Escrever é “criar um espaço para que alguma coisa possa ser dita”
“Sim, eu escrevo porque quero abrir o mundo”
Karl Ove Knausgaard.
Escreveu e disse tudo Karl Ove! Consideremos um mundo de evolução desde a descoberta da Escrita até os dias de hoje hein!
Venham comigo! Vamos explorar um pouco da Arte Mesopotâmica e as principais manifestações artísticas: a Escrita, Rodas, Esculturas e Zigurates.
“Terra entre rios”
A Mesopotâmia tem origem no idioma grego e significa “terra entre rios”. A região ficava entre os rios Tigre e Eufrates, em território que atualmente se localiza em partes da Turquia e Iraque. A presença em sua região dos rios Tigre e Eufrates foi fundamental para que o homem, a partir do desenvolvimento da agricultura e da criação de animais, pudesse sedentarizar-se e formar cidades naquele local abrigando parte das primeiras civilizações da humanidade.
Foram 4 mil anos de civilização e os povos que integram a Mesopotâmia foram os sumérios, acádios, babilônios, assírios e caldeus.
Aos sumérios foi atribuída a invenção da escrita cuneiforme a escrita em forma de cunha e feita em tabletes de barro e a da roda.
De acordo com o historiador Samuel Noah Kramer, em seu livro A História Começa na Suméria, os textos mais antigos que conhecemos até hoje foram escritos no idioma sumério. Estamos nos referindo às milhares de tábuas de argila muitas delas fragmentadas encontradas às margens do rio Eufrates no início do século XX. Se esses tabletes de argila são os “primeiros livros”, a cunha é o “primeiro lápis”.
Diz o historiador Samuel Kramer ser muito provável que o primeiro veículo com rodas tenha sido feito pelos sumérios. Claro que não estamos falando de carros ou motos, mas carroças movidas por animais para o transporte de grandes blocos de pedras utilizadas nas construções de templos e palácios. Isso há mais de 5 mil anos!
A Arte
A arte feita pelos povos mesopotâmicos abarcava diversas manifestações como a escultura, pintura e arquitetura.
Os principais materiais utilizados para a produção da arte mesopotâmica eram a argila, o adobe, a terracota, a cerâmica, o cobre, o bronze, o basalto, o ouro, a prata, o estanho, o alabastro, o junco, o marfim e ainda, diversas pedras preciosas.
Os escultores representavam o corpo humano de forma rígida, sem expressão de movimento e sem detalhes anatômicos. Pés, mãos e braços ficavam colados ao corpo, coberto com longos mantos; os olhos eram completados com esmalte brilhante. As estátuas conservavam sempre uma postura estática ante a grandiosidade dos deuses. As figuras esculpidas em baixo-relevo se caracterizavam por um grande realismo.
Na pintura, os artistas se utilizavam de cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. Os temas variavam entre seres mitológicos, deuses e deusas, animais e pessoas.
Os povos mesopotâmicos eram politeístas, ou seja, cultuavam diversos deuses ao mesmo tempo, muitos relacionados à natureza. Por exemplo, Anu era considerado o deus do céu; Ishtar era a deusa da fertilidade e do amor; Enlil era do deu do ar; Shamash a divindade do sol e da justiça.
A arquitetura foi a vertente que encontrou grande espaço entre os mesopotâmicos, com produções grandiosas.
O zigurate construído pelos sumérios faz parte desta típica construção arquitetônica religiosa, composto de várias plataformas, sugerindo o formato de uma torre de vários andares. No topo, era erguido o templo ao deus local. As torres também eram utilizadas como observatórios astronômico, de onde os sacerdotes observavam o céu para estudar as estrelas.
Os zigurates possuíam de 3 a 7 andares. Eram construídos de pedra ou de tijolos cozidos
A entrada era feita através do topo do templo, sendo que o acesso ocorria através de uma rampa espiralada, construída nas paredes externas do zigurate.
Sua função religiosa era muito importante, pois os antigos mesopotâmicos acreditavam que os zigurates serviam de morada para os deuses.
Sobre A “Torre de Babel”
Segundo o professor da Universidade de Londres Andrew George, novo estudo sobre uma pedra encontrada na antiga Babilônia (atual Iraque) há cerca de um século pode comprovar a existência da Torre de Babel. No objeto há um desenho de uma torre com degraus e uma pessoa segurando uma lança e usando um chapéu de cone. “Abaixo há um texto que diz ‘zigurate’ [monumento em forma de pirâmide], ou ‘Templo da Babilônia’”, afirma ele em entrevista à Smithsonian.
A pedra do século 6 a.C., para o especialista, mostra a primeira imagem real da Torre de Babel, evidenciando as sete camadas da estrutura, além de identificar um homem por trás de sua construção, o imperador Nabucodonosor 2º.
O objeto também revela detalhes da construção da estrutura, e mais importante, como Nabucodonosor a construiu. A história escrita na rocha é como a que está na Bíblia, o que aumenta as suspeitas do pesquisador.
Acredita-se que, se a construção existiu, ela estava situada na capital da Babilônia, Babel, e foi construída em forma de zigurate, ou seja, uma pirâmide com camadas terraplanadas.
Conhecer a história da arte e sua evolução é conhecer a história da humanidade, as culturas, as diversidades humanas!
Espero por sua leitura para continuarmos a nossa história de forma cronológica!
Afinal! Nossa história é uma arte!
Grande abraço!
Referências
KRAMER, Samuel Noah. History Begins at Sumer Thirty¬ – Nine Firsts in Recorded History. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 1981.
KRAMER, Samuel Noah. The Sumerians – Their History, Culture and Character. Chicago: The University of Chicago Press, 1963.
Fonte: História, sociedade e cidadania. Alfredo Boulos Junior. São Paulo:FTD, 2013.
Arqueólogo James Henry Breasted, na sua obra “Ancient Records of Egypt”, de 1906,
https://www.smithsonianmag.com/videos/category/history/some-very-compelling-evidence-the-tower-of-b/
http://universodahistoria.blogspot.com/2010/07/escrita-cuneiforme.html?m=1
Amanda Sanzi é artista visual, moradora do Morumbi e expressa sua compreensão do mundo através de suas obras!
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