Jovem Pan. CRP:06/88376
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