Olá, querido leitor e querida leitora da Dolce Fashion!
Hoje trago a vocês um pouco das diferenças entre a moda em diferentes lugares.
A moda nunca foi apenas sobre roupas. Ela fala de cultura, comportamento, história e poder de consumo. Ao olhar para Europa, Estados Unidos e Ásia, enxergamos três universos diferentes que moldam o jeito como o mundo se veste e que hoje coexistem e se influenciam mutuamente.
Europa: tradição e sofisticação
Berço da alta-costura, a Europa guarda em suas passarelas um legado de elegância que atravessa séculos. Foi em Paris, no século XIX, que Charles Frederick Worth transformou o estilista em criador e inaugurou a era da alta costura. De lá para cá, Coco Chanel, Christian Dior, Yves Saint Laurent e Balenciaga redefiniram o vestir feminino com cortes revolucionários e silhuetas memoráveis.
Hoje, o Velho Continente segue como epicentro do luxo, com conglomerados como LVMH e Kering, que juntos movimentam mais de 150 bilhões de euros por ano. Milão celebra a força artesanal com grifes como Prada, Gucci, Valentino e Versace, enquanto Londres pulsa ousadia com Alexander McQueen e a irreverente Vivienne Westwood. Vestir-se à europeia é mais do que seguir tendências, é assumir identidade, tradição e sofisticação.

Estados Unidos: a moda como estilo de vida
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos transformaram a moda em um produto de consumo democrático. Nova York é o berço do ready-to-wear, onde funcionalidade e acessibilidade se tornaram palavras-chave. Ralph Lauren desenhou o sonho americano em forma de moda, Calvin Klein e Donna Karan traduziram o minimalismo urbano, e Michael Kors deu glamour ao cotidiano.
Enquanto a Europa cultua exclusividade, os EUA celebram a liberdade e a diversidade de estilos. O sportswear, o jeans, o streetwear e até o red carpet de Hollywood compõem um mosaico que reflete a energia e a pluralidade americana. Não à toa, a indústria da moda no país movimenta mais de 400 bilhões de dólares anuaise continua a influenciar o mundo através da cultura pop, das celebridades e da mídia.
Ásia: tradição e futuro em movimento
A Ásia é hoje o território mais vibrante da moda global, unindo tradição e inovação tecnológica. O Japão marcou a história nos anos 1980 com a estética desconstruída de Rei Kawakubo (Comme des Garçons), Yohji Yamamoto e o futurismo de Issey Miyake. Já a Coreia do Sul dita o ritmo da juventude com a explosão da K-fashion, colorida, ousada e alimentada pelo fenômeno da K-pop culture.
A China, por sua vez, é o maior consumidor de luxo do planeta, respondendo por cerca de 40% das vendas globais. Mais do que consumir, o país redefine como se compra moda, misturando e-commerce, livestream shopping e influência digital em plataformas como Douyin (o TikTok chinês). É a velocidade asiática que está mudando as regras do jogo, fazendo do continente um dos maiores laboratórios de tendências do futuro. Eu penso que a moda toma um outro rumo onde o futuro mostra nova visão de investidores e parte criativa.

Três estilos, um mesmo palco
O futuro da moda está sendo moldado por três forças distintas.
Enquanto a Europa representa tradição e herança e os Estados Unidostraduzem liberdade e consumo em massa, a Ásia projeta inovação e desejo de futuro. Juntas, essas três forças mantêm a moda em constante transformação, uma indústria que reflete não só como nos vestimos, mas também como nos vemos no mundo.
A Ásiaseguirá como motor de crescimento, unindo tecnologia, consumo digital e juventude criativa, a China já é o maior mercado de luxo e a Coreia do Sul exporta estilo através da K-pop culture.
A Europa, embora tradicional, tende a reforçar sua posição como guardiã do luxo e da sustentabilidade, valorizando a herança artesanal e a exclusividade em um mundo cada vez mais acelerado.
Já as Américasdevem expandir seu papel de democratização e diversidade, impulsionando o streetwear, o sportswear e a moda inclusiva, com forte presença da cultura pop e da inovação em marketing.
Três caminhos diferentes, mas que juntos apontam para uma moda mais global, híbrida e conectada.

E aproveito aqui para dedicar este texto a Giorgio Armani! Soube há pouco de seu falecimento aos 91 anos. Mestre da alfaiataria, ele revolucionou a moda masculina fazendo uma “desconstrução” do terno, apostando em um estilo minimalista, porém, elegante e dando leveza ao vestir-se. É dele a famosa frase “Elegance is not about being noticed, it’s about being remembered“, “Elegância não é sobre ser notado, é sobre ser lembrado”, que reflete a filosofia de Armani sobre elegância. O mundo da moda lhe deve reverência. Descanse em paz!

Imagem por GianAngelo Pistoia, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
Querido amigo leitor e amiga leitora, escrevo com prazer em trazer aqui, nesta coluna, informações sobre o giro da moda em diferentes partes do mundo. Deixo um grande abraço e espero você aqui na próxima semana com novidades na Dolce Fashion!