Por Eduardo Marcondes Suave
Amigo leitor e amiga leitora, você sabe o que é ciúme retroativo? Já vivenciou isso em algum relacionamento? Seja sentindo aquele incômodo estranho com o passado do parceiro(a) ou lidando com alguém que fazia cobranças sobre o seu passado. Esse tipo de ciúme tem até nome científico e, acredite, não é tão raro quanto parece.
Ciúme retroativo é quando a pessoa sente ciúmes não do presente, mas do passado amoroso ou sexual do parceiro(a). É aquela angústia de imaginar com quem ele ou ela já ficou antes de você. Pensamentos como: “Será que ele gostava mais dela?”, “Será que eu sou tão bom quanto o ex?” começam a surgir, trazendo insegurança, ansiedade e até brigas infundadas.

Entre os homens, o ciúme retroativo costuma ter um foco mais sexual: ficam presos na ideia de que a parceira já teve outras experiências íntimas. Entre as mulheres, aparece mais no campo emocional: insegurança sobre vínculos afetivos passados, sentimentos antigos e possíveis comparações. Mas claro, isso não é regra absoluta, cada mente é um mundo.
Em casos graves, esse tipo de ciúme pode virar obsessão e até ser uma manifestação de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). A pessoa não consegue parar de pensar no assunto, investiga ex-parceiros compulsivamente e cria cenários catastróficos na cabeça. É quando o ciúme retroativo deixa de ser um incômodo e vira algo patológico.

Se você sofre com isso, tente focar no presente: lembre-se de que o passado não muda, mas o presente é seu. Trabalhar autoestima, evitar investigar detalhes desnecessários e, em casos mais intensos, procurar psicoterapia pode ajudar muito. E se conhece alguém que sofre com isso, ofereça apoio sem julgamentos. Afinal, todo mundo tem um passado – e felizmente, é por isso que estamos vivos até aqui.
Para quem quiser se aprofundar mais neste assunto, recomendo “Retroactive Jealousy: Understanding, Managing, and Healing From Obsessive Jealousy (Meyer, 2015)”, é uma leitura acessível e focada especificamente no ciúme retroativo. Para um panorama mais amplo sobre TOC, incluindo formas específicas de ciúme, as obras de Wilkinson & Marks (2016) e Abramowitz (2010) também são ótimas fontes.
Até uma próxima!
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