“Mãe não tira folga.”
Essa frase me atravessou hoje, enquanto observava minha casa em pleno movimento, adolescentes que acham que o copo vai sozinho para a pia, marido que chega cansado e quer conversar, clientes mandando áudios no WhatsApp, e uma agenda que insiste em ficar cheia.
Eu amo tudo isso. Mas eu canso.
E foi nesse cansaço silencioso que percebi o quanto a mulher moderna, essa que queimou o sutiã para conquistar liberdade, acabou, sem querer, acumulando mais tarefas do que direitos.
Então, essa matéria é para você, lindesa, quem me lê (um carinho especial para quem me inspirou o tema da matéria Marcelly Talita). Para você que é mãe, profissional, empreendedora, esposa, filha, amiga… e, no fundo, só queria 15 minutos de silêncio sem sentir culpa.

Como blindar nossas emoções sem nos isolarmos? Com certeza não é colocar uma armadura e fingir que nada te atinge. É fazer escolhas e saber o que merece acesso à sua energia emocional e o que não merece. É sobre criar uma mentalidade de proteção consciente, sem endurecer, mas também sem se entregar à exaustão como se ela fosse seu destino.
Comece nomeando o que sente. Emoção sem nome vira tensão no corpo. Quando você diz “estou sobrecarregada” ou “estou irritada”, você ativa sua mente racional e sai do piloto automático. Isso te dá controle.
Crie rotinas de reset emocional. Se dê uma pausa não-negociável. Pode ser um banho demorado com sua música preferida, ou tomar um café sem pressa olhando para o nada. O que importa é que seja só você. Mostre para sua mente que parar também traz prazer.
Tenha um círculo de escuta, não só de cobrança. Um grupo de apoio, networking feminino, sair com amigas. Isso não é luxo, é estratégia de sobrevivência. Fale com quem te entende, com quem também carrega o mundo no colo.
Estabeleça limites sem culpa. Dizer “hoje não”, não te torna uma mãe ou esposa pior. Te torna uma mulher mais inteira. “Eu me respeito para ensinar os outros a fazerem o mesmo.”

Envolva a família. Delegue. Ensine. Solte. Seus filhos não precisam de uma serva. Precisam de uma mãe que ensine responsabilidades. Seu parceiro não precisa de mais cuidados, precisa ser seu aliado. Troque “ninguém me ajuda” por “vou mostrar como cada um pode contribuir”.
Ser tudo, o tempo todo, é insustentável. Cresci acreditando que poderia ser tudo que quisesse e posso, mas não tudo ao mesmo tempo. Não precisamos equilibrar todos os pratinhos, não precisamos dar conta de tudo. Precisamos apenas dar conta de nós mesmas.
Folga emocional é um direito.
Essa matéria é um convite para você se escolher, não esperar a exaustão bater na porta da sua alma para entender que descanso é sagrado. É um chamado para você, que ama ser mãe, empreendedora, líder, mas que também precisa ser só… você!
Se você se viu nesse texto, compartilhe com outra mulher que também anda cansada de sorrir por fora e implodir por dentro. E lembre-se: blindar suas emoções não é se afastar do mundo, é garantir que você não se afaste de si mesma.
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