Eu vejo você na xícara quente
No vapor que dança e some no ar
Vejo no rastro da lua nascente
No brilho fugaz de um olhar.
Você está na risada distante
No som de um passo ao entardecer
No vulto que passa num breve instante
No eco de um nome a me estremecer.

Sinto você no cheiro da chuva
No frio macio da brisa a soprar
No calor que a saudade cultiva
Num toque invisível a me arrepiar.
Vejo você em tudo que é vida
Em tudo que insiste em me atravessar
E, mesmo ausente, sua alma querida
Segue em segredo a me acompanhar.

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